A Caixa parte final

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Insisto em ligar para o Jae enquanto dirijo, mas o telefone dele só dá ocupado, o pânico toma conta de mim e eu penso nas probabilidades daquela ligação ser verdadeira, que alguém está a espreita do Jae e que a qualquer momento pode dar o bote.

Esse telefonema me desestabilizou demais, eu não espera ouvir aquela voz novamente, em qualquer cenário que eu imaginava aquela pessoa não estaria neles.

Um temporal cai sobre a minha cabeça e um tsunami arrasta meu pensamento para um local ruim, nesse momento não consigo mais raciocinar, mal consigo respirar.
Viro a direita para cortar caminho e me deparo com tudo parado, a chuva está muito pesada, talvez tenha faltado luz e os semáforos estão apagados o que ocasionaria um transtorno no trânsito ou algum acidente, corriqueiro em dias demasiadamente chuvosos.
Continuo a ligar e nada, seu telefone encontra se fora de área, talvez a chuva seja a responsável, prefiro pensar somente nessa probabilidade.
O trânsito não anda nada e alguns minutos se passam e eu recebo uma ligação de um número privado

- Alô ~ Atendo aflito, meu coração acelera e uma sensação ruim me invade

- Ah, você ainda não chegou aqui? Vejo que todo esse amor pelo Jae é da boca para fora. O que eu vou precisar fazer pra você entender que por sua causa o Jae vai sofrer novamente.

- Por favor, não faça nada com o Jae.

_-Por que não? Vai ser interessante, ele está a tão poucos metros de mim, se não fosse o cheiro da chuva com certeza eu sentiria seu perfume doce e suave, ah, aquela pele alva, que saudades dela.

- Eu vou acabar com você!

- Pra isso você tem que chegar aqui, mas sinceramente cansei de brincar com você, ta na hora de brincar com o coelhinho. Tão branquinho, ficará como o outro, vou dar um pouco de cor viva aquela pele alva, até mais Sehun, sinto que você se arrependerá amargamente de não ter chegado a tempo de salvar o Jae.

- Alô...alô...alô ~ A ligação é finalizada e o que era medo se torna desespero. Encosto o carro e decido ir até ele embaixo da chuva, chegarei mais rápido assim

Corro sem parar e sem pensar em nada, odeio correr mas nunca em toda a minha vida tive um bom motivo para fazê-lo até hoje.

Atravesso vários cruzamentos sem pensar em nada, sem olhar para os lados , apenas corro, meu desespero é gigantesco, corro entre os carros, corto caminho em meio a parques, pulo algumas cercas e sigo alucinadamente e de forma inconsequente em direção a casa do Jae.

Enquanto isso há alguns quarteirões dali...

Contínuo tentando logar por Sehun, não acredito que ele está ignorando a minha ligação só porque eu dosse que era melhor hoje dormirmos separados.
Aquela caixa e esse cara do outro lado da lua imóvel na chuva está me angustiando, não sei ao certo mas tenho um péssimo pressentimento. Tento sem parar ligar para ele mas a ligação só da ocupada. Será que ele desligou o telefone? Será que aconteceu algo com ele? Quem foi o filho da puta que mandou aquela merda pra minha casa? Aquilo era uma brincadeira de mal gosto ou uma ameaça velada que põe em risco a vida do Sehun?

- Boa noite, desculpe incomodar, mas eu notei que tem uma pessoa do outro lado da rua olhando para cá, você conhece essa pessoa? Desde que você chegou ele está olhando a parar para cá. ~ Ele me olha intrigado e em seu semblante sério me faz entender a gravidade da situação

- Você tem certeza? Que ele está lá desde que eu cheguei? De repente ele está aguardando por alguém? ~ Falo na espectativa de que seja apenas uma coincidência

- Não mesmo, ele estava bem atrás de você, de início eu achei que estavam juntos, pois quando você se encaminhou para o beco pra jogar o lixo fora ele ficou te olhando, vi pela câmera de segurança. ~ Ao dizer isso meu coração dispara - Ei, você está bem? Você está pálido.

Arriscando Tudo Book 1Where stories live. Discover now