O conflito

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Os dias se passaram arrastados desde a notícia da internação do pai do Sehun. A cirurgia teve complicações e o pai dele entrou em coma.
Eu voltei normalmente as aulas mas o Sehun não, quase não falei com ele desde a internação do seu pai, ele praticamente está morando no hospital. Não sei o porque dele estar se consumindo tanto afinal de contas aquele velho escroto sempre o tratou mal.
A rotina no colégio permanece a mesma, muitas aulas, um clima estranho se fez desde que eu e o Sehun assumimos que estamos juntos. Na verdade parece que o interesse em mim só aumentou. Como o Sehun está ausente tenho almoçado e estado mais com o Kwang Hee, ele é um cara muito legal apesar da timidez inicial. Passamos horas conversando sobre tudo, descobri que ele é bem mais interessante que aparentava. Tenho dado observado uma aproximação muito grande entre ele e o Woo Kyu, Desde que troquei de lugar eles começaram a sentar juntos. A ligação deles parece improvável, mas a minha e a do Sehun também era e estamos juntos e felizes.
Tenho sentado sozinho esses dias, as vezes sinto os olhares invasivos do Jin Hyuk e isso me incomoda demais, evito ficar sozinho com receio de que ele se aproxime de mim. O momento da troca de roupa para a educação física é o que mais me incomoda, sinto os olhares dele, apesar do Kwang Hee e do Woo Kyu estarem sempre presentes esse olhar não mudou em nada, na verdade ele aumentou de intensidade e piorou o meu incômodo.

Desde a nossa volta da viagem eu tenho ficado na casa do Sehun, a tia Kim tem cuidado muito bem de mim, as poucas vezes que o Sehun retornou eles trocaram bastante farpas, eles estão bem mal no que diz respeito a comunicação e estar no meio não tem feito bem a minha relação, tanto com ele quanto com a tia Minjin. Tenho até retornado a psicóloga. Não há como permanecer em meio a tantos problemas, realmente ir lá me alivia, apesar de doer bastante. Só quem faz análise sabe o quanto é angustiante estar em terapia e ter que confrontar tanta coisa que ao longo da vida ignoramos por pensar que havíamos superado. Não é fácil mexer nos esqueletos dentro do armário... Mas apesar disso a terapia tem me feito tentar entender o processo do Sehun, ele está em meio a uma possível perda e as últimas lembranças dele e do seu pai foi em meio a uma briga enorme.

Meu pai viajou a trabalho, então há duas semanas não o vejo, só recebi duas ligações e alguns emails, acho que é por ele estar comandando uma operação. Meu coroa havia me prometido não sairmos mais da Coréia, espero que ele realmente cumpra essa promessa, pois se ele tentar me impor o contrário eu saio de casa na mesma hora e ganho a vida longe dele.
Por estarmos com um ritmo pesado de estudos, simulados, o meu horário tem entrado em conflito com o Sehun, quando ele passa em casa eu ainda estou na escola e ele tem dormido com seu pai no hospital.

Toda noite ligo para ele e conversamos. Sinto a voz dele pesada e sem ânimo, sei que a condição do seu pai não é boa, mas fico pensando no que ele está sentindo, depois da explosão na viagem, sinto que conheço bem pouco dele e que ele se fechou ainda mais depois desse evento.

Dez dias se passaram, e meu coroa retornou pra casa com saúde e vivo. Foram quase um mês de viajem, realmente demorou muito dessa vez. Eu morro de medo de perder ele em combate.
Ele comanda uma equipe especial e o que eles fazem é segredo de estado. Como vivemos em conflito velado com o Norte, tenho muito medo do que possa acontecer com ele.
Confesso que morro de medo de servir. Já vi muitos filmes de guerra, não conseguiria me enquadrar, espero que por não ter o baço eu possa escapar do treinamento e fique apenas no serviço burocrático.
Meu pai retornou mais magro e abatido, não sei porque, mas acho que ele não está bem emocionalmente, reparei que ele está andando mancando, não tenho um bom pressentimento quanto a isso.

Na hora do jantar sentamos os três juntos, mais uma vez a ausência do Sehun foi sentida por todos ele quase não volta mais aqui.

- Jae, então, você se comportou? Não deu trabalho para a Min Jin não né? ~ Meu coroa como sempre falando de forma direta e sem rodeios.

Arriscando Tudo Book 1Where stories live. Discover now