7. Minha Bela Adormecida

2.4K 192 62
                                    

Para mim; que escrevo mais do que respiro (risos) ;)

Eu estava parado em frente à porta do quarto de Bonnie. Fitei aquela madeira podre por tanto tempo, que já estava começando a decorar o padrões dos veios mortos e ressequidos.
Deslizei as mãos por minhas coxas, por cima do jeans confortável, limpando o suor de nervosismo que se instalava nas palmas. Respirei fundo, colocando a mão na maçaneta e destranquei a porta com a outra.
Entrei, trancando-a atrás de mim.
Encostei a testa na madeira fria, tentando me acalmar de alguma forma.
- O que eu tô fazendo?-sussurrei para mim, mesmo.
Era a primeira vez em todos aqueles quatro meses que mantinha Bonnie em cárcere, que aparecia no meio da madrugada para vê-la.
Quer dizer, eu odiava àquela vadia ridícula, mas ainda assim... eu estava ali. Em plenas três e meia da manhã.
Eu gostava de matar e machucar pessoas, mas nunca fui dado à impulsividade. Tudo era calculado.
Eu só deixava os outros pensarem que eu fazia tudo à esmo, mas na verdade me deixava levar pela Teoria do Caos. Tudo era uma aparente desordem, porém eu compreendia o meu caos.
Mas, tudo parecia esmigalhar, quando se tratava de Bonnie.
Eu sempre era mais agressivo, mais descontrolado, mais... emocionado, quando estava perto dela. Tudo era amplificado por meu vampirismo e por ela. Isso me fazia ser mais louco do que já era.
Desgrudei meu rosto da madeira, olhando por cima do ombro, um tanto temeroso. Tinha medo da Bonnie de meu sonho surgir diante de meus olhos. E me perguntei de súbito, por que estava com tanto medo dela. Era só uma garota, merda! Sempre tive problemas maiores que uma simples bruxinha vadia que me enganou.
Tomei coragem, me voltando para o enorme quarto escuro.
Àquela lâmpada pendia do teto, piscando vez ou outra, dando um ar mais fantasmagórico para o espaço.
Eu não poderia ter escolhido lugar melhor, pensei, sorrindo com satisfação. Bonnie odeia isso aqui.
Vi a cama de casal velha e caquética no centro do quarto, logo abaixo da lâmpada. Havia um montinho de cobertores e lénçois esparramados por cima do colchão. E havia mais uma coisa.
Caminhei lentamente, em direção à ela, vendo cada detalhe de seu corpo contra os lénçois.
Meu corpo começou a formigar.
Bonnie dormia profundamente, em uma posição que dava uma vista perfeita da camisola de seda cor de bronze contra seu corpo esbelto.
Peguei a cadeira, aos pés de sua cama e a arrastei para a lateral dela e me sentei diante da garota. Puxei a cadeira para mais perto, sentindo meus joelhos se encostarem na lateral da velha cama.
Bonnie dormia como uma pedra.
Isso era sinal de que os calmantes que eu estava dando à ela, estavam dando certo.
Não gostava de vê-la com olheiras das noites mal dormidas, então passei a drogar sua comida. Assim, sempre poderia vê-la descansada e bonita.
Estava dando bons resultados.
Senti a pele de minha nuca se arrepiar ao ver aquele corpo estonteante diante de mim. Passei a mão no pescoço, tentando me livrar da sensação. Em seguida, cruzei os braços sobre o peito, tentando conter as batidas ansiosas de meu coração. E fiquei olhando para Bonnie por algum tempo.
Ela havia engordado um pouco mais, quase voltando ao seu peso original de quando a trouxe para cá. Depois de um tempinho, consegui aprender a hipnotizar pessoas direito, principalmente Bonnie, e a compeli à se alimentar bem.
A única coisa de que não gostava em seu corpo, era o tom marrom acinzentado que ela havia adquirido pela falta de sol. Apesar de saudável, Bonnie sempre estava apática e com um ar um pouco doentio.
E ela não sorria mais.
Não que eu quisesse que ela ficasse feliz, mas sentia falta de ver seu sorriso. Ele era lindo.
Descruzei os braços e passei a mão pela nuca mais uma vez, sentindo minha pele esquentar com a visão daquele corpo sensacional.
Encarei o rosto de Bonnie mais uma vez, que dormia pesadamente.
Isso serviu de encorajamento para mim. Inclinei - me, afastando os lénçois de seu corpo, deixando suas curvas à mostra.
A camisola de seda mal cobria suas coxas torneadas e esculturais, e o tecido era tão fino, que dava ver o relevo de seus mamilos, subindo e descendo com a respiração calma.
Passei a mão nervosamente pela nuca, sentindo aquela dureza se formar na frente de meu jeans.
Porra, como ela era gostosa!
Senti minha respiração ir para o inferno.
Escorreguei os dedos por meu maxilar, sentindo a barba por fazer.
- Porra...- falei com a voz ofegante, ainda olhando para ela e sentindo minha calça parecer mais desconfortável a cada segundo.
