A Mudança

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Vocês podem me achar um cara estranho, quieto, introspectivo a primeira vista, bem, isso a primeira vista.
Para quem não me conhece, prazer me chamo Park Jae Yoon, tenho 18 anos e estou no último ano do ensino médio.
Meu pai é militar e devido a isso vivi a vida toda mudando de um lugar para o outro, nunca consegui formar laços com ninguém e como poderia? Se sempre que me aproximava de alguém e fazia amizade tinhamos que mudar novamente e eu acabava sofrendo de novo, odeio isso.

Mais uma vez estamos de mudança, já perdi as contas de quantas foram até aqui, só que dessa vez meu pai diz que não mudaremos mais (ele disse isso outras vezes também, então fico sem saber se devo acreditar), ele foi promovido e trabalhará no departamento de segurança aqui em Seul, um alto cargo militar.
Nos últimos dois anos moramos na Europa oriental, em um pais que vive em conflito. Já vivi na África, no Japão, na Europa.
Não tenho mãe e nem irmãos, minha mãe era advogada e morreu de câncer quando eu era criança. Mal me lembro dela, são muito poucas as lembranças, mais flashes do que memorias em si, mas isso porque quando ela se foi eu tinha apenas 6 anos de idade.

Tenho um relacionamento muito difícil com meu pai, ele sempre impõe a vontade dele e eu definitivamente estou de saco cheio disso.

No momento você deve achar que sou um fodido, enfim, também me achei assim por algum tempo, mas de perto ninguém é normal e nem todas histórias são felizes ou infelizes o tempo todo.
Como você pode ver sou um cara muito bonito, não, não sou convencido, é uma realidade, muto mais bonito que muitas meninas , já ouvi muitos elogios sobre isso e gosto de ser elogiado, minha beleza normalmente abre portas e a vida é cheia de oportunidades para quem assim como eu sabe levar vantagens dela.

Ser bonito sempre foi um diferencial na minha vida, desde cedo eu consegui ter várias coisas pelo simples fato de ser uma criança bonita e com o tempo eu passei a observar que a medida em que você fica mais bonito e se torna mais carismático, você se beneficia mais da boa vontade alheia (é eu sou assim não posso fazer nada, isso não é ser oportunista é ser prático) a vida me ensinou a tirar vantagens sempre que eu tiver a chance, e eu não perco nenhuma oportunidade.
Preciso me livrar do meu coroa o quanto antes, eu não quero ter mais nenhuma dependência financeira, pois, afetiva não tenho mesmo, acho que nunca tive, aprendi que ele definitivamente não nasceu para ser pai e porque afinal de contas eu não quero mais viver essa vida de nunca ter um lugar pra chamar de meu, quero formar laços, ter amigos, um porto seguro. Para que isso aconteça eu fiz um plano (sim eu faço planos) e muitos desses planos são a longo prazo e se tornarão realidade. Agora que eu estou Seul eu pretendo colocá-los em prática.
Você deve estar imaginando, "como ele fará isso? O que ele tem em mente? É, isso você ira descobrir a medida que os acontecimentos forem se desenrolando, uma coisa é certa independentemente do que vier a acontecer eu definitivamente não sairei mais de Seul, nem que para isso eu precise tomar atitudes extremas.

Finalmente chegamos a Seul, a última vez que estive aqui minha mãe ainda estava viva, nossa mais de doze anos se passaram desde aquele dia. Mal me lembro daquele dia quando fomos comunicados através de uma ligação do hospital, minha mãe estava com um câncer agressivo isso foi o que o meu pai me disse, ele me informou que o prognóstico dela era bem ruim, me lembro que ela passou por muitos tratamentos, por muitas vezes ela estava fora se tratando, lembro das noites de gemidos, de choro, mas apesar disso, ela sempre que estava ao meu lado sorrindo e dizendo que ela estava bem, que tudo ia acabar bem e em breve... Foram longos anos de tratamento, meu coroa uma vez ao ser perguntado por mim, me disse que ela tinha ido para um lugar melhor e que eu deveria deixar ela descansar.
O que mais me lembro dessa época era o fato do meu pai estar sempre ausente, ele vivia viajando, sempre em missão e ela estar lutando sozinha, ela reclamava muito da ausência dele, nunca o perdoarei por não estar lá no momento em que ela partiu.

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