Capitulo 63

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"Eu digo até que enfim
Pois depois tanto esperar
Eu vou responder que SIM! — Jasmine, Aladdin e os quarenta ladrões"


A clareira para rituais de Geminius estava mais bonita do que Morgan jamais viu.

Um pequeno coreto de madeira havia sido erguido bem no centro, onde Morgan se encontrava. O coreto havia sido cercado por bancos, criando um semicírculo no chão. Seu telhado havia sido coberto por flores, mas não eram quaisquer flores.

Não existiam flores em Ametista, de nenhum tipo ou espécie, apenas plantas portadoras de veneno ou frutos. Aquelas flores haviam sido criadas por Eileen, flores nascidas unicamente de sua energia, da magia que fluía em seu corpo e em sua alma.

Haviam flores mágicas de todas as cores e formatos que Morgan conhecia, mas todas elas tinham algo em comum: Elas brilhavam, como se pequenas chamas vivessem em seu interior.

As flores escorriam do telhado, criando um véu brilhante ao redor do coreto e escorriam para o chão, criando um caminho que guiava até a borda da clareira, sendo a única iluminação além da enorme lua, que dançava nos céus. Haviam runas pintadas em tinta prateada por toda a grama; Runas de proteção, boa sorte, amor... A decoração era linda.

Era a decoração de seu casamento, e Morgan mal podia acreditar.

Ele se sentia trêmulo, parado ali no centro do coreto, com todos olhando para ele. Não haviam muitas pessoas ali. Apenas Lyones, os gêmeos, Serpens e a filha de Maegi, todos sentados em bancos, com os olhos fixos em Morgan.

Ele sentia como se sua camisa branca gritasse, implorando por atenção, enquanto seus pés descalços formigavam com o vento gélido. Não importa quantas vezes Lyones havia sorrido calorosamente para ele e Serpens piscasse o olho, Morgan se sentia cada vez mais nervoso.

Ela viria? Vai demorar muito? Quais as chances dela desistir? Sua mente traiçoeira insistia em gritar, por mais que Morgan tentasse ignorá-la.

Maegi cantava baixinho, de pé no coreto ao lado de Morgan. A bruxa parecia tranquila, olhando para a lua como se encontrasse respostas.

— Ela já vem. — Maegi sussurrou, quando viu Morgan olhando para ela. — Mantenha seu coração no peito. Posso ouvi-lo tentando sair daqui.

Morgan revirou os olhos, mas não respondeu, apenas enfiou a mão nos bolsos para que elas parassem de tremer.

E então, o tom suave de uma harpa se fez presente, atraindo a atenção de Morgan para um farfalhar ao redor das árvores.

Era Aura.

Morgan sentiu os olhos marejados ao vê-la, mal notou que ela era flanqueada por Eileen e Yanna, as três com os braços entrelaçados. Toda sua atenção estava voltada para ela.

O tom prateado do vestido, brilhava banhado pela luz da lua, mudando suavemente entre tons claros e escuros, como se embebido em magia. O tecido fluia ao seu redor com a leveza de um líquido, dançando com o vento.

As costas nuas de Aura se arrepiaram com a brisa, apenas um fio de prata trançado mantinha seu vestido no lugar. O decote se abria das alças finas até seu quadril, expondo sua pele clara ao banho lunar.

Seus cabelos estavam arrumados para cima, em um coque elegante, com algumas mechas escorrendo pelas costas nuas como ouro líquido. Pequenas pedras preciosas haviam sido usadas para enfeitar seu cabelo, mas elas não brilhavam mais que os olhos de Aura.

Ela percorreu o caminho feito por flores com tanta graça que parecia flutuar, seu sorriso nunca vacilando em seu rosto. Quando Aura finalmente alcançou o coreto, Morgan sentiu um suspiro escapar de seus lábios.

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaWhere stories live. Discover now