❝My Way❞ Part/2

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Capítulo 1° "My Way"

Uma semana, passara. Kiara recuperou-se das dores no corpo com analgésicos, e fazendo o repouso necessário, os arranhões estavam cicatrizando. A ideia de está presa a consequência de sua impulsividade a enlouquecia.

Ela faria de tudo para poder fugir um pouco da monotonia de ficar rondando os corredores de sua casa, ou deitada em uma cama. Até mesmo vestir um uniforme estruturado, e passar horas ouvindo os professores indagar.

Trajava as saias xadrez escolar, o terninho, meias calças e tênis. Ela estava bem, podia fazer aquilo.

Ser uma garota normal.⎯ Repetia penteando os cabelos, perguntava se não era a hora de volta a cor natural dos fios, que por sinal eram loiros. Mas, ela amava a cor rosa, deixava-a pateticamente confiante.

Não daria o gosto aos pais, de verem a inocente Kiara novamente. A boneca de cabelos dourados. Não, não e não!

Ela apanhou a mochila, e o aparelho celular no criado mudo. Sempre o mesmo horário, sempre a mesma roupa, sempre a mesma expressão no rosto. Descendo as escadas, ela foi arrancada dos pensamentos por Jane a especulando.

⎯ Está se sentindo bem, ao ponto de ir à escola? ⎯ Ela diz educadamente, mesmo não se importando tanto com o bem-estar da jovem leviana.

Sua mãe estava mais adiante, coordenando as mãos por um conjunto de papeis, que erguia na direção das paredes. Ela já pensara em mudar novamente o papel de parede, pelo modo que corria os olhos críticos para os temas em sua mão, dizia o quão demorado poderia ser sua decisão.

Seja uma garota normal. ⎯ diz a garota ironicamente ao chegar ao fim das escadas. Ela estagnou, notando a mulher encarar as paredes feito uma lunática. Não esperou que a mulher dirigissem a atenção a ela, e rompeu rumo a porta.

⎯ Tenha um ótimo dia, querida. ⎯ Respondeu a mulher, como aqueles diálogos preparados de correio eletrónico. Ainda empenhada em olhar profundamente para a parede.

⎯ Ah, obrigada. Claramente, ele será magnifico. ⎯ Ela abriu um sorriso falso, Jane ensinou ela muito bem como ser disimulada.

Derek havia decidido a ingressar na escola quando a jovem tinha quinze anos, os psiquiatras afirmavam que ela estava muito deprimida, e que talvez na escola desenvolvesse socialmente. Ela não tinha milhares de amigos, e ela nem precisava dessa quantidade.

Kiara tinha somente uma única amiga, e ela foi amiga dela por toda sua vida.

Atravessou o portão principal, e parou em frente à casa vizinha. Suavemente a brisa percorria a rua, o sol recriminava a aparecer, sendo escondido pelas grossas nuvens. Imóvel na calçada, viu a porta da casa vizinha abrir.

Uma garota de cabelos castanhos e pele bronzeada, sorria caminhando em sua direção. Ela se chamava Alyssa Resten, cujo o pai era um chefe executivo muito bem-sucedido na corporação.

⎯ Perdeu a chave do carro? ⎯ perguntou Alyssa Resten, com a voz decepcionada.

⎯ Dereck, tem medo que eu me suicide com ele.

⎯ Jason também perdeu o carro por dirigir bêbado, mas não foi meu pai que tirou; ele literalmente perdeu as chaves. Por sorte o nosso motorista está a caminho.

Pneus cantaram no fim da rua, o modelo da Mercedes Benz G Class. Os únicos que dirigiam aquele carro na escola era os irmãos Wright. Eles estacionaram atrás delas, quase subira na calçada, os vidros do carro pretos, tornou imperceptível ver alguém.

Logo a porta da casa de Alyssa abriu novamente. Um jovem de uniformes, moletom de capuz, e óculos escuros saiu. Andava indolente pisando no gramado verdinho, deixando rastros.

Ele se chamava Jason Resten, o dono da beleza irresistível, e misteriosa. Mas, para Kiara ele só era Jason, o vizinho problemático com quem ela dividira os brinquedos quando criança.

Kiara não foi a única que havia mudado, Jason tornou-se quase tão leviano quanto ela. Ele ergueu os óculos, e deu um sorriso maquiavélico. Kiara ficou atônita, confusa o porquê do sorriso dele. Ela olhou para o seu lado direito, e viu a garota no portão de sua casa, fingindo timidez. Virginia Anderson. Ela possuia uma fraca tentação pelo vizinho, algo diabólico surgiu na mente de Kiara.

⎯ Nosso motorista chegou! ⎯ falou Alyssa, com uma empolgação irritante.

Kiara revirou os olhos vendo Jason entrar no carro dos amigos, e virou-se notando um outro carro estacionado, desta vez era um garoto loiro de olhos verdes.

Ela mal podia acreditar, no que via a sua frente. Peter Meyer, ex-namorado de Alyssa, eles haviam tido um trágico termino, e vera ela chorar por horas no banheiro. Arqueou uma sobrancelha para a castanha questionando-a gestualmente, mas ela a olhava mordiscando o lábio ingênua.

⎯ Ele é o nosso motorista? ⎯ perguntou Kiara, sem estima.

⎯ Sim, Peter se ofereceu. ⎯ Alyssa cerrou o cenho, olhando paralelamente para o chão enquanto falava.

Kiara não depositara nenhuma confiança naquilo que amiga dira, sabia que ela estava mentindo.

⎯ Não precisa me explicar, já posso imagina o porquê ele se ofereceu.

Porque às pessoas insistem tanto em um erro?

⎯ Estamos atrasados. ⎯ Exclamou Peter, destravando as portas.


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Separava pílulas coloridas, ordenando-as por tamanho no livro de biologia. Estava no banheiro, sentada na bancada de mármore, olhava para o próprio reflexo.

Não deveria ter ido para escola, devia ter ficado em casa. Há uma linha tênue entre a angustia e a vingança. E naquele momento ela só pensava em alguma motivação, tinha tantas, sentia que havia um proposito maior por não ter morrido. Que tipo de ser humano cai de uma varanda e não se desmonta?

Levada pelo desalento, lembrou de uma frase "Ninguém vive eternamente. E se tem mais segundos de vida, faça aquilo que acreditar ser certo" ainda processava os argumentos contrários em sua mente.

⎯ Não há realização, sem destruição. ⎯ Diz baixinho, enfiando os comprimidos na boca.

Ela precisava de alguém que concordasse a realizar seus desejos mórbidos, uma pessoa que estivesse submisso a auxiliar em sua missão literalmente suicida. Ela conhecia a pessoa certa.

Sem Cores, Sem DoresWhere stories live. Discover now