Contos de Primavera - Sirean

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E aqui estamos nós para mais um especial! Dessa vez como foco Siren e Florean.

Diferentemente de Edyanna, não estamos tratando de uma cena do presente aqui, mas sim do passado, quando Siren e Florean ainda eram namorados.

Enquanto Siren estava apaixonada com todas as suas forças, Florean não a amava em retorno, então por favor, por enquanto não esperem nada cheio de romantismo.

Aproveitem!


Siren deslumbrava-se cada vez mais com a beleza de Alexandrita.

Havia visitado o reino junto de seu pai e suas irmãs algumas vezes ao longo dos anos, mas nunca de fato havia se acostumado com tantas cores, cheiros e flores. O curioso era que em cada canto que olhasse, havia ramos e brotos, inclusive, decorando a parede de seu quarto havia ramos com flores lilás, formando uma trilha delicada em volta da grande janela. Pelos tetos cobertos pela vidraça, ela conseguia ver claramente o céu límpido. Céu este, que não era avistado abaixo d'água.

A sereia jogou-se sobre a cama coberta por panos rosas de cetim, era tão similar a uma flor que às vezes Siren sentia-se como uma joaninha.

Depois que sua mãe enlouqueceu de vez, as visitas a Alexandrita se tornaram ainda mais frequentes, quase que mensais, e foi assim que se tornou namorada de Florean. O futuro rei de Alexandrita. Ele era o sonho de Siren desde o primeiro instante que se viram. Os olhos âmbar, e os cabelos ruivos, era como fogo. Siren sempre quis ver o fogo de perto.

Fogo, isso! Seria a primeira coisa que pintaria quando chegasse em Pérola, e depois as flores, o pôr do sol... Eram tantas coisas. A sereia pensava enquanto deslizava de forma preguiçosa sobre os lençóis, sentindo os fios roxos se tornarem um amontoado embaraçado.

Até que ouviu passos do lado de fora do corredor. Era ele! De forma destrambelhada Siren sentou-se sobre a cama, cruzando as pernas, enquanto seus dedos corriam pelos fios, ajeitando-os. Precisava parecer uma dama; delicada, afetuosa e nobre, afinal seu visitante era um primogênito herdeiro.

Beleza não se põe à mesa, Lembrava-se de Delphine, sua irmã mais velha, dizer cruelmente, alegando que ela precisava mostrar seus outros atributos. Falar como costumava a falar, ser ela mesma... nem pensar! Que rei iria querer uma maluca?

- Princesa, eu posso entrar? - Ouviu a voz de Florean vindo do lado de fora.

O suficiente para disparar o coração de Siren que levou a mão aos lábios, mordendo as unhas.

Tomando uma lufada de ar, e endireitando o corpo, ela respondeu: - Sim, entre.

Florean passou pela porta, fechando-a atrás de si. As roupas nobres em tons de vermelho, assim como o cabelo ruivo fez Siren suspirar, admirando-o. Imaginou-se pintando-o, a imagem de fundo seria o entardecer, quando o céu combinava perfeitamente com ele.

Feche a boca senão entra girino, Cantarolou em pensamento, controlando o riso preso na garganta diante de sua própria piada.

- Eu estava te aguardando - sorriu, ao vê-lo sentar ao seu lado.

- Foi um dia cheio - Florean suspirou.

- Talvez queira me contar sobre...? - Siren piscou os olhos, esperando uma resposta.

Entretanto, ele respirou fundo antes de murmurar um: "Quem sabe outra hora".

Ela concordou com a cabeça, antes de encostar seu corpo sobre o ombro dele. Não sabia ao certo o que dizer, sendo bem sincera, quase nunca sabia.

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaWhere stories live. Discover now