"Lendas são lições, elas carregam a verdade" — Elinor, Valente
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Um calor agradável envolvia o corpo de Aura enquanto Maegi agitava suas mãos ao redor de seu corpo. A bruxa não chegava a tocá-la, suas mãos giravam, centímetros acima de sua pele, mas Aura podia sentir seus movimentos, como o beijo de um fantasma.A energia, o calor acolhedor, exalava das mãos repletas de anéis enquanto as pulseiras tilintavam alegremente.
Maegi ordenou que ela mantivesse os olhos fechados enquanto realizava seus procedimentos, então a fada permaneceu no escuro dos próprios pensamentos. Ela estava ciente do sofá macio abaixo deseue corpo e dos murmúrios de Maegi em uma língua antiga.
De algum lugar atrás de si, Aura sabia que Morgan estava presente. Não podia vê-lo, mas podia ouvir o som oco de suas botas contra o chão de pedra, andando em círculos. Ela sorriu ao imaginar a expressão preocupada que provavelmente reinava no rosto de seu amado. Suas sobrancelhas arqueadas e boca retraída enquanto alguns fios de cabelo deslizavam teimosamente para diante de seus olhos.
Tão lindo...
— Abra a boca, querida. — Ela ouviu a voz de Maegi, enquanto uma mão envolvia seu maxilar. Aura obedeceu e, antes que pudesse perguntar o motivo, algo pequeno e áspero foi depositado sobre sua língua. — Agora mastigue pelo máximo de tempo que puder.
Aura obedeceu novamente. Quando seus dentes apertaram a superfície crocante do que, pelo gosto, parecia ser uma raíz ou algum tipo de casca, Aura não estava preparada para a sensação entorpecente que se espalhou por seus membros.
A princesa derreteu sobre seu assento. Ela não se sentia sonolenta, ou algo do tipo, mas cada mísero pedaço de seu corpo parecia mole, relaxado.
A dor, que ainda ardia em sua cabeça, parecia um pouco mais fraca a cada mordida. O sulco gosmento que se espalhava por seus lábios fazia o interior de sua boca formigar e Aura não podia deixar de se perguntar o que era aquilo.
Um suspiro de contentamento deixou os lábios da princesa enquanto ela apoiava a cabeça contra o encosto do sofá, seu mastigar se tornava mais lento. Depois de horas e horas sendo açoitada pela dor horrenda, um pouco de alívio parecia a melhor coisa do mundo.
— O que foi, raio de sol? — Aura pode ouvir os passos de Morgan se aproximando e sua mão forte pousando em seu ombro, mas ela se sentia confortável demais para responder. — O que você deu para ela?!
— Não rosne para mim, garoto. — Ela ouviu a voz desdenhosa de Maegi, cada vez mais distante em sua mente. — É apenas uma erva de Qhantt, vai fazê-la relaxar um pouco e aliviará as dores. É difícil de conseguir, então mostre algum respeito.
— Obrigado... — Se Aura tivesse alguma força, teria rido do tom contrariado de seu daemon.
— O entorpecente perderá o efeito assim que ela parar de mastigar, mas a dor será afastada. — Maegi explicou e Aura deixou escapar um bocejo. — Vamos querida, cuspa aqui.
Mesmo que sua vontade fosse apenas se enrolar em uma bola e dormir para sempre naquele sofá, Aura abriu os olhos, piscando algumas vezes para se acostumar com a luz.
Maegi tinha seu rosto próximo o suficiente para que Aura visse cada detalhe de seu rosto estóico e tinha um pequeno pote sobre as mãos, onde Aura rapidamente cuspiu a pequena raiz.
Assim que ela o fez, Maegi girou o pote entre as mãos e, com um clarão ardente, o fez desaparecer.
— Como se sente? — A bruxa perguntou.
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Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de Alexandrita
Fantasy"Sua luz não deveria iluminar um monstro como eu" Nas mágicas terras de Feeryan, no belo reino de Alexandrita, uma terrível maldição foi lançada em uma alma inocente por um coração em busca de vingança. A princesa Aura, dona de um coração bondoso m...