E num impulso, me levantei e caminhei até os pés de sua cama. Não demorou muito para que eu subisse no colchão. Deitei ao lado dela.
Virei meu corpo, de modo que podia sentir o calor que emanava das costas de Bonnie. Ainda cauteloso, peguei uma mecha de seu cabelo escuro- que já estava mais comprido- e inspirei profundamente.
Seu perfume, de perto, era muito melhor. Mais concentrado e intenso.
Senti cada parte do meu corpo queimar, quando finalmente soltei o ar; completamente inebriado.
E tomando mais coragem, afastei seus cabelos do pescoço, tendo a visão daquela fonte de sangue deliciosa. Meus caninos começaram a romper a carne e meus olhos ardiam com veias negras. Porém, não queria ceder à fome.
Outro impulso mais forte me dominava.
Respirei fundo, obrigando minhas presas a se recolherem e as veias à irem embora.
Quando estava devidamente controlado, afundei meu rosto em seu pescoço macio, sentindo seu perfume muito mais intenso ali. Gemi dolorosamente alto e me esqueci do que estava fazendo, apenas enlacei sua cintura colando seu corpo ao meu, de modo que Bonnie estava quase deitada sobre mim.
Podia sentir o peso de seu bumbum, pressionando minha ereção deliciosamente, lançando fagulhas de desejo doentias em mim.
Continuei inalando seu perfume viciante, enquanto minhas mãos faziam trilhas por seu corpo.
Acariciei seu coxa e fui subindo por seu abdômen liso até alcançar seus seios. Era como se eles tivessem sido feitos do tamanho exato para se encaixar na curva de minhas mãos. Tinha consciência de que aquilo deveria estar machucando-a, mas isso não me impediu de apertá-los desesperamente, como se quisesse arrancá-los de seu corpo.
- Você é tão perfeita- murmurei em uma mistura de sussurro e gemido contra a pele do pescoço de uma Bonnie inconsciente.
Comecei a espalhar beijos por seu pescoço, contendo a vontade de morder e saciar minha súbita fome. Enquanto isso, minhas mãos foram descendo por sua camisola até encontrar a barra dela. E comecei a subi-la, enquanto explorava a pele macia por baixo tecido.
Acariciei sua barriga e voltei a descer minha mão. Até que esbarrei na tira lateral de sua calcinha.
Uma idéia começou a se formar, enquanto meus dedos delineavam o tecido fino.
Comecei a puxar aquele elástico fininho para baixo, enquanto descia meus beijos para seu ombro.
Mandei todo o meu controle para o inferno. Ela seria minha.
Esse pensamento doente e pervertido me encorajou a continuar a descer sua calcinha, enquanto beijava seu ombro. Dei uma mordida grosseira e forte em sua pele.
Bonnie gemeu de dor em meio ao sono. Aquele som me excitou mais. Dei outra mordida forte.
E ela acordou.
Seus olhos assustados foram de minha mão, em seu seio sobre a camisola até a outra, que segurava o elástico de sua calcinha por baixo da mesma.
- O que está...?- tentou dizer, confusa e voltando seu rosto para mim- Kai? O que você está fazendo?!
Ela parecia horrorrizada.
- Me solta!- gritou se debatendo, tentando se desvencilhar de meus braços que foram para sua cintura- Me solta!
Peguei seu rosto, segurando seu maxilar a com força, a obrigando à olhar para mim.
Coloquei toda a potência de meu poder em um simples olhar. Bonnie paralisou e vi suas pupilas dilatarem mais.
- Isso foi apenas um pesadelo- sussurrei para a bruxa estática- Volte à dormir.
Bonnie voltou a cair em um sono pesado e profundo.
Senti meu coração bater na garganta.
- Que merda eu tô fazendo?- sussurrei para mim mesmo, chocado com minha atitude.
Eu devia odiar aquela vadia e não querer transar com ela. Bonnie não merecia todo o prazer eu podia proporcionar à ela.
Apenas o meu ódio e desprezo. Apenas isso.
A empurrei bruscamente, fazendo-a sair de cima de mim. E me levantei da cama. Caminhei para a porta decidido, mas não sem antes olhar por cima do ombro e vê-la dormindo tranquilamente com aquele corpo que poderia ter sido meu.
- Ah, pára de ser idiota, Malachai!-resmunguei, saindo do quarto e o trancando em seguida.
Encostei na parede suja do corredor, ainda ofegante, irritado e frustrado.
Eu devo ter errado na dosagem do calmante, concluí. Por isso ela acordou.
Fiquei batendo minha cabeça contra a parede do corredor, sem sentir uma dor real, pois eu era mais forte que isso. Só queria parar de pensar naquela bruxa maldita de olhos verdes.
- Ah!- dei um soco no concreto, vendo a cratera funda que aquilo se tornou.
Eu estava com tanta raiva e ainda assim tão excitado.
Tinha que fazer algo em relação à isso. E comecei a caminhar pelo corredor.

LAÇOS MORTAIS | Bonkai |Where stories live. Discover now