❝Black is the color of my true love's hair❞ part/7

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Em toda a sua existência, Kiara Anderson esteve somente em dois funerais. Ela tinha idade o suficiente para enterder o que significava a palavra MORTE.

No Budismo, eles crem na reencarnação, de algum modo o espirito volta para a terra, adentrando em quiasquer seres vivos.
No Islamismo, eles costumam dizer que “Quando se morre, começa o primeiro dia da eternidade”.
Adventista pregam que os mortos dormem até o dia da ressureição, os que cumpriram seu papel na terra ganham a graça da vida eterna, e os que não cumpriram desaparecem.
O Catolicismo argumenta sobre um Céu, um Inferno, e um Purgatório. As suas atitudes decidem para onde deve ir quando perecer.

Para a garotinha que via o caixão descer pela vala, com os olhos curiosos de uma criança, a sua avó paterna está dormindo um sono do qual não acordará, em sua mente a morte era algo irreal.

Como ela gostaria de ser ingênua e ainda poder acreditar que a morte é “Irreal”. Gostaria de sentir aquela invencibilidade, que as crianças possuem.

⎯ No está pensando? ⎯ pergunta ele, vendo-a fazer ciculos invisiveis, ao redor da marca de nacença de formato de coelho.

Kiara mexe os labios com quem faz pouco caso da pergunta, e suspira removendo os lençois do corpo.

⎯ Nada. ⎯ Ela se encolhe ainda mais na cama, e Jason faz o contrário na ponta da cama.

A medida que o tempo passa, ela olha as horas no celular, e a inquientação cresce dentro dela e acaba levantando da cama.

Agnes que prestava vigilância em todos os segundos na garota doente, pondera seus olhos sobre ela, já sabendo o porquê do descontentamento que a menina carrega ao parar a sua frente, protestante.

⎯  Por favor, eu imploro pela minha alma. ⎯  Kiara resmunga, quase dobrando o joelho aos pés da governanta.

Jason fica calado sem compreender. Mas, a governanta balança a cabeça em rejeição, o que parece ferir gravemente a garota flamejante.

⎯ É por duas horas e meia. ⎯  constenta a garota. Desde o inicio da manhã, a garota esteve amofinando a mulher sobre a mesma situação.

⎯  Não faz nem quatro dias que você foi liberada do hospital, e a sua imunidade esta baixa, se eu deixar você ir para o outro lado da cidade sozinha, seus pais me prossessam por negligência. ⎯  intervêm a governanta, sensata.

⎯  Eu não vou estar sozinha, Jason estará comigo. E sabe, você pode dizer para meu pai que estou dormindo, e tranca a porta como eu sempre faço. ⎯ diz sujestiva, rompendo olhares implorativos.

⎯  Kiara não é só a questão de seus pais, você precisa se recuperar, tem horários de medicaentos que precisam ser cumpridos. f
Ficar sem engerilos é fatal.⎯ Alerta mais enfaticamente, tenaz em seu argumento. Mesmo odiando a privação de liberdade da flamejante.⎯  Está fraca.

⎯  Dizer que estou fraca só faz me sentir mais inútil. ⎯ Alegou a garota, esmorecida.

⎯  Porque não pedimos uma Pizza, você pode escolher o sabor. ⎯ Fala entusiamada, rezando para aquilo entreter a jovem garota. ⎯ Ou, pedimos comida mexicana, e forçamos o seu amigo a comer. Será mais divertido do que quebra regras familiares.

⎯ Ag, eu adoro o Star. ⎯  Ela dizia baixinho, sua forma de induzir a mulher aos seus caprichos.⎯ Por essa noite eu preciso que me deixe ir, quero comer qualquer coisa gordurosa, quero me sentir menos horrivel. Preciso fugir desse drama!

Agnes Vincezo passa as mãos nos próprios cabelos, pensativa. Sabia o quanto a flamejante podia ser pertinaz, os olhos cinzas exaustos, e sempre evocativos.

⎯ Belo discurso para coagir. ⎯ diz a mulher. Lançando um olhar para a garota, e em seguida ao castanho deitado na cama, que mexia nos dedos. ⎯ Acho impossivel que consiga fugir do drama, Srª Dramática.

⎯  Isso é um sim, ou eu vou ter que citar uma greve alimentar?⎯  a flamejante diz, cheia do humor obscuro.

Agnes sorrir, e a garota derrama em seus braços para a abraçar. Jason ainda observa a cena em silêncio na cama, uma admiração surge nele.

Agnes não é uma simples governanta, ou ate mesmo uma amiga. Ela é o mais proximo de uma familia para a garota flamejante. Agnes Vincenzo tem o afeto de uma mãe com uma filha, e elas são unidas como tais.

***

Jason estaciona o carro do outro lado da rua, foi aonde encontrou uma vaga na frente da lanchonete.

É uma das noites mais frias do fim de Outono. Dois homens saem do lugar denominado Star´s ,  com os braços entrelaçados, entre sorrisos e pigarros. Eles assim como a maioria que vagam nas ruas, usam casacos pesados.

A intensidade com que os homens conversam, atrai a atenção da garota dentro do carro. Agora que está ali na frente do lugar pelo qual passará todo o dia aborrecendo a governanta para poder ir, ela sente uma insegurança exobirtante.

Ela aperta a mascara que sua governata a entregou para a proteção, e colocou no porta luvas. Aquelas malditas mascaras a deixavam insegura, mais que qualquer coisa. Pensar em usar as mascaras, era como andar pelas ruas com enorme placa dizendo “Eu tenho uma doença”. As pessoas sempre a olhavam como se fosse transmitir um vírus destrutivel.

Sim, ela portava um virus destrutivel, mas ele é intransmissível. E não importava quantas vezes tentasse explicar a si mesma, que os olhares de julgamento, e pena não a incomodava, no fundo ela se sentia ferrida pelos olhares.

⎯  Prometeu a Agnes que usaria as máscaras.⎯  Argumenta Jason, num tom imperativo, retirando a chave do carro, e olhando descofiado para a garota flamejante.

⎯  É dificil respirar com elas... e me deixam agoniada.⎯  Ela da de ombros com naturalidade, e arruma os fios soltos do cabelo maquinalmente, atrás das orelhas.

⎯ Elas...você não pode entrar em lugar público sem elas, é o que ela disse. Foi uma condição, tem que usar.⎯ Ele inclina para que sua mão alcance o porta luvas, e retire as mascaras.

Jason brande o conteúdo branco nas mãos na direção dela, para que pegue, mas a garota revira os olhos irreverente.

⎯ Por Deus, é uma máscara, uma única máscara. Porque não quer usar? Tem vergonha?⎯  ele requisita pela resposta.

Ela abaixa a cabeça afetada pela pergunta, e volta a olhar para o lado de fora do carro.

Sem Cores, Sem DoresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora