Alyssa que vivia sempre tagarelando histericamente, agora ficava em silencio notando a vizinha deitada na cama, com agulhas enfiadas nos braços. A cena do vestiário permeava na sua cabeça insistentemente.
Kiara parecia tão bem, até cair sobre o chão e simplesmente agonizar de dor.
⎯ Ela se encontra num estado bipolar, os medicamentos têm esse efeito. Terá horas que sentira sono profundo, e outras que ficara com insônia. Ela vai se recuperar, em um ou dois dias, o organismo precisa trabalhar. ⎯ Fala Natalie Eve, com um sorriso harmonioso.
Alyssa assente vendo a mulher arrumar os tubos nasais, na garota adormecida. A castanha ouve passos ressoarem atrás dela, e o suspiro do autor das passadas é familiar.
⎯ Eu vou para casa, Peter quer conversar com papai depois do jantar. ⎯ Diz ela, olhando de maneira fixa para o corpo na cama. Ela quer chorar, mas sabe que o irmão odiaria ver aquilo.
⎯ Certo, eu vou ficar aqui por mais algum tempo.
⎯ Se acontecer alguma coisa, quero que me ligue e mande mensagem, ou qualquer coisa. Promete? ⎯ exige a castanha.
⎯ Prometo!⎯ Ele ergue uma das mãos solenemente em um juramento. ⎯ Ligarei a Bat Luz para você, Aly.
Ela abre um sorriso estupido, dando uma cotovelada na costela do irmão mais velho que tenta manter o divertimento, mesmo em péssimas condições. Jason despede da castanha com um beijo na testa, e um com um olhar que diz que ficara tudo bem.
03:14 da madrugada, faz dez horas e oito minutos que Alyssa Resten deixou o quarto de Kiara na área oncológica. Os enfermeiros que vinha a cada duas horas, eram atenciosos e sempre cumprimentavam o castanho com um aceno.
Ele se recusa sair de perto da cama sentado numa poltrona. O seu treinamento foi mais excessivo que o normal, está totalmente destruído, seus músculos sedem sobre a cama, e os olhos fecham relutantes, debruçando próximo a cintura da garota.
⎯ Jason, Jason. ⎯ Ela sussurra, passando a mão nos cabelos negros do rapaz.
Seu tom é ameno, e suas mãos são carregadas de ternura, ela acaricia a face dele, pode sentir alguns fios áspero e ralos de barba brotando no queixo.
⎯ Oi. ⎯ Ele retruca com voz rouca e sonolenta, abre os olhos e depois os fecham, as mãos dela ainda acaricia o rosto, as mandíbulas dele se movem, e suas covinhas apontam um sorriso manhoso.
⎯ Porque ainda está aqui? ⎯ falou com voz entrecortada e ruidosa. Ele tem o lençol dela envolvidos em suas mãos, formando um travesseiro macio.
⎯ Eu não sei.⎯ Jason falou com os olhos fechados.
⎯ Precisa ir para casa dormir. ⎯ aconselhava ela.
⎯ Não estou com sono. ⎯ disse grogue.
⎯ E porque não abre seus olhos?
⎯ Fotofóbico.⎯ defendeu-se. Ela riu, e balançou a cabeça cética quanto ao que ele disse.
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Sem Cores, Sem Dores
Teen FictionKiara Anderson desde criança sofreu com sérios problemas de saúde, por conta de um câncer. No quase fim da adolescência, depois de varias tentativas de suicídio sem nunca conseguir chegar ao final, a mesma decide arrumar todos os preparativos do pró...