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❝ Don't Think Twice, It's All Right❞ part/8

⎯ A pressão arterial?⎯ questionava Dereck, analisando a planilha que a enfermeira, havia montado na curta semana que passou.

⎯ Normal, apesar da glicose baixa. ⎯ a governanta responde.

Dereck fiscalizava os resultados diariamente, notando qualquer mudança na saúde da garota. Poucos declínios ressaltavam na lista, o tratamento ainda funcionava gradualmente.

⎯ Ela pulou alguma dosagem importante?

⎯ Negativo.⎯ respondeu solenemente para a figura superior à sua frente.

⎯ Certo, senhorita Vincenzo. ⎯ Ele esfregou o hemisfério esquerdo da testa com as pontas dos dedos, e apesar da sua expressão intransigente ele parecia satisfeito.

Kiara enfiava a mão na massa pastosa, a terra encharcada do quintal. Suas mãos pálidas corrompidas pela escuridão da sujeira. Ela abria um buraco de curto comprimento, o suficiente para caber os dois braços, está sentada sobre a relva escavando furiosamente o chão.

Fazia algum tempo que estará empenhada na sua nova distração. A agonia do charco em contato com as suas unhas é horrenda, mas a verdade é que a terra era até uma coisa gostosa de se tocar, quase terapêutico.

Kiara está ao lado da sua fobia, a piscina, não ousaria a olhar para ela, mesmo que Nate ou todos os seus discos de Ben E King estivessem lá. Choveu na madrugada, portanto a grama do quintal se encontra mais viscosas, assim como a terra.

⎯ Olá, vizinha sádica. Abrindo a própria cova? ⎯ a voz do garoto grunhia de traz dela, no seu tom comum de sarcasmo. Ela quase saltou do chão pelo susto, que levou ao ouvir o som da voz de Jason. Girou em direção dele, com os olhos perplexos.

⎯ O quê...Como você entrou aqui?⎯ balbuciou, examinando o castanho inerte com um sorriso devasso.

Ela parecia uma selvagem, os cabelos espetados em uma energia estática fictícia, a face maquiada pela terra, o olhar aversivos e curiosos, como se estivesse prestes a batalhar pelo território.

⎯ O portão não é muito alto, e nem um pouco ameaçador.⎯ ele rompeu um passo na direção da garota.

Jason aparentava normal, nem uma afetação ou, indiferença. Aquela cólera dos dias anteriores, por ela ter rejeitado o seu beijo ou, por ter o rejeitado como pessoa, parece não ter existido.

Ele tem a sua presunção de sempre em sua face. Talvez, ele estivesse tão bêbado que não se lembrasse da dança, ou talvez da discursão. Uma parte dela se sente chateada pelo sorriso que ele tem no rosto. Aquela dança será somente uma lembrança sua, uma recordação maravilhosa, que vai para o tumulo.

⎯ Invadiu a minha casa?⎯ Kiara disse intrigada, levantando-se para o investigar. Ela ergue as mãos sujas. Ele sorrir. Kiara tem certeza que ele não se lembra do episódio deles. Cacete, Jason estava chapado.

⎯ Sim. ⎯ Retrucou fazendo pouco caso, dando uma curiosa olhada pelo quintal. ⎯ Cadê o resto da sua família?

⎯ No apartamento dos meus tios. Eles vão embora amanhã, e os dissimulados foram se despedir. ⎯ Kiara Anderson, aperta os lábios de maneira firme, mostrando a sua inflexibilidade. ⎯ O que faz aqui?

⎯ Te pergunto o mesmo. ⎯ ele apontou autoritário para o buraco. Ele tem a sua devassidão de rir, e erguer um pouco do lábio inferior.

⎯ Cápsula no tempo, e você?⎯ Ela cruzou os braços, manchando ainda mais a roupa de charco.

Sem Cores, Sem DoresWhere stories live. Discover now