Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de Alexandrita

Capítulo 31

“ Não entendo como um mundo que faz coisas tão maravilhosas pode ser tão mal.”— Ariel, A Pequena Sereia

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Morgan despertou sentindo-se um tanto frio. Naquelas noites, havia se acostumado a ter o corpo quente de Aura ao seu lado. Confuso com a ausência da menina, ele correu as mãos pelo colchão, procurando-a. Em vão, suas mãos sentiram apenas o tecido suave da cama, nada do calor aconchegante de Aura. 

— Raio de sol...? — Ele murmurou incerto, ainda sentindo uma certa moleza causada pelo sono. 

— Estou aqui, Mor — Ele pode ouvir a voz de Aura, um tanto afastada de si. 

Resignado, Morgan abriu os olhos, se deparando com Aura sentada na ponta da cama, sorrindo para ele. A menina tinha as maçãs do rosto coradas e seus olhos brilhavam alegres.  

— Tem muito tempo que está aí? — Perguntou, sentando na cama, antes de se inclinar para frente para abraçá-la. 

— Não, eu estava com Eileen — respondeu Aura dando de ombros, se rendendo ao abraço. 

— Com Eileen? O que estavam fazendo? — Ele perguntou, franzindo as sobrancelhas. 

— Ela estava me ensinando algumas coisas…

— Cuidado com o que aprende com ela. — disse Morgan, com falsa seriedade. — Ela é uma má influência para você. 

— E você, não é? — Gracejou Aura. 

Rindo do atrevimento da loira, Morgan apertou-a ainda mais contra si, para beijá-la. Mas antes que pudesse, de fato, encostar seus lábios nos dela, a porta foi aberta com força, revelando-lhes a figura radiante de Eden. 

— Eden! — Grunhiu Morgan, irritado. 

— Olá, casal! — Exclamou o moreno, esparramando-se na cama, apoiando suas costas sobre as pernas de Aura enquanto jogava suas pernas sobre as de Morgan, sem cerimônia alguma. — Que bom que estão vestidos, eu queria falar com vocês. 

— Eden, dê o fora! — Resmungou Morgan, tentando empurrá-lo de cima de si. Vendo a frustração de seu Mor, Aura caiu na risada. 

— Nós estávamos planejando ir na Toca da Hidra — informou Eden, antes de Morgan jogá-lo para fora da cama. Ao cair de bunda no chão, ele fez uma careta de dor e exclamou: — Ai!! Seu bruto!

— Toca da Hidra? — Aura repetiu, oferecendo sua mão para que o rapaz tivesse suporte para se levantar.

— É uma taverna aqui perto, nós vamos lá direto — explicou Eden, já de pé. — Você vai amar os caldos de escamas que vendem lá, Anne! São excelentes. 

Empolgada com a idéia de conhecer um lugar novo e repleto de coisas novas, Aura pulou para fora da cama e olhou com expectativa para Morgan. 

— Ugh! — Ele bufou, cobrindo o rosto com o cobertor para não ver o olhar pedinte da garota. — Eu acabei de acordar!

— Levanta logo, Morgan! Não me obrigue a chamar Eileen — debochou Eden, puxando o cobertor. 

— Vamos, Mor! — Apoiou Aura, curvando-se para puxar o cobertor e depositar uma série de beijinhos em seu rosto. — Por favor.

Percebendo ser uma batalha perdida, Morgan soltou um longo suspiro enquanto se levantava. 

— Eden, quando você estiver bêbado como um duende, não me peça para cuidar de você. — Morgan resmungou, vendo que o "convite" Estava mais para uma intimação.