Capítulo 28

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"Achei que nós conseguiríamos" — Moana, um mar de Aventuras

Embalada por um sono agradável e embolada em meio a cobertores macios, Aura demorou a entender o que a havia acordado tão abruptamente.

Quando abriu os olhos, a princesa não pode deixar de se sentir meio confusa.

O chão e teto eram feitos de obsidiana, tão escuros que Aura não pode deixar de pensar que se pulasse alí, se perderia no infinito. As paredes rochosas, ornadas com grandes espadas, pequenas adagas e prateleiras repletas com peças de metal que haviam lhe despertado a curiosidade, mas no momento ela não podia vê-las tão bem, graças a penumbra causada pelas grossas cortinas cinzentas. Ela logo se lembrou de estar no quarto de Morgan.

Inclusive era este o motivo de estar acordada.

A cama esculpida em pedra, com uma cabeceira elegantemente ornada e que Aura percebeu ser exageradamente grande, parecia tão pequena que Aura se viu encolhida na ponta e ela logo entendeu o porquê.

Morgan ainda dormia, mas um sono inquieto, onde o rapaz não parava de se mexer e, vez ou outra, resmungar alguma coisa. Suor escorria por seu corpo, deixando a camisa colada em seu peito, mas ele tremia, parecendo ter frio, ocupando praticamente toda a cama.

— Mor? — Chamou Aura, tocando-lhe delicadamente o rosto. Vendo a falta de reação, ela o chacoalhou com força. — Morgan! Acorde!

Repentinamente, os olhos verdes de Morgan se arregalaram, enquanto ele se levantava, apoiando as costas contra a cabeceira da cama.

— Raio de sol..? — Ele murmurou, ainda dividido entre a moleza causada pelo sono e a euforia da surpresa. — O que houve?

— Eu que deveria perguntar! Você está ardendo em febre! — Exclamou Aura, levando a palma da mão a testa de Morgan, antes de pular para fora da cama e correr até a discreta porta que levava ao banheiro.

— Volte para a cama, raio de sol… — resmungou Morgan, deitando-se novamente e se cobrindo até o rosto. — Fique comigo.

Ignorando os apelos manhosos do rapaz, Aura adentrou o pequeno banheiro. Não era muito grande, mas era realmente organizado. Ela rapidamente molhou um pequeno lenço de pano, antes de voltar para perto de Morgan, usando-o para umedecer a testa do daemon.

— O que está fazendo? — Ele exclamou ao sentir o pano molhado tocando sua pele, fazendo-o se arrepiar ainda mais, tremendo pelo frio.

— Meu irmão fazia isso comigo quando eu estava com febre, sempre ajudava — ela disse, altiva, ainda acariciando-o suavemente com o pano. — Você tem alguma erva ou poção para febre por perto?

— Eileen que guarda essas coisas — Morgan deu de ombros e Aura se preparou para levantar, mas antes que chegasse realmente a fazê-lo, Morgan a segurou pelo pulso. — Não vá. Não é nada demais.

— Mas... — Aura o olhou nervosamente, apertando o paninho entre as mãos.

— Vou ficar muito melhor se você estiver perto de mim — ele gracejou, mas ao ver a expressão séria no rosto da garota, soltou um longo suspiro. — Certamente é culpa da mordida, logo irá passar, não se preocupe com isso.

Morgan assegurou, e não era mentira. O processo de cura no corpo dos daemons, quando comparada com o de outros feéricos, eram lentíssimo, uma compensação pelo excesso de força que tinham, mas era certo que pela manhã, ele já estaria novinho em folha.

Já Aura, pensou se deveria perguntar a ele que tipo de criatura havia lhe mordido. E também cogitou ter sido um daemon.

Bom, se fosse um daemon ela teria de se lembrar de avisar Morgan para não mordê-la. Aura corou absurdamente com a ideia de ter cogitado isso. Por que diabos Morgan iria me morder?! Pensou ela.

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin