❝Black is the color of my true love's hair❞ part/3

104 19 1
                                    

⎯ Vamos no hospital. Que flores devemos comprar?⎯ A castanha entoa na porta do quarto do irmão.

⎯ Eu não vou visita-la, Aly. Não gosto de hospitais. ⎯ disse ele, com olhos presos no computador.

⎯ O que? Mas, ela quer nos ver.⎯ retruca indignada, adentrando no quarto.

⎯ Ela está em coma não vai perceber se eu não aparecer.

⎯ Kiara é nossa amiga, precisa nos ver.

⎯ Ela não é minha responsabilidade, e nem é minha amiga.⎯  respondeu firme.

Há cinco anos, uma semana depois do primeiro ataque convulsivo de Kiara Anderson. Diálogo entre os irmãos Resten.

****************

Ouvia as vozes, e seus olhos enxergam nitidamente vultos ao seu redor. Luzes brancas surgem em flashs. As vozes são distantes e depois tão altas que machucam seus ouvidos.

As pálpebras pesam, tem um gosto amargo e seco nos lábios. Se esforça para lembrar de algo, mas sua mente está perdida, quanto mais tenta lembra sua mente a leva para uma escuridão vaga de sua consciência.

Doende estas, Marcos? Uma voz soa na sala, ricocheteando nas paredes e voltando o eco para os ouvidos da garota. Os olhos dela abrem cuidadosamente, e ela pisca dezena de vezes para ter uma imagem limpa. A mulher tem lagrimas escorrendo pelo rosto, a pele é adorável, a mulher volta a questionar. Doende estas, Marcos?

Kiara Anderson sente uma cruel exaustão, e sua cabeça inteira lateja. A mulher de rosto adorável está no aparelho retangular grudado na parede, e ela continua chorando.

⎯ Ninã, você acordou. ⎯ A voz de Agnes mostra sua admiração, e as mãos carinhosas tocam a pele da garota.

Ela está parada ao lado da cama da jovem como em todas vezes, sempre sorrindo. Mas, a hispânica se afasta da garota e vai até a porta.

⎯  Doutora Natalie. ⎯ Agnes exigi educadamente, segurando a porta.

Uma mulher alta com cabelos curtos e ondulados entra no cômodo, sua pele brilha tanto que faz qualquer um duvida que tem mais de 40.

Ela esboça um sorriso gentil, no crachá de seu jaleco diz Natalie Eve, e sua roupa colorida anuncia que é da pediatria na oncologia.

Ela conversa por alguns minutos com Agnes, ela é tão gentil que chega à causar irritação. Enquanto a mulher de voz doce conversa, Kiara é sugada pelo cansaço e adormece outra vez.

Não são sonhos, são cenas rápidas que percorrem a mente, mas sempre somem em uma escuridão. As tilintadas a carregam para a hora que entra a igreja, Virginia sorrir ao seu lado.

A multidão está com olhos presos nelas. Jason o vizinho problemático se encontra nos primeiros bancos, distanciados por um longo espaço. Eles se encaram de modo que a faz esquecer o que fará, mas seus pés a levam para o altar, ela passa por Jason e a música nupcial arrancam olhares de todos para a noiva, mas os dele continuam nela.

Kiara Anderson abre os olhos, ninguém está no quarto. A televisão grudada na parede, esta desligada, o som das maquinas dizem que permanece viva.

Parece ter dormido por séculos, e todos seus músculos continuam congelados. Tem um tubo de respiração nasal que adentram sua narina, seus olhos rodeiam todos os cantos. Ela fica por pelo menos 1 hora, até o rosto familiar entrar no cômodo.

⎯ Agnes. ⎯ Ela limpou a garganta, e pestanejou rasamente.

⎯ Ninã⎯ Diz a mulher sorridente, caminhando até a garota.

⎯ Quantos dias?⎯ ela pergunta, sentindo a debilidade da própria voz.

⎯ Nove.

⎯ E a A.N.T?⎯ tudo que sai dos lábios da garota flamejantes são sussurros quase inaudíveis, e ásperos.

⎯ O tratamento teve uma falha no seu organismo, mas ele conseguiu estabilizar de forma lenta e pouco eficaz o tumor.⎯  A mulher responde honestamente, arrumando o cateter do pulso da garota.

Kiara assente sem muita estima, respirando fraco.

⎯ Seu pai vem todos os dias, ele convocou uma reunião com alguns médicos para essa semana. ⎯ ela confidencia baixinho, se arrependendo de ter falado ao ver Kiara a olhar confusa.

⎯ Alguém morreu?

A pergunta da garota faz com que a mulher se desnortei. Agnes está nervosa que não consegue conter os olhos em uma única direção.

⎯ Eu...foi há seis dias.   Ela balbucia de maneira desordenada.   Sage Ruther.

⎯ Como?! ⎯ Ela diz aguda, e vacilante.

⎯ Encontraram ela no banheiro, sem vida. A doença a matou em segundos.

Kiara observar o teto, franzindo a fronte angustiada. A tia de Sage, Diana Ruther doou sangue para a garota flamejante a alguns anos.

Sage amava revistas em quadrinhos, e caça palavras, queria ser uma jornalista famosa, as vezes passava horas no quarto de Kiara Anderson, sentada na cama pintando desenhos com a jovem. Ela tinha dez anos, e milhares de sonhos.

⎯ Quero ser jornalista. Sabia que a maioria dos super-heróis trabalham com jornalismo, Homem aranha, Superman, Supergirl, eles têm roupas lindas. Vou ser uma super-heroína, mas não pode contar para ninguém. ⎯ Ela falava entusiasmada, pintando cada detalhe. O sorriso dela é abundante, e cheio de esperanças. Esperanças que agora se encontram numa vala.

Kiara podia ver a perfeita imagem de uma menina de cabelos curtos e castanhos, de olhos enormes e negros. De repente Sage Ruther cai debruçada sobre o chão, com as malditas dores, sentindo a sua vida escorrendo de si, a boca que sempre teve sorriso vasto, pede por ar. Mas não há mais vida nos seus olhos que fitam o nada.

Tem lagrimas percorrendo a face da jovem flamejante, ela geme não de dor, mas de tristeza.

⎯ O câncer não escolhe as pessoas, e ele não se importa se elas são inocentes ou não, se as pessoas têm sonhos ou, amores.⎯  Ela diz de modo choroso, e os soluços corrompe o silêncio da governanta.⎯ O câncer não mata só os hospedadores, mas cada um que faz parte da vida deles, mata quem somos e quem seremos. Não quero matar ninguém, Ag!

Sem Cores, Sem DoresWhere stories live. Discover now