"São corações infelizes
Em busca de tudo.
Todos eles chegam implorando
Faça-me um feitiço!
Que é que eu faço?
Eu ajudo."
- A Pequena Sereia❀
Yanna abriu a porta do quarto com um pouco de dificuldade. Já destransformada de sua forma híbrida, equilibrava Eden em seus ombros, que gemia de dor a cada movimento.
— Você vai ficar bem, vai ficar bem... — Yanna repetia, de maneira quase compulsiva.
A ruiva o empurrou, o mais suavemente que podia, e Eden se deixou cair esparramado na cama, enquanto os lençóis brancos lentamente se mancharam mais e mais com o sangue que escorria de suas feridas. As grandes queimaduras espalhadas por sua pele tinham as bordas escurecidas e queimadas, enquanto a carne viva e rosada em seu meio parecia brilhar contra a pele de Eden. Haviam muitos hematomas espalhados, divididos entre roxo, preto e verde de forma doentia.
— Você tem algo para curar por aqui? — Ela perguntou, correndo os olhos pelo quarto sem realmente vê-lo.
Movendo-se lentamente e soltando um óbvio grunhido de dor, Eden apontou para um pequeno baú aos pés de sua cama.
Yanna correu para se ajoelhar diante do baú. Suas mãos tremiam, nervosas, e ela se atrapalhou com a fechadura, entretanto, assim que conseguiu abri-lo, deparou-se com uma pequena variedade de poções coloridas e brilhantes, ataduras, algodão, pequenos panos e cordas. Tentando não pensar muito no último item, Yanna pegou panos, ataduras e algumas poções que ela reconheceu como poções de cura e para dor, antes de voltar para perto de Eden.
A guerreira ajudou Eden a se sentar contra a cabeceira da cama, antes de entregá-lo os frascos com as poções. Eden bebeu sem reclamar e Yanna começou a limpar suas feridas o melhor que podia, usando o pano limpo.
— Sei que... Ah! — Eden começou a dizer, sua voz rouca e um pouco quebrada, mas se interrompeu com uma exclamação de dor — Sei que não... Não é sua natureza, mas pode ser um pouquinho mais delicada?
Yanna revirou os olhos. Contudo, à partir daquele momento, começou a prestar atenção na força que exercia em suas mãos.
Quando terminou de limpar os ferimentos, Yanna passou a enrolar as ataduras nos machucados mais sérios. Ela não era boa nisso, os curativos pareciam meio frouxos e mal enrolados, mas ela fez o melhor que podia.
— Deite-se um pouco — pediu, empurrando Eden com cuidado para baixo. — Você quer água, ou alguma outra coisa?
O moreno fechou seus olhos e negou com a cabeça. Seu rosto, antes contraído de dor, parecia um pouco mais suave. Yanna supôs que as poções haviam começado a fazer efeito.
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Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de Alexandrita
Fantasy"Sua luz não deveria iluminar um monstro como eu" Nas mágicas terras de Feeryan, no belo reino de Alexandrita, uma terrível maldição foi lançada em uma alma inocente por um coração em busca de vingança. A princesa Aura, dona de um coração bondoso m...