Capítulo 5

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Dance nas nuvens, no amanhecer

Veja só, seja tudo aquilo que você quer ser

Pois o mundo não para e nem vai te esperar

Siga os seus sonhos e encontre o lugar

Onde o seu coração pra sempre vai brilhar - Cinderella 2

❀❀❀

"Queridos irmãos e papai,

Espero que um dia, vocês possam me perdoar pelo que fiz. Saibam que amo vocês e me dói mais que qualquer coisa no mundo não passar os meus últimos meses ao lado de todos vocês, mas eu não podia continuar presa, impedida de saber o que há fora das paredes desse castelo. Prometo que voltarei á tempo para me despedir.

Eu já aceitei que meu tempo está no fim, sei que vocês se recusam a ver, mas está. Depois de todos esses anos sem uma cura, não será nos meus últimos meses que uma surgirá.

Eu quero viver, quero conhecer o mundo, respirar ar puro, conhecer pessoas e fazer tudo o que o tempo que tenho me permitir. Talvez eu possa viver uma aventura, quem sabe? Eu jamais saberei se não tentar.

Novamente, peço que sejam capazes de me perdoar, mas eu precisava fazer isso. Não posso morrer sem jamais ter vivido.

Amo vocês mais que a mim mesma. Até breve.

De sua filha e irmã

Aura"

Florean marchava de um lado para outro, o som de seu coração batendo furiosamente parecia ecoar por todo o quarto e ele até mesmo tinha dúvidas se seus irmãos podiam ouvi-lo. Ele queria gritar, chorar e atirar alguma coisa na parede, mas se limitou a pisar duro contra o tapete macio do cômodo.

Primrose não disse uma única palavra, apenas olhava inerte para a parede a sua frente. Os olhos arregalados pelo choque e a respiração acelerada enquanto Fault, sentado a seu lado tinha o rosto vermelho vivo, olhando receoso para o pai, que apenas encarava o papel esverdeado em suas mãos, também em silêncio.

Repentinamente, Florean se jogou sobre o sofá, entre os irmãos.

- EU NÃO ACREDITO QUE ELA FEZ ISSO! - gritou o rapaz de cabelos ruivos, fazendo o loiro se sobressaltar.

- Como ela... Por que ela fez isso? - Primrose murmurou, ainda estático. - Ela devia ter nos dito isso, conversado conosco!

- Ela tentou... - Fault murmurou. - Milhares de vezes.

- O que?! - Florean chiou, como um gato sendo pisado, enquanto olhava feio para o irmão. - Você apoia essa loucura?! Fault, como pode ser tão idiota?!

- N-não! E-eu não apoio! - ele gaguejou, encolhendo-se sobre o sofá. - Como pode dizer i-isso? Eu quero vê-la feliz... digo, segura como todos vocês!

- Espera aí... - Primrose estreitou os olhos para ele. - Você sabia?!

- E-eu? Porque pensa isso? - Exclamou Fault ainda tropeçando em palavras, sua expressão era de puro atordoamento.

- Você mente mal, desde pequeno sempre foi assim - Primrose continuou com os olhos ainda estreitos. Ele cederia à pressão, Fault sempre cedia.

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaWhere stories live. Discover now