Capítulo 1

2.2K 502 4.5K
                                    

"Por uma vez na eternidade

Essas luzes vão brilhar

Por uma vez na eternidade

A noite inteira vou dançar..." - Anna, Frozen Uma aventura congelante.

O sol nascia dando início à mais um dia, a brisa rodopiava pequenas pétalas para dentro do quarto, onde a pequena princesa estava enrolada sobre os cobertores da enorme cama que repousava, o quarto em um verde claro, com pequenas flores de diamante espalhadas pela parede, tudo em um tom rosa e verde.

Aura crescia, e a cada ano se tornava mais linda, adorada por todos e corajosa. Mas conforme ela crescia, a maldição também crescia em si. Como proclamado naquela noite, nenhuma gota de poder corria em suas veias, o único fator que a diferenciava dos humanos eram as delicadas asas finas e a estranha liberdade que eles deviam ter, algo que estava longe de sua realidade. Entre seus três irmão super protetores, Aura se via cada vez mais sufocada. Como uma pequena boneca de cristal, mantida longe de qualquer mínima coisinha que pudesse afetá-la.

Mas hoje não - Aura pensou erguendo-se em um pulo de sua cama. Hoje era o Festival dos Pequenos Brotos, um evento anual em seu reino, onde cada corte se dedicava a apresentações belíssimas e os cidadãos podia escolher qual das cortes gostaria de participar: A corte Amarílis, dedicada aos seres praticantes das artes; A corte Narciso, para guerreiros, aqueles de força física e dispostos a lutar por seu reino; A corte Papoula, onde Elfos anciões compartilhavam seus conhecimentos de cura; Ou a Corte Dália, dedicada aos cultivos da terra para alimentar o povo.

Aura sabia que não poderia escolher uma corte por ser uma princesa, mas ela desejava ao menos ter a oportunidade de assistir a bela comemoração, afinal já tinha oito anos e nunca havia visto um festival de Alexandrita, apenas alguns resquícios que dava pra ser visto da janela de seu quarto.

A pequena princesa pensou em uma abordagem diferente já que Florean, Fauth e Primrose sempre se recusaram a levá-la, desceu de sua cama, os delicados pés pequenos logo correram corredor afora. Seu pai....talvez ele permitisse, e se ela olhasse com os olhinhos cobertos por lágrimas, seria ele capaz de resistir a tamanha fofura? Duvidava muito disso, ele era um homem distante, sempre isolado em seu próprio mundo, quase não o via, mas Aura sabia que tinha um coração ali, tinha que ter, caso contrário nunca sairia.

Ainda trajando sua camisolinha de babados, Aura correu animadamente em direção ao salão de reuniões reais, onde seu pai costumava passar grande parte do tempo.

Assim que chegou na porta, toda a euforia se transformou em timidez e ela parou, olhando desconfortável para a maçaneta. Deveria abrir? E se seu pai ficasse irritado? Ele poderia estar ocupado. Fechando os olhos com força, Aura se lembrou de que aquela poderia ser sua única oportunidade e, reunindo toda a determinação que podia, ergue-se na ponta dos pés para alcançar a maçaneta.

Lá dentro, ela podia ver seu pai sentado em uma grande cadeira de ramos, acompanhado do Senhor da Corte Narciso, Lord Gordon.

Aura nunca havia gostado do homem. Um sujeito loiro e grande, sempre trajando pesadas armaduras e muito bem armado, que falava alto demais.

- Majestade com todo respeito, isso que o senhor planeja é um absurdo! Não podemos soltar aquelas feras malditas! - Rugiu Lord Gordon. - Eles merecem cada minuto de dor e sofrimento que nós...

Mas naquele momento, Aura abriu um pouco mais da porta, causando um sonoro rangido.

Diante do ruído, o rei Florence desviou sua atenção do outro homem, vendo dois enormes olhos verdes o espiando pela porta.

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz