42. O Jantar Sangrento

1.1K 109 66
                                    

Eu nem conseguia olhar para ela, tamanho era o meu ódio. Bonnie estava parada ao meu lado tremendo levemente, com os olhos verdes saltados e assustados. Vi suas mãos- mais trêmulas que o normal- correrem pela lateral do vestido justo e claro. Por um segundo, aquela onda possessiva me dominou mais uma vez ao vê-la tão deliciosa e pronta para mim na frente daquele maldito humano. Pousei meus olhos sobre ele, procurado o que exatamente Bonnie havia visto naquela figura. Ele era cerca de uns três centímetros mais baixo que eu, com olhos verdes opacos e com um cabelo ridículo e desleixado. O vi me encarar de volta com o maxilar trincando de raiva, os nós dos dedos apertados até o ponto de perderem a cor. Sorri cruelmente.
- Olhem só essa mesa maravilhosa que Soledad preparou para nós- falei, me sentando na cadeira que estava na cabeceira dela- Obrigada, Sol- sorri para ela, mas a mulher não retribuiu a expressão. Ela olhava apreensivamente para Bonnie como se quisesse escondê-la embaixo da barra de sua saia.
Encarei Bonnie, que agora fitava o chão com ansiedade. Sua respiração estava acelerada, as batidas de seu coração tão rápidas que era possível ouvir do outro lado da casa. Ela juntou as mãos em frente ao corpo em uma tentativa falha de esconder o tremor.
- Kai...- começou a dizer com os olhos ainda postos no piso de linóleo- Eu...
Apontei para a cadeira ao meu lado, o que a faz se calar de imediato. Seus enormes olhos verdes como esmeraldas levantaram-se para os meus e por um segundo senti o impacto que eles sempre me causavam com aquilo. Ela era linda. E minha total perdição.
- Sente-se comigo.
Com passos hesitantes, seus saltos se arrastaram até a cadeira. Bonnie sentou com todo o cuidado, seu corpo se inclinando para o mais longe possível de mim, com medo de minha reação. Suspirei longamente e me inclinei sobre ela. Bonnie se sobressaltou, mas não saiu do lugar. Pousei as mãos nas laterais de seu assento e a puxei para mais perto de mim. Parei ao sentir seus joelhos fortemente prensados contra minha coxa direita.
Ela respirava rápido como um passarinho assustado. Em parte me senti estranho com aquilo, como se fosse apenas um espectador de fora observando meu corpo agir em nome da raiva e o ressentimento. Mas a outra parte estava furiosa, magoada e revoltada com aquela pequena garota. Ela merecia tudo o que estava por vir.
Deixei meus olhos encararem o humano parado na outra ponta da mesa. Seus olhos estavam pregados em Bonnie. Ele parecia preocupado com ela; seus olhos verde-água a fitando por sob as sobrancelhas louras. Isso me enfureceu mais. Ele não tinha o direito de se preocupar com ela. Bonnie era minha. Apenas minha.
- Você também, Rony- sorri de modo afetado, errando seu nome de propósito- Sente-se conosco.
Ele me olhou enviesado.
- É Renly. Não Rony.
Aquele cara era muito idiota ou muito corajoso para sequer pensar em me corrigir. Contive o tremor violento que me dominou.
- Desculpe, eu não sou bom com nomes- mentira; eu me lembrava de cada mínimo detalhe- Principalmente quando se trata de humanos medíocres- dei ênfase à última palavra.
Ele continuou me encarando.
- Pelo que soube, você também já foi um humano medíocre. E mais cretino que humano, em realidade, não?
Eu ri, estendendo o braço para tocar o rosto de Bonnie. Ela se encolheu, assustