Capítulo 25

565 115 1.7K
                                    

"É um momento tão legal
Minha vida é sensacional
Isso é mais, muito mais
Do que eu sempre quis
No momento eu me sinto tão feliz - Melody, A pequena sereia 2

Yanna e Morgan jamais imaginaram que uma inocente viagem marítima poderia ser tão cansativa.

Após uma noite um tanto mal dormida, todos foram acordados logo nos primeiros raios da manhã pelos marinheiros, que gritavam comandos, zombavam e atiravam coisas uns nos outros.

Algum tempo depois, jogados sobre o convés, o daemon e a guerreira observavam Aura, que estava apoiada contra a mureta lateral do barco. Os cabelos da princesa brilhavam como ouro fundido sob o sol escaldante, sua pele pálida estava levemente avermelhada.

Aura tinha seus olhos fechados, aproveitando a brisa marítima que balançava seus cabelos. Tinha um cheiro agradável e único.

Mas Aura não conseguiu aproveitar a brisa refrescante por muito tempo, a paisagem era bela demais para ser desperdiçada.

Não havia uma única nuvem no céu. A água abaixo de si era de um tom tão cristalino de azul, que mal podia-se ver a divisão entre o céu e o mar no horizonte, eles se fundiam em um só, criando uma imensidão variando em diversos tons de azul.

O chão de madeira do barco era, quase sempre, coberto por ondas um tanto mais fortes, o que fez Aura tomar a decisão de andar descalça, para sentir a água entre os dedos.

Vez ou outra, aparecia algum companheiro de viagem. Aura pôde ver alguns botos cor de rosa nadando ao lado do barco, pulando e fazendo acrobacias para agradar os turistas; Viu também uma lula gigante, que exibia sua coloração púrpura enquanto nadava a beira da superfície; Uma serpente marinha vermelha, tão grande que poderia dar duas ou três voltas no barco com seu corpo, passou zigue-zagueando tão perto, que Yanna foi obrigada a se jogar sobre Aura para impedir a princesa de tocar-lhe as escamas.

Aura se virou ao ouvir sons de enjôo e resmungos. Lyones e Ezra estavam encolhidos, próximos ao mastro, cada um com um balde no colo, choramingando sobre "navios estúpidos e ondas estúpidas", enquanto Eileen revirava sua bolsa, em busca de uma poção para curar os amigos.

Diferentemente de Lyones e Ezra, Aura não se incomodava com o balanço inconstante do pequeno barco. A loira parecia cheia de energia, para desespero de Yanna e Morgan.

— O que isso faz? — Perguntou Aura para ninguém em particular, apontando para um enorme emaranhado de cordas, jogado em um canto qualquer.

— Estão aí de reserva, caso alguma se rompa — disse um marujo, com a barba suja de sopa.

— E isso? O que faz? — Ela perguntou, observando uma grande estrutura sobre a mureta do barco.

— Serve para segurar a prancha — respondeu outro marujo, este com um longo rabo peludo saindo do cós das calças.

Mas Aura não se deu por satisfeita, durante todo o dia, a garota saltitou por todo o navio, fazendo perguntas e mais perguntas.

— O que será que é isso? — Ela perguntou, olhando para uma corda grossa, estirada bem ao lado do mastro e, com um grande nó, continuava para fora do barco, em direção à água.

— Raio de Sol, não faça...— Morgan tentou, correndo na direção da garota, mas não foi rápido o suficiente.

Com um puxão, Aura desfez o nó, fazendo a corda que ia para o mar afundar com toda a força e, quando ela tentou agarrá-la, puxou-a junto.

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaWhere stories live. Discover now