❝My Way❞ Part/3

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Bailavam sob a face, os fios rosas amesquinhavam a pele delicadamente, a íris azul acinzentada refletia a casa branca. Indecisa na calçada, remotamente insegura. A metade dos átomos em seu corpo retraiam-se, e por mais que tudo condizia negativamente, e o medo praguejava em rejeição, ela foi até a porta e tocou a campainha. Tamborilava os dedos na coxa, esperando ansiosamente que o indivíduo do outro lado, a abrisse. E não custou muito a isso acontecer.

— Kiara?! — Ele estava molhado, os cabelos negros escoriam pelo rosto, tinha os olhos castanhos questionadores, a mandíbula pulsava.

— Olá, Jason. — Ela colocou a mão na porta a escancarando, penetrando o recinto. Jason franziu a fronte, observando a petulância da jovem que andava livremente pela sala.

— Alyssa, não está em casa.  — Informou fechando a porta, verificando a camisa para se certificar que a vestiu corretamente. Analiticamente a olha, com a sua expressão arrogante.

— Realmente seu pai tem um gene muito bom. — diz ela erguendo um porta-retratos. Na foto está os dois abraçados.

— Eu tenho muita coisa pra fazer, pode esperar por Aly no quarto.  — Ele passou a mão no queixo impaciente, com quem já não se importava com a presença da garota petulante.

— Precisa se autodescobri no banho? — Ela diz com o tom pejorativo, acrescentando mais uma pergunta enquanto percorre a sala com o quê de capcioso. —Conhece Tobias Hallsen?

Ele sacudiu a cabeça negativamente, apático. Kiara perambulava a sala com um ar insolúvel, passando os dedos no tecido macio da poltrona da sala de estar. Ela está amofinando o garoto com aquele seu joguinho.

— Ele é um amigo da minha mãe, conversamos as vezes. Tobias, é analista técnico na delegacia, ou Hacker se quiser chamar assim. ⎯  Kiara tem voz constante,  e uma expressão sagaz. ⎯  Ele me disse que o carro do meu vizinho, foi apreendido por estar em alta velocidade, em área restrita. E disse que ele foi preso por dirigi bêbado, e saiu com uma fiança.

A cor sumiu da face dele, dará lugar a incredulidade. Ela tinha um sorriso determinado, atingirá ele facilmente com a sua falsa sutileza. Jason odiava que apontassem o dedo em seu rosto, ou que até mesmo tentasse o manipular.

Era muito arriscado, muito perigoso. E lá está Kiara com um sorriso, apontando o dedo no rosto de Jason, o desafiando como ninguém em sã consciência faria.

A mandíbula dele salta, uma, duas, três vezes em seu maxilar.

— Como descobriu?  — pergunta ríspido, cerrando a fronte violentamente. Os olhos dele não desviavam da garota, como um alvo a ser eliminado.

— Derek diz que sou boa em descobri, e subornar pessoas. E você me parece uma presa fácil. — Ela sussurrou última frase entredentes perversamente. Kiara adora o caos que aquelas palavras tem sobre ele.

— Não deveria se meter onde não é chamada, garota estupida.  — As palavras escapavam de seus lábios com imensa arrogância.

— Mal humor? Não estava de “Mal humor” na festa de quatro dias atrás, chapado, andando em alta velocidade com os seus “Amigos”, sendo preso.⎯ ela listava as coisas como um aviso. ⎯  Não é mesmo?

— Sai daqui! — A enxotou, mas ela permanecera analisando o local, nem importava com as intervenções exercidas por ele.

— Seu pai sabe disso? Espera! Isso não pegaria mal na sua faculdade? E seu futuro trabalho, irão aceitar um ex-detento? Estragaria a imagem comercial de qualquer empresa. — Ela recitava desafiadoramente, pressionando-o.

—Você é psicótica. — Jason sorriu insultuoso, ainda está próximo a porta esperando que a mesma a atravesse.

Kiara deu de ombros, anestesiando os passos lentos pelo cômodo. Os dois se encaram demoradamente, os olhos cinzas revelam uma pretensão assustadora.

— Posso fazer desaparecer, aniquilar a ficha criminal.  — Ela sugere por fim, ainda soava como uma psicótica, mas não tão aterrorizadora quanto segundos antes quando permanecia calada observando-o amplamente.

— Dinheiro, é isso que quer?  — ele diz com desprezo, afagando os cabelos incrédulo.

—Não, Não. Eu não sou maleável a dinheiro, e Tobias também não. Ele não confia em pessoas desconhecidas, então nem tente compra-lo. — Havia o encurralado, e Kiara vitoriosa prostrava-se no sofá.

—Há uma saída. — Ela exclama fazendo a atenção dele se voltar para ela e não para os pensamentos. Kiara afunda a cabeça no estofado, e junta as mãos calculistas. —Seja o meu subordinado.

—Subordinado? — Ele berrou, é como se tivesse pedido que ele colocasse uma corrente em seu pescoço, e a entregasse para que o conduzisse para o matadouro.

— Ou Submisso, se preferir.

Ou cachorro, se preferir. Foi exatamente isso que ele escutou.

— Você só pode tá de sacanagem! Quer que eu arrume sua casinha de boneca, ou faça um “Show de Stripper” para pessoas no convento. Pode pagar pessoas para isso, é milionária. E enquanto aquela hispânica?

— É eu sei, posso pagar. Eu gosto de subornar pessoas, é mais divertido. ⎯  Kiara morde o lábio, e ergue um pouco mais a cabeça.⎯  Tem uma lista imensa de pessoas que posso manipular, você terá vinte quatro horas para me dá uma resposta.

—Não! —falou como se aquilo já fosse obvio.

Ela saltou do sofá corrigindo a postura de chantagista, partindo na direção do castanho com os olhos estreitos cheios de coragem.

— Okay — diz com um sorriso largo nos lábios. — Richard receberá uma cópia da sua ficha da delegacia por e-mail, tem vinte e quatro horas para mudar de ideia. — Ela aproximou os lábios do rosto do garoto e sussurrou. — Tic Tac, Jason.

Richard. Ouvir o nome do seu pai vindo dos lábios psicóticos de Kiara era pior do que uma facada, ou do que milhares.

Seus cenhos continuam cerrados e a mandíbula pulsando, junto aquele nó que se faz na garganta. Não consegue falar nada, talvez nem devesse falar algo. O olhar dela cinzento como em um dia nublado o incitando a uma coação, olhos sufocantes e inatingíveis.

Ele não submeteria a uma suicida psicótica, ela não ferraria com sua vida.

Sem Cores, Sem DoresWhere stories live. Discover now