Capítulo 1° "My Way"Uma semana, passara. Kiara recuperou-se das dores no corpo com analgésicos, e fazendo o repouso necessário, os arranhões estavam cicatrizando. A ideia de está presa a consequência de sua impulsividade a enlouquecia.
Ela faria de tudo para poder fugir um pouco da monotonia de ficar rondando os corredores de sua casa, ou deitada em uma cama. Até mesmo vestir um uniforme estruturado, e passar horas ouvindo os professores indagar.
Trajava as saias xadrez escolar, o terninho, meias calças e tênis. Ela estava bem, podia fazer aquilo.
Ser uma garota normal.⎯ Repetia penteando os cabelos, perguntava se não era a hora de volta a cor natural dos fios, que por sinal eram loiros. Mas, ela amava a cor rosa, deixava-a pateticamente confiante.
Não daria o gosto aos pais, de verem a inocente Kiara novamente. A boneca de cabelos dourados. Não, não e não!
Ela apanhou a mochila, e o aparelho celular no criado mudo. Sempre o mesmo horário, sempre a mesma roupa, sempre a mesma expressão no rosto. Descendo as escadas, ela foi arrancada dos pensamentos por Jane a especulando.
⎯ Está se sentindo bem, ao ponto de ir à escola? ⎯ Ela diz educadamente, mesmo não se importando tanto com o bem-estar da jovem leviana.
Sua mãe estava mais adiante, coordenando as mãos por um conjunto de papeis, que erguia na direção das paredes. Ela já pensara em mudar novamente o papel de parede, pelo modo que corria os olhos críticos para os temas em sua mão, dizia o quão demorado poderia ser sua decisão.
⎯ Seja uma garota normal. ⎯ diz a garota ironicamente ao chegar ao fim das escadas. Ela estagnou, notando a mulher encarar as paredes feito uma lunática. Não esperou que a mulher dirigissem a atenção a ela, e rompeu rumo a porta.
⎯ Tenha um ótimo dia, querida. ⎯ Respondeu a mulher, como aqueles diálogos preparados de correio eletrónico. Ainda empenhada em olhar profundamente para a parede.
⎯ Ah, obrigada. Claramente, ele será magnifico. ⎯ Ela abriu um sorriso falso, Jane ensinou ela muito bem como ser disimulada.
Derek havia decidido a ingressar na escola quando a jovem tinha quinze anos, os psiquiatras afirmavam que ela estava muito deprimida, e que talvez na escola desenvolvesse socialmente. Ela não tinha milhares de amigos, e ela nem precisava dessa quantidade.
Kiara tinha somente uma única amiga, e ela foi amiga dela por toda sua vida.
Atravessou o portão principal, e parou em frente à casa vizinha. Suavemente a brisa percorria a rua, o sol recriminava a aparecer, sendo escondido pelas grossas nuvens. Imóvel na calçada, viu a porta da casa vizinha abrir.
Uma garota de cabelos castanhos e pele bronzeada, sorria caminhando em sua direção. Ela se chamava Alyssa Resten, cujo o pai era um chefe executivo muito bem-sucedido na corporação.
⎯ Perdeu a chave do carro? ⎯ perguntou Alyssa Resten, com a voz decepcionada.
⎯ Dereck, tem medo que eu me suicide com ele.
⎯ Jason também perdeu o carro por dirigir bêbado, mas não foi meu pai que tirou; ele literalmente perdeu as chaves. Por sorte o nosso motorista está a caminho.
Pneus cantaram no fim da rua, o modelo da Mercedes Benz G Class. Os únicos que dirigiam aquele carro na escola era os irmãos Wright. Eles estacionaram atrás delas, quase subira na calçada, os vidros do carro pretos, tornou imperceptível ver alguém.
Logo a porta da casa de Alyssa abriu novamente. Um jovem de uniformes, moletom de capuz, e óculos escuros saiu. Andava indolente pisando no gramado verdinho, deixando rastros.
Ele se chamava Jason Resten, o dono da beleza irresistível, e misteriosa. Mas, para Kiara ele só era Jason, o vizinho problemático com quem ela dividira os brinquedos quando criança.
Kiara não foi a única que havia mudado, Jason tornou-se quase tão leviano quanto ela. Ele ergueu os óculos, e deu um sorriso maquiavélico. Kiara ficou atônita, confusa o porquê do sorriso dele. Ela olhou para o seu lado direito, e viu a garota no portão de sua casa, fingindo timidez. Virginia Anderson. Ela possuia uma fraca tentação pelo vizinho, algo diabólico surgiu na mente de Kiara.
⎯ Nosso motorista chegou! ⎯ falou Alyssa, com uma empolgação irritante.
Kiara revirou os olhos vendo Jason entrar no carro dos amigos, e virou-se notando um outro carro estacionado, desta vez era um garoto loiro de olhos verdes.
Ela mal podia acreditar, no que via a sua frente. Peter Meyer, ex-namorado de Alyssa, eles haviam tido um trágico termino, e vera ela chorar por horas no banheiro. Arqueou uma sobrancelha para a castanha questionando-a gestualmente, mas ela a olhava mordiscando o lábio ingênua.
⎯ Ele é o nosso motorista? ⎯ perguntou Kiara, sem estima.
⎯ Sim, Peter se ofereceu. ⎯ Alyssa cerrou o cenho, olhando paralelamente para o chão enquanto falava.
Kiara não depositara nenhuma confiança naquilo que amiga dira, sabia que ela estava mentindo.
⎯ Não precisa me explicar, já posso imagina o porquê ele se ofereceu.
Porque às pessoas insistem tanto em um erro?
⎯ Estamos atrasados. ⎯ Exclamou Peter, destravando as portas.
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Separava pílulas coloridas, ordenando-as por tamanho no livro de biologia. Estava no banheiro, sentada na bancada de mármore, olhava para o próprio reflexo.Não deveria ter ido para escola, devia ter ficado em casa. Há uma linha tênue entre a angustia e a vingança. E naquele momento ela só pensava em alguma motivação, tinha tantas, sentia que havia um proposito maior por não ter morrido. Que tipo de ser humano cai de uma varanda e não se desmonta?
Levada pelo desalento, lembrou de uma frase "Ninguém vive eternamente. E se tem mais segundos de vida, faça aquilo que acreditar ser certo" ainda processava os argumentos contrários em sua mente.
⎯ Não há realização, sem destruição. ⎯ Diz baixinho, enfiando os comprimidos na boca.
Ela precisava de alguém que concordasse a realizar seus desejos mórbidos, uma pessoa que estivesse submisso a auxiliar em sua missão literalmente suicida. Ela conhecia a pessoa certa.
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Sem Cores, Sem Dores
Teen FictionKiara Anderson desde criança sofreu com sérios problemas de saúde, por conta de um câncer. No quase fim da adolescência, depois de varias tentativas de suicídio sem nunca conseguir chegar ao final, a mesma decide arrumar todos os preparativos do pró...