Noite gélida em uma quarta-feira. São 23:30 horas, o alarme vibrante avisa sobre mais um medicamento a ser ingerido.
Ela está debruçada sobre a cama larga do seu quarto, folheando um registro de transações bancarias emitidas por seu pai. Tinha a petulância de entrar no escritório de Dereck Anderson, quando o mesmo não estava em casa.
Revistava qualquer documento, em busca de informações. Ela enfia o comprimido na boca, e estica as mãos afim de alcançar o copo acima do criado-mudo.
Agnes invade o quarto bruscamente, assustando a garota que antecipava o copo de água nos lábios. A hispânica recuperava a respiração, com as bochechas vermelhas e olhos esbugalhados, ela parecia que ia ter um enfarto.
Kiara engole o liquido, uma quantidade suficiente para que o comprimido desça por sua garganta. Ela se senta na cama, abandonando os papeis e olhando confusa para a mulher de franja bagunçada.
⎯ O pai de Alyssa, precisa falar com, – ela puxou o ar para os pulmões, e ainda ofegante conclui-o com uma simples palavra ⎯ você.
Agnes Vincenzo entregara o telefone, como se fosse um fardo que não suportará mais carregar a garota flamejante.
⎯ Tudo bem. ⎯ Ela apanhou o objeto receosa. Agnes assentiu, deixando o quarto instantaneamente.
Kiara respirou mais profundamente que Agnes, quase nunca recebia ligações de Richard Resten. As únicas vezes era quando Alyssa estava em uma de suas crises emocionais⎯ que era quase sempre, ⎯ e desaparecia.
E assim Richard Resten ligava por informações, e a maioria das vezes Alyssa se encontrava na casa dos Anderson.
Será que ela e Peter voltaram? A mente de Kiara mencionava. Talvez aconteceu um acidente. Um turbilhão de coisas negativas passeou por sua mente em segundos.
⎯ Senhor Resten⎯ falou formalmente suspirando sufocada, apreensiva para uma resposta imediata.
⎯ Sr. Resten? ⎯ uma voz rouca corrompida pela ironia, á questionou.⎯ As pessoas deveriam me chamar assim, soa uma superioridade. O que acha, sádica incurável?
⎯ Porra, Jason. ⎯ disse frustrada, ouvindo a risadinha devassa preencher a linha telefônica. Ela desfaz a postura tensa, e começa a empilhar os registros, produzindo um farfalhar de papeis.
⎯ A senha do celular de Aly, e "Peterbabaca". Achei o telefone residencial dos Anderson no smartphone dela. ⎯ Replicou sincero, uma mistura de divertimento e escarnio. Lotado pelo narcisismo. ⎯ Sempre me dizem que a minha voz é idêntica ao do meu pai. Prático trote com as secretárias dele, desde dos meus 16 anos. Mas, é segredo.
⎯ Desde quando a voz de Richard é afeminada? ⎯ provocou ela, segurando o riso. Ouvindo a sintonia da ligação falhar em ruídos.
⎯ Está insultando a minha masculinidade? ⎯ retorquiu injustiçado.
⎯ Interprete como quiser, você é muito sensível. ⎯ Ela dá de ombros, mesmo sabendo que ele não pode ver o seu desdém. Kiara se movimenta na cama afim de levantar-se, as molas ricocheteiam, um som exprimido e agudo.
⎯ Zombou da minha masculinidade, e eu ainda estava disposto a leva-la para o lugar mais incrível desse universo. Onde podemos ser amantes do cosmo secretamente. ⎯ Ele faz a sua chantagem, demonstrando sua afetação em um grunhido de desapontamento.
⎯ Hipérbole não deixa as coisas mais interessantes, faz ficar mais cafonas. ⎯ Diz ela secamente.
⎯ Coloca uma roupa quente, ou se quiser vim nua, tudo bem. Vamos para o melhor lugar desse mundo medíocre, para realizar o nosso conciliábulo. ⎯ Falou simplesmente, arquivando a falta de humor na voz da jovem.
⎯ Tem que parar de falar conciliábulo, parece fornicação. ⎯ Acrescentou, reconhecendo a própria antipatia ao comentar.
⎯ Estou espiritualmente despreparado para fornicação nessa noite.⎯ O seu detector de humor, apita, ao ouvir a flamejante ri pelo nariz, um riso abafado e discreto. Aquilo fazia ele ficar satisfeito.⎯ Me encontra na frente da sua casa em dez minutos?
⎯ São quase meia-noite, Jason. ⎯ Ela refuta, e é obvio que o castanho sabe do horário em que estão.
Kiara não é do tipo que saia depois das onze sem nenhum planejamento, ou ficava vagando pelas ruas. Seus pais não aturariam esse comportamento, e é tentador o convite inesperado de Jason.
Ele está entediado, Kiara tem certeza. E é curioso o "porque" dele a ter a convidado.
⎯ Se acalme, Cinderela. Estou acostumado em ver você vestindo trapos, e os cabelos desgrenhados. Acho que consigo por mais uma noite, não sou um príncipe muito exigente. ⎯ Sussurrou evocativo, brincando com a recente preocupação dela.
Jason é uma sereia da perdição. Não permita que ele a carregue para o mar de tentação e, irreverência. Aponta a sua mente.
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Sem Cores, Sem Dores
Teen FictionKiara Anderson desde criança sofreu com sérios problemas de saúde, por conta de um câncer. No quase fim da adolescência, depois de varias tentativas de suicídio sem nunca conseguir chegar ao final, a mesma decide arrumar todos os preparativos do pró...