Capítulo 40

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Às vezes, quem desejamos que fôssemos, o que desejamos poder fazer, simplesmente não é nosso destino.”— Moana: Um Mar de Aventuras


Eredor plantava alguns brotos de ervas mágicas em seu extenso canteiro protegido por magia, as nuvens carregadas eram excelentes para a plantação. O elfo ousava dizer que a época chuvosa era sua favorita do ano, seu pai sempre lhe dizia: "A chuva antecede a colheita vindoura".

Ele cantarolava uma canção, sendo acompanhada pela pequena Adda, que construía um castelinho de barro para os insetos ao seu lado. Adda sempre fora sua fiel companheira.

O elfo ergueu a cabeça ao escutar som de passos. Aquela era uma parte restrita de Papoula, apenas os melhores alquimistas tinham livre acesso, mas sempre havia algum curioso tentando espiar o mágico canteiro. 

Porém, sorriu ao ver que era a elfa mais linda que já havia visto em toda sua vida: sua esposa. 

— Aconteceu algo, querida? — Ele perguntou, correndo seus olhos pelo corpo da mulher com certa preocupação. — Você está se sentindo bem?

— Pelo Deus da Floresta, Eredor! Eu estou esperando um filho seu, não estou morrendo! — a mulher reclamou, cruzando os braços a altura do peito. 

Toda essa aspereza era compreensível, ele havia descoberto que seria pai novamente na noite anterior, uma notícia que o encheu de emoção e o fez se esquecer de todas as preocupações que lhe invadiram devido à possibilidade de ser descoberto o paradeiro de Aura. Porém, como nem tudo são flores, ele ainda não havia descoberto o responsável pela tentativa de envenenamento a Adda, mesmo colocando Florence a par da situação. 

Estava perto, perto demais, Eredor ainda não tinha uma resposta concreta, porém o assassino estava ali, em Papoula. Havia buscado secretamente por uma resposta há semanas. E então deu-se conta de que ela deveria estar mais perto do que imaginava, tinha que ser alguém dali, do meio deles. Afinal, quem melhor para nos conhecer do que aqueles que estão conosco?

E com outro filho à caminho, sua preocupação beirava a loucura. Ivyna perdeu a paciência na vigésima quarta vez em que ele lhe perguntou se tinha sentido algum mal estar, como havia dito... Compreensível.

— O que houve então?  — O elfo perguntou, limpando as mãos sujas de terra na roupa.

A expressão dela relaxou, e ela respondeu serenamente: — Príncipe Fault está aqui, ele queria conversar com você. 

Eredor piscou algumas vezes incrédulo. Fault quase não o visitava em Papoula, na verdade nenhum dos príncipes tinham o costume de deixar o palácio. 

— Ele disse o motivo?  — Perguntou, confusão pairando em sua face. 

A mulher suspirou em aflição antes de responder: — Algo sobre Yanna.

Eredir tomou uma lufada de ar, batendo a terra para longe de suas roupas antes de se afastar do canteiro, com Adda em seu encalço. Enquanto o casal rumava em direção a árvore gigantesca, que servia como casa do elfo, Eredor viu Adda se afastar, sendo seguida por sua esposa. 

Adda correu em direção ao filho de Fenrir e Eredor relaxou, sabendo que Ivyna cuidaria das crianças brincando. 

Quando o elfo chegou em seu escritório, se deparou com o príncipe Fault sentado de maneira tensa em uma das cadeiras de ramos. Os cabelos do príncipe estavam arrumados em uma trança meio desleixada, como se feita às pressas, entretanto, Fault continuava tão elegante como sempre. 

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaWhere stories live. Discover now