Capítulo 48

367 72 1.4K
                                    

"São corações infelizesEm busca de tudo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

"São corações infelizes
Em busca de tudo.
Todos eles chegam implorando
Faça-me um feitiço!
Que é que eu faço?
Eu ajudo."
- A Pequena Sereia

Yanna abriu a porta do quarto com um pouco de dificuldade. Já destransformada de sua forma híbrida, equilibrava Eden em seus ombros, que gemia de dor a cada movimento. 

— Você vai ficar bem, vai ficar bem... — Yanna repetia, de maneira quase compulsiva. 

A ruiva o empurrou, o mais suavemente que podia, e Eden se deixou cair esparramado na cama, enquanto os lençóis brancos lentamente se mancharam mais e mais com o sangue que escorria de suas feridas. As grandes queimaduras espalhadas por sua pele tinham as bordas escurecidas e queimadas, enquanto a carne viva e rosada em seu meio parecia brilhar contra a pele de Eden. Haviam muitos hematomas espalhados, divididos entre roxo, preto e verde de forma doentia. 

— Você tem algo para curar por aqui? — Ela perguntou, correndo os olhos pelo quarto sem realmente vê-lo. 

Movendo-se lentamente e soltando um óbvio grunhido de dor, Eden apontou para um pequeno baú aos pés de sua cama. 

Yanna correu para se ajoelhar diante do baú. Suas mãos tremiam, nervosas, e ela se atrapalhou com a fechadura, entretanto, assim que conseguiu abri-lo, deparou-se com uma pequena variedade de poções coloridas e brilhantes, ataduras, algodão, pequenos panos e cordas. Tentando não pensar muito no último item, Yanna pegou panos, ataduras e algumas poções que ela reconheceu como poções de cura e para dor, antes de voltar para perto de Eden. 

A guerreira ajudou Eden a se sentar contra a cabeceira da cama, antes de entregá-lo os frascos com as poções. Eden bebeu sem reclamar e Yanna começou a limpar suas feridas o melhor que podia, usando o pano limpo. 

— Sei que... Ah! — Eden começou a dizer, sua voz rouca e um pouco quebrada, mas se interrompeu com uma exclamação de dor — Sei que não... Não é sua natureza, mas pode ser um pouquinho mais delicada?

Yanna revirou os olhos. Contudo, à partir daquele momento, começou a prestar atenção na força que exercia em suas mãos. 

Quando terminou de limpar os ferimentos, Yanna passou a enrolar as ataduras nos machucados mais sérios. Ela não era boa nisso, os curativos pareciam meio frouxos e mal enrolados, mas ela fez o melhor que podia. 

— Deite-se um pouco — pediu, empurrando Eden com cuidado para baixo. — Você quer água, ou alguma outra coisa?

O moreno fechou seus olhos e negou com a cabeça. Seu rosto, antes contraído de dor, parecia um pouco mais suave. Yanna supôs que as poções haviam começado a fazer efeito. 

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaWhere stories live. Discover now