Capítulo 68

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" Esperamos suas declarações de guerra ao amanhecer "
Mérida, Valente

— Eu preciso tirar a Aura daqui. — Morgan decretou. Todos haviam se reunido, sentados na mesa de jantar e a tensão era quase palpável.

Após Morgan e Aura narrarem para o que haviam presenciado para o resto do grupo, Eileen e Yanna rapidamente explicaram o ocorrido com o grimório sob o olhar atento de Lyones e dos gêmeos.

— Não é seguro. — Morgan continuou. — É apenas uma questão de tempo para que Alexandrita ataque em busca de Aura, eu preciso tirá-la daqui.

— É tudo minha culpa. — Eileen murmurou, cobrindo o rosto com as mãos. — Se eu não tivesse me tornado essa... Essa...

— Oh, Eileen. — Aura suspirou, esticando-se sobre a mesa para pegar a mão de Eileen a sua frente. — Não diga isso!

— Não é sua culpa. — Yanna concordou. A ruiva fez um movimento, quase como se fosse levar sua mão ao ombro de Eileen, mas desistindo no último instante. — Você não escolheu isso.

— Yanna tem razão. — Ao contrário da guerreira, Ezra envolveu os ombros de Eileen com seu braço. — Não é culpa de ninguém, principalmente sua.

— Ninguém poderia prever algo assim, Leen. — Disse Lyones. — Aconteceu. Agora temos que encontrar uma saída e proteger a Aura.

— Não estou pedindo que nenhum de vocês vá comigo. — Morgan exclamou. As palavras de Eden, a forma como ele empurrou todos para aquela bagunça de mentiras, ainda martelando em sua cabeça.

— Não seja bobo. — Disse Eden, falando pela primeira vez desde que se reuniram ali. — Não vamos deixar você fugir pelo mundo e nos deixar de fora da diversão.

Os olhos de ouro de Eden voltaram-se para Morgan. Eles ainda estavam inchados, com a óbvia aparência de quem chorou bastante, mas havia um traço determinado na expressão de Eden. Um sorriso hesitante, quase culpado, apareceu nos lábios de Eden e Morgan, naquele momento, soube que o amigo sentia muito.

— Eden está certo. — Disse Eileen. — Estamos juntos nessa.

— E queremos proteger a Aurinha tanto quanto você. — Ezra sorriu, piscando para Aura.

— Eu nem sei o que dizer. — Aura murmurou, sentindo o rosto corar. — Obrigada por fazerem isso por mim.

O desconforto da fadinha em acreditar ser a culpada de tamanho transtorno fez Morgan pegar sua mão abaixo da mesa. Ele não queria que seu raio de sol se culpasse.

— Você é uma de nós agora, loirinha. — Disse Ezra.

  — É tarde demais para tentar se livrar de nós. — Eden sorriu para ela, um sorriso mais forte dessa vez.

Aura riu, um pouco mais tranquila. Morgan notou o rápido olhar que Eden lançou a Yanna, mas a ruiva tinha os olhos muito bem fixos no chão e os lábios cerrados com força.

— E para onde vamos? — Eileen perguntou.

— Turmalina é o melhor lugar para irmos. — Lyones apontou. — Âmbar, apesar de ser mais próxima de Ametista, é o único reino com fronteira terrestre com Alexandrita. Seria muito arriscado.

— E não é segredo para ninguém que Pérola é uma aliada antiga de Alexandrita. — Yanna apoiou, concordando lentamente com a cabeça. 

— Meu pai e o rei Poseidon são bons amigos. — Aura concordou, torcendo os dedos nervosamente. — Turmalina é a melhor opção.

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaKde žijí příběhy. Začni objevovat