O amanhecer

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Enquanto estávamos os dois no quarto perdemos a noção do tempo e do espaço. As vezes eu penso em fugir de tudo, mas isso não é a solução para nada. Durante um bom tempo eu fiz isso, fugir, ignorar meus sentimentos, deixar a raiva me motivar, agir de forma imatura, agredir emocionalmente meu velho e a todos que tentassem se aproximar de mim. In Nayeon, sr Kang, me ajudaram e ao mesmo tempo me destruíram, agora enxergo o quanto eu cresci desde que o conheci, e olhando para ele dormindo após todo o desgaste emocional com a tia MinJin me faz querer proteger ele das consequências das falas de ontem. Tenho certeza que aquele assunto não acabou ali, não apenas com a mãe dele,mas o dela com a atitude dele perante aos meus avós.
Logo depois que subimos ouvimos ainda falas alteradas, minha avó acordou do seu mal súbito e foi embora, mas sinto que não foi a última vez que a verei.
Logo após eles sairem meu pai veio ao meu quarto, me pediu para conversar a sós com o Sehun, deixei muito a contragosto e a conversa foi longa demais na minha opinião, aguardei até que meu coroa terminasse, mas demorou bem mais do que eu esperava.
Quando ele retornou, vi seu semblante cansado, o esgotamento emocional dele estava estampado em seu rosto e seus olhos estavam demasiadamente vermelhos, sinal de que ele chorou. Cara, eu vi meu pai chorar pouquíssimas vezes e nesses últimos tempos sinto que sou o maior culpado por todas as suas lágrimas e isso agora me incomoda, talvez pelo fato de termos nos aproximado, com certeza o Sehun foi o grande responsável por nossa reconexão.
Perguntei ao meu coroa o que eles haviam conversado e o por quê de ter sido a sós e ele apenas disse que era um assunto dos dois e que eu não deveria me meter, depois me disse para que eu fosse descansar pois iriamos embora assim que amanhecesse. Tentei argumentar mas faltou palavras da minha parte e intenção de responder aos meus questionamentos da parte do meu velho. É parece que havíamos voltado aso tempos antes de Seul.

A tia MinJin encontrava-se apática, desmotivada e sem nenhum ânimo, nem um sorriso foi dado por ela desde que descemos, e quando subi ela apenas desabou e chorou copiosamente sendo acalentada pelo meu pai. Seu choro chegou a me dar um pouco de aflição, senti dor, mágoa, desespero naquele choro e isso me incomodou demais. Subi as escadas e fiquei com um pouco de receio de entrar no quarto, não sabia o que esperar, apesar de sermos nós dois eu ainda tenho um certo receio ao lidar com esse novo Sehun. A maturidade e a falta de cuidado ao tratar a tia MinJin me deixou um pouco desconfortável.
Entrei no quarto e o Sehun estava na cama, deitado com uma mão cobrindo os olhos, seu celular estava encima de sua barriga e ele aparentemente estava escutando música. Ele também recorre música quando sua cabeça esta cheia, me aproximei e o toquei e ele me olhou com um olhar triste, algo naquela conversa com o meu velho o fez mal, mas não sei ao certo se devo falar naquele momento. Sentei ao seu lado e ele se aconchegou em meu colo, sem falar nada ficamos daquela forma até ele cair no sono.  Quando isso realmente aconteceu, me levantei com todo cuidado, tomei meu banho me troquei e fui dormir. Mas como sempre dormir não tem sido uma prática agradável para mim. Sempre demoro a dormir e sinceramente tenho medo de adormecer e ser puxado para aquele lugar tenebroso do meu subconsciente.
Consegui dormir mas no meio da madrugada acordei em pânico, com falta de ar e parecia que eu ia morrer, mais uma vez sonhei com o acidente do carro, com minha mãe e agora até a minha avó estava lá. Olhei para o lado e o Sehun não estava no quarto. Do lado da cabeceira havia um bilhete, meu coração gelou, o medo de abrir e ver uma carta como a que eu escrevi para ele me deixou desesperado.
Minhas mãos tremiam e meu coração descompassado me deixou ainda mais aflito, me controlei e abri o bilhete. Após ler o conteúdo não pude conter minhas lágrimas, ele havia me deixado, daquela forma, sem ao menos me dizer o por quê?
Li e reli aquele bilhete dezenas de vezes, confesso que o meu desespero foi tanto que vomitei várias vezes de nervoso. Aquelas palavras reverberaram na minha cabeça e eu senti que ia enlouquecer.

Jae meu amor...

Sei que sair dessa forma da sua vida é um ato dificil de ser compreendido principalmente depois da nossa promessa de amor e fidelidade um pelo outro. Mas sinto que serei um grande problema na sua vida.
Meus atos irracionais movidos pelo meu amor por você dificulta muito as coisas e após a conversa com seu pai fiquei certo de que essa decisão é a melhor a ser tomada.
Você é um cara incrível, merece ser feliz e eu farei com que a sua felicidade seja possivel, mas preciso te deixar ir. Não apenas a você mas a minha mãe, acredito que os três ficarão bem sem mim, não posso dizer o mesmo, pois sem você tudo se tornará pior e mais monótono.
Cuide da minha mãe, ela por algum tempo pode vir a precisar, cuide do seu pai e o mais importante, se cuide.
Eu gostaria muito que tudo fosse diferente, que eu fosse uma pessoa melhor e mais livre de tantas magoas e rancores, queria não ter agido daquela forma com a sua avó, com minha mãe e com tantos outros. Preciso me reencontrar em meio a isso tudo, preciso saber se o que sinto por você é amor ou como seu pai disse que era uma projeção de um passado que eu não queria que se repetisse. Eu queria que você não fosse afetado por tantas crueldades provenientes dos seus avós e da sua mãe, mas eu também o machuquei ao agir de forma imatura.
Não sei ao certo para onde vou , mas preciso ir e entender tudo que sinto.
Sempre te amarei,
Sehun.

Eu realmente não estou consigo entender o porque isso está acontecendo comigo.
Entro em desespero e saio correndo sem ter uma direção, sem saber por onde começar, mas não eu não vou deixar ele me deixar dessa forma. Não sei o que meu pai disse, mas não não posso permitir que ele me deixe assim

Arriscando Tudo Book 1Onde histórias criam vida. Descubra agora