Capítulo 98

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Um casamento assim nunca existiu
Evento igual, jamais se viu - Aladdin”

Morgan sentia como se centenas de formigas dançassem sobre sua pele, tornando-se quase impossível ficar parado.

Mas ele se manteve, com os ombros retor e mãos unidas as costas, obedientemente, no altar. O trono de Alexandrita estava logo a sua frente, mas Morgan se forçava a não olhar para aquela monstruosidade erguida em raízes contorcidas.

O grande salão do trono havia sido milimetricamente decorado. A grande abóbada de vidro tinhas suas vigas cobertas de rosas trançadas, centenas de cadeiras de ramos floridos haviam sido colocadas de frente para o altas do trono. Fitas verde pálido, com rosas bordadas, haviam sido espalhadas pelo salão, balançando conta o vento nas cores de Alexandrita.

Um caminho de pétalas de rosas havia sido feito no centro, da entrada ao altar, cercado por belos arranjos, unidos um ao outro com fios de ouro trançados para marcar o caminho. Pétalas mágicas e brilhantes voavam pelo ar formando imagens, em uma silenciosa apresentação, que Morgan havia visto algumas vezes em Papoula durante festivais.

Ao fundo, logo na entrada, uma pequena orquestra havia sido organizada, preenchendo o ambiente com músicas suaves e melódicas.

Ao lado de Morgan, estava Eredor. O elfo parecia lutar para conter um sorriso divertido com a inquietação do daemon, e parecia muito melhor do que Morgan havia visto em muito tempo, com seus cabelos longos bem cuidados e belas roupas alaranjadas.

Morgan correu os olhos pelos convidados. Ele pode ver alguns rostos familiares, como lady Eweline, trajada com a roupa mais colorida que Morgan ja havia visto e lady Fridda, com um vestido de folhas bordadas de forma inesperadamente elegante e que portava o pequeno Eren em seus braços. Mas, em sua maioria, em rostos altamente desconhecidos.

Na primeira fila de cadeiras da direita, estava a família de Aura. Fault, Primrose, Siren, Yanna, a pequena Adda sentada ao lado deles e uma cadeira vaga, em homenagem a lady Ivyna.

À esquerda estava a família de Morgan. Eileen, Lyones, Eden e Ezra. Morgan se sentiu um pouco mal quando viu Eden e Yanna separados, mas Eden o garantiu que estava tudo bem, apenas Yanna que não abriria mão de estar  representando parte da família de Aura, como a irmã que, apesar de não em sangue, Yanna sempre havia sido.

Das fileiras de trás em diante, haviam alguns elfos, ninfas e dríades que ele se lembrava de ter conhecido em Papoula, mas pouquíssimos rostos eram reconhecíveis para Morgan. A grande maioria o olhava com desdém e desconfiança. Uns piores que outros, é verdade, mas alguns particularmente odiosos.

Todos aqueles olhares cheios de ódio não deveriam mais incomodá-lo depois de tanto tempo, mas Morgan podia senti-los arder em sua pele como minúsculas adagas sendo atiradas contra si de todas as direções possíveis.

Ele voltou seus olhos cor de jade para os amigos, sentindo-se levemente aliviado em ver os olhares calorosos. Ele podia fazer isso.

Repentinamente, a música suave foi substituído por uma melodia alta e chamativa, sendo este o único indicativo para Morgan.

Aura estava entrando.

Morgan sempre pensou no quanto seu raio de sol tinha uma beleza indescritível. Quase como se ela não fosse real, mas nunca havia vislumbrado algo como aquela visão. Aquela era Aura, a princesa de Alexandrita. Não Anne e muito menos a fada amaldiçoada. Ela estava linda,  cheia de vida, como se fosse alguma deusa da natureza, e o sol parecia brilhar em seus olhos e cabelos. Ele abriu um sorrisinho bobo, contendo suas atitudes impensadas quando Florean entregou ela em seus braços.

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaWhere stories live. Discover now