Parte 1: E não adianta acender sua luz
A luz que eu nunca conheci
Estou do lado escuro da estrada
Mas eu gostaria que houvesse algo que você pudesse fazer ou dizer
Que pudesse me fazer mudar de ideia e ficar
Mas de qualquer jeito, nunca fomos de muita conversa
Então não pense duas vezes, está tudo bem. ⎯ Trecho da música "Don't Think Twice, It's All Right" do cantor Bob Dylan."Como se sente quanto a isso?" essa pergunta a fazia ter uma cólera. Mas, quando ditas por Dr. Waldo fazia se autoquestionar.
Kiara ia pelo menos duas vezes ao mês no psicólogo. Depois de um tempo, ela começara a dá atenção a Dr. Waldo, e notara que o homem de pele parda e cabelos caramelizados nas pontas, não tentava a compreender a rebeldia dela, ou tentará a mudar.
Ele não se importava se ela possuía uma doença se alastrando pelas suas células, ou se ela queria se matar.
⎯ Não direi o que deve fazer, Kiara. A decisão é somente sua, não posso simplesmente dizer que não deve se matar, porque você tem motivos suficientes para se jogar de um penhasco. O suicídio é como aquela saída mais próxima, precisa escolher qual saída você quer, embora as coisas te empurrem contra elas. Precisa saber se adaptar aos seus sentimentos. A verdadeira felicidade não surge de coisas extraordinárias e grandes, mas de coisas inesperadas, pequenas e insignificantes.
Mesmo sabendo que aquilo era uma forma de psicologia reversa, ela acreditava que era a coisa mais sábia que ouvira o Dr. Waldo dizer.
Ela estar debruçada sobre a janela do Cadillac sorrindo para o alento, e a brisa gelada caminha pela sua face, e seus cabelos flamejantes dançavam vibrantes. As folhas alaranjadas do outono despencavam das árvores, formando um tapete vermelho pela a rua.
A garota flamejante movia os lábios gesticulando "Why'd You Only Call Me When You're High?" era a música que tocava na rádio naquele instante.
Brandia a cabeça conforme as batidas da música.
Pequenas e insignificantes? Uma vingança era suficientemente pequena e insignificante, para que ela se sentisse feliz?
De alguma forma ela estava feliz com a sua vingança. Mais algumas folhas cairão e o outono chegará ao fim. Não precisará tomar mais morfina, e ser sondada por dezenas de agulhas, ou sugar o ar de galões de oxigênio. Não vai ter mais dor, não mais. Sem câncer, sem quimio, sem litros de medicamentos. Sem mais teatro, sem mais roteiros e família narcisista.
Ela não terá com que se importar, porque até o fim do outono nem mais vida a restará circulando pelas veias, a não ser o veneno da eutanásia.
Crueldade?
As cenas da escola aparecem em sua cabeça. Ao cruzar pelas portas duplas da entrada escolar, e iniciar sua jornada comunal pela extensão, seus olhos notam pelas paredes dos corredores os posters com o rosto de Virginia rasgado ao meio, e mais a diante pôsteres rabiscados com referências sexuais. Ela para entre o tumultuoso corredor, e fixa seus olhos no poster.
Aquele devia ser um pesadelo para a irmã do meio. Todos já sabiam e comentavam. Até fizeram um post no "Bossylisten" sobre o assunto. Haviam colocado vários preservativos no armário da castanha, e escreveram a famosa ironia que Jason teria recitado "Virgin?".
Ela merece a vingança, é o que Kiara pensa ao lembra da irmã rindo pelo nariz, enquanto ela está tendo uma hemorragia.
Virginia não voltaria mais para aquela instituição, agora todos sabiam quem era realmente a figura de santidade dissimulada.
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Sem Cores, Sem Dores
Teen FictionKiara Anderson desde criança sofreu com sérios problemas de saúde, por conta de um câncer. No quase fim da adolescência, depois de varias tentativas de suicídio sem nunca conseguir chegar ao final, a mesma decide arrumar todos os preparativos do pró...