O Funeral

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Algumas horas depois do desligamento dos aparelhos o Sehun sai quarto. Enquanto ele esteve lá dentro o srº Shin e o srº Woo começaram a resolver todos os trâmites para iniciar os ritos fúnebres, enquanto isso meu coroa estava consolando a tia MinJin enquanto eu tive como companhia a Srª Ch, preciso dizer que me senti muito a vontade com ela. Por sua vez, ela fez questão de conversar comigo sobre o Sehun, para que eu pudesse compreender ele melhor. No tempo que estivemos juntos me surpreendi com o fato dele ter contado muito sobre nós para ela, ela contava com riqueza de detalhes coisas que com certeza só nós dois sabíamos..
Ela me contou sobre a infância negligenciada dele, sobre a violência em que ele era submetido e sobre ter pedido para que ele morasse com ela e com a família quando ainda era criança. Ela falou dos problemas que teve ao longo dos anos com a tia Minjin e com o srº.Han, em meio a conversa os olhos dela se marejaram de água, deu para sentir que ao contar sobre o Sehun certo sofrimento a acometia.
Eu não tinha idéia de que a relação dele com os pais era tão ruim até o momento em que ele e a srª Cha começaram a falar, o Sehun depois da briga com o Pai e com a Mãe e ela agora enquanto ele está sofrendo sozinho no quarto. Ouvi mais sobre uma tia MinJin que eu não pensava que existia, uma pessoa egocêntrica, viciada em trabalho e um pai abusador que usava de violência física e psicológica. Em certo momento senti um pouco de mágoa por conta da Tia MinJin ter deixado tudo isso acontecer e por outro lado aliviado do Sehun ter na vida dele a familia da srª Cha, mesmo que como um breve refúgio.

Assim que o Sehun deixou o quarto do hospital a tia MinJin tratou de consolar ele não permitindo que a srª Cha se aproximasse dele e ele por sua vez enfraquecido e muito frágil não teve forças nem para lutar contra isso. Apesar da mágoa pela mãe ele ficou com ela por algum tempo. Meu coroa decidiu que deveríamos ir em casa nos trocar para o Funeral do srº Han. Com isso nos despedimos de todos que ali estavam e fomos em casa. No retorno para casa um silêncio mortal se fez no carro. Nem olhares pelo retrovisor, nem música, nem mesmo uma frase solta ao vento. O silêncio era incômodo.
Sehun pousou sua cabeça em meu ombro e assim ficou até chegarmos em casa
Subimos e ele entrou para tomar um banho, decidi ir junto e fiquei com ele naquele momento. Não nos tocamos como sempre, nenhum beijo mais acalorado foi dado, apenas tomamos banho juntos, naquele momento ele chorou mais uma vez. Um choro angustiado, dolorido e isso me matou por dentro. Me senti tão pequeno e insignificante, como não sou capaz de consolar ele como ele sempre me consolava?
Terminamos o banho e enquanto secava o seu cabelo ele envolveu minha cintura com seus braços e me abraçou fortemente.

- Você acredita em outras vidas Jae? ~ Essa pergunta me pegou de surpresa, não sabia o que falar, se eu acreditava ou não, na verdade eu não quero acreditar, pois há tantas pessoas ruins nesse mundo, será que elas iriam reencarnar de outra forma, podendo ser melhores ou será que o carma e a essência delas é sempre ruim?

- Eu nunca pensei a respeito Sehun, mas acho que sim, acredito que a vida não acaba assim. Por que você me perguntou isso?

- Eu só queria saber a sua opinião. Eu espero que haja uma outra vida, mas não quero nascer novamente filho dele. Na verdade não quero nascer filho dos dois.

- Mas a sua mãe te ama. Isso é um fato Sehun. Ela se arrependeu muito de como ela era.

- Será? As vezes quero mesmo acreditar nisso, mas ela deixa transparecer o contrário. Hoje mesmo, ao invés dela apenas ficar comigo ela foi confrontar a tia Cha. Jae, se eu te amo é porque conheci o amor através deles. Eles sempre estavam tentando me ajudar, sempre tentavam ficar comigo e fazer da minha vida menos difícil. Tanto eles dois quanto os empregados da minha casa, o sr Shin, todos eles tentavam me deixar bem apesar de verem como eles me tratavam.

- Mas sua mãe quer ser uma pessoa melhor, por que você não dá a ela essa chance dela te provar que mudou?

- Eu tenho dado, não posso mentir e dizer que estou 100% aberto e confiante, mas tenho tentado mesmo permitir que ela se aproxime de mim. Mas as vezes ela me incomoda, algo nela não parece verdadeiro, não sei dizer. Enfim, minha cabeça está uma grande bagunça meu amor.

Arriscando Tudo Book 1Where stories live. Discover now