❝Sittin On The Dock of The Bay❞part/8

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Nate Westerfield deu um sorriso torto, assentindo para ela. Kiara viu ele abrir a boca, como se fosse dizer algo, e continuará em silêncio. Ele encostou os lábios perto do ouvido da garota, que agora ficara imóvel como uma estátua, rígida na poltrona, ainda examinando Jason no campo.

⎯ Susie Martin faz química comigo. Ela me convidou para sua festa de aniversário temática. Você vai? ⎯ disse ele, naquilo que mais se assemelhava a um sussurro.

⎯ Festa temática? Ah, sim. Susie Martin...ela também me convidou, nós fazemos audiovisual. ⎯ Kiara dirá veloz, dando uma olhada nos olhos grandes de Nate. Eles estavam perto o suficiente para ver os mínimos traços um do outro.

Jesus Cristo, ele é lindo!

⎯ Você vai estar com alguém? ⎯ especulou ainda com os olhos presos nos dela, esperando fielmente que ela o responda.

Ela sabe que o ruivo está se referindo a Jason, por que ele ultimamente estava em todos os cantos que a garota.

Ela sacudiu a cabeça em lentidão, negando. Aquela pergunta havia feito o coração da garota saltar de seu peito, e ela acabara engolindo em seco. Os olhos do ruivo brilham em um azul mais árduo, e ela sorrir.

⎯ Podemos conversar, ou nos diverti. ⎯ propôs ele, um sorriso torto exuberante.

⎯ Claro, nós podemos.⎯ concordava a flamejante.

***********

Pelo dicionário de Jason Resten, "Conversar e, nos diverti" eram palavras chaves para sexo. E ele irritara Kiara por toda semana sobre isso.

⎯ Sai com pelo menos dez garotas da escola que falavam "Conversar, ou nos diverti" e isso deu em sexo casual. Garotos e garotas usam o mesmo dialeto quando o assunto é pratica sexual. ⎯ Ele apanhava a porção de batatas e enfiava na boca, mastigando com a boca entreaberta.

⎯ Que nojo, Jason.⎯ Embora Kiara se referisse ao jeito dele comer, parte da expressão dela pertecia ao diálogo sexual.

No dia seguinte, Kiara Anderson interceptou o garoto que saia da aula de francês, praticamente se arrastando pelo os corredores.

Heantworth era uma escola canadense e todos os métodos de ensino eram canadenses. Todos os alunos eram forçados a apreender francês, era uma matéria padrão.

Ela puxou Jason Resten pela camisa, anestesiando os passos dele, andando lado a lado do garoto. Jason não dirigiu os olhos para ela, apenas continuou andando. Assim que o sinal do término de mais uma aula foi soado, os corredores ficaram superlotados.

Todos fadados a monotonia escolar, trajando o uniforme de singularidade. Seria errado dizer que era a única coisa comum entre eles, o uniforme e a monotonia?

⎯ Preciso que faça... ⎯ pronunciava baixo, certificando com os olhos impertinentes os outros vagantes, colhendo a certeza de que ninguém, além dele ouvia o que ela dizia.

⎯ Ah...Olá Jason. Gostaria de te falar o motivo por ter deixado-o esperando por 20 minutos na minha porta.⎯ Interrompeu irritado, se distanciando do burburinho dos outros alunos. Um semblante ríspido, não havia sarcasmo, só uma mandíbula pulsante. O que há de errado com ele?

⎯ Agnes, me trouxe para escola, não consegui te avisar. ⎯ respondeu fria, ela nem devia justificativas ao jovem, afinal ele é o submisso. Jason a olha de soslaio absorvendo a resposta, e assente.

⎯ Achei que você estivesse...

⎯ Morta? No dia que eu morrer, você será o primeiro a saber.⎯ Ela deu um tapinha no ombro, o consolando. Não era exatamente aquilo o que ele pensava. ⎯ Agora vamos parar de interromper uns aos outros, é muito disfuncional para a comunicação. Resumindo, é irritante.

