Capítulo 11

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"A gente pode conversar?
Você é durona
Eu ouvi falar."— Mama Oodie, A princesa e o sapo

Morgan carregava um enorme tronco de madeira, com a ajuda de Ezra, um segurando cada ponta. Enquanto Lyones e Eden carregavam outro tronco, diante do olhar grato de Eredor, que se desviava deles para uma enorme folha de árvore que ele usava para fazer anotações, com o intuito de fazer uma contagem de todos os troncos já colocados no canto por eles.

— Oh perfeito, logo teremos mais armários mágicos para distribuirmos nas outras cortes! — Eredor começou a falar, ainda sem tirar os olhos da folha e da pena que usava para escrever. — Agradeço por terem oferecido ajuda. Demoraria horas sem vocês.

Morgan sorriu de canto. Tinha que concordar, afinal os três elfos que os ajudavam, gastavam o triplo do tempo que eles. 

— Não tivemos escolha — Eden murmurou, suspirando pesadamente por estar todo suado. Logo recebendo um olhar rancoroso de Morgan. 

— Fale menos e faça mais Eden — ele rosnou.

— Isso tudo é porque você sabe que se não se ocupar, vai correndo atrás de Anne como um cachorrinho... — foi a vez de Ezra resmungar. — E nos tornou burro de carga.

Morgan revirou os olhos, ainda segurando o tronco em seu ombro. Nisso eles tinham a razão. Precisava desesperadamente de uma distração, ou não cumpriria o que disse a Anne sobre esperar pela decisão dela.

— Arrume um um elfo pra você se agarrar e me deixe em paz — Morgan bufou, era nítido que seu humor também não estava dos melhores.

 Esperar pacientemente não era seu forte, mas faria conforme Anne queria, ofereceria sua amizade e, apenas isso. Até que ela finalmente saísse de sua reclusão, até porque sabia que insistir não adiantaria, só a afastaria. E de vantagem ainda conquistaria a simpatia de Eredor, que parecia suportá-los mais.

— "Vamos ajudar lorde Eredor" —  resmungou Eden, imitando a voz grossa de Morgan. 

— Ele nos deu abrigo — Lyones lembrou. 

— E eu com isso? — Ezra rebateu, mas não se opôs a seguir os outros em busca de mais um tronco. 

Focados no trabalho, nenhum deles pôde ver Aura e Yanna, que observavam o grupo trabalhar, com os olhos arregalados de surpresa. 

— O que será que Eredor fez pra fazê-los ajudar? — Perguntou a guarda costas. 

Mas Aura não respondeu, sua mente voava com as asas de um Pardal pelo nervosismo de ver Morgan. O que diria a ele? Ela não queria vê-lo, ainda não tinha sua resposta. 

Resignada, Aura forçou um sorriso em seu rosto quando Lyones e Eden se aproximaram, carregando um grosso tronco. 

— Boa tarde, senhoritas — disse Lyones respeitosamente. 

— Oi Anne! — Exclamou Eden, com um sorriso empolgado, em seguida seus olhos se voltaram a ruiva. — Yanna, se me permite dizer você está linda hoje...

— Eu não permito — rebateu a mulher, mas Aura sorriu verdadeiramente, dessa vez ao ver uma leve coloração avermelhada nas bochechas de Yanna. 

— Mas eu digo mesmo assim — ele rebateu de volta, ignorando o olhar fulminante da mulher. 

Os dois seguiram seu caminho, enquanto Morgan e Ezra vinham se aproximando. Aura pensou em se virar e ir embora, mas  seria muito óbvio e rude de sua parte, então ela lutou pra se manter imóvel ao lado de Yanna. 

Crônicas de Flora e Fauna: A Maldição de AlexandritaWhere stories live. Discover now