⎯ Justo. O que você quer? ⎯ Jason afagou os cabelos, ambos fitando o fim do corredor.

Pela primeira vez ele não acenara, ou distribuiu toques nos punhos aos vagantes.
Estava atento ao que ela dizia.

Ríspido, como no dia em que ela apontou o dedo na cara dele. Está agindo de maneira indiferente.

⎯ Quero que me leve na festa temática de Sussie Martin, a sua amiga.⎯ Exigia ela.

⎯ Nunca. ⎯ disse naturalmente, sem nenhuma doze de interesse no rosto.

Jason tem uma das alças da mochila no ombro, e a mão direita enfiada no bolso da calça.

⎯ Como?! ⎯ Kiara voltou a puxa-lo pela camisa, fazendo ele desta vez parar.

⎯ Eu não posso. ⎯ Jason virou-se para ela que tinha os olhos arregalados. Dizendo duro e irreverente. ⎯ Não sou necessariamente um gênio em uma lâmpada, as coisas não funcionam assim.

⎯ Como não pode? Há necessidade de que ele lembre que você é rei desse lugar, você é Jason Resten! ⎯ Articulou fazendo ênfase no que era obvio, indignada com a resposta que ele a deu. A palavra SUBMISSO já estava perdendo o sentido no contexto.

⎯ Sei disso. ⎯ Assegurou convencido. Eles se tratavam com um total descaso. ⎯ Há um porém. ⎯ Jason acrescentou a induzindo virar o corredor oposto ao que dava para a aula de literatura. Levando-a em direção para a zona vermelha. Seus amigos já deviam estar na academia.

⎯ Porém? ⎯ perguntou, revirando os olhos duvidando do que ele dizia. Passou os dedos na testa, odiando o rumo que aquilo tomaria.

⎯ Sussie é muito burocrata em relação as suas festas. Ninguém pode levar ninguém. Tem que ser convidado por ela, é um lance dela. Por que quer ir? ⎯ Ele suspirou audível, não sensibilizando pela causa dela. Os cabelos dela presos dava a ele uma visão mais aguçada da sua face pálida.

⎯ Nate, ele perguntou para mim se eu ia nessa merda de festa. ⎯ Confessou, mordiscando os cantos internos da bochecha, procurando por uma solução.

⎯ É só não ir, e depois dizer que não se sentia muito bem. ⎯ falou em pragmatismo, enquanto os olhos cansados dela o observa friamente.

⎯ E por que eu faria isso, gênio? ⎯ Resmungou, os olhos cinzentos cerrados de maneira violenta.

⎯ Quer um conselho? É melhor você não ir a essa festa, é a maior carnificina sexual entre calouros e, veteranos. ⎯ Ele sussurrou como se estivesse á contando um artigo improprio.

⎯ Não importa, você vai me fazer ser convidada. Além do mais, tenho você e a sua fama de Bruce Lee para me proteger. ⎯ Ordenou, dando mais um tapinha no ombro dele, o fazendo se sentir um lacaio.

E ele não era mais que aquilo, um subordinado. Kiara Anderson, somente o está usando.

Ela toca com os dedos frios no rosto firme do castanho, sentindo o maxilar pulsante anestesiar, então faz um gesto de cabeça que indicava uma ordem.

Os lábios robustos dela, pareciam mais grossos quando ela os estica para concede-lo um sorriso evocativo. Ela está usurpando a sua sanidade.

Ela se afasta em passos coordenados, e vira em seguida para intercalar mais passos para longe. O castanho persegue os fios flamejantes se distanciar desaparecendo pelos corpos, vendo apenas os resquícios de uma imagem flamejante, entre tantas pessoas comuns.

Está mais uma vez parado, permanece com a mão do bolso da calça e a alça da mochila no ombro. Os olhos na figura distante, com corpos desconhecidos atropelando o seu próprio corpo.

Sem Cores, Sem DoresOnde as histórias ganham vida. Descobre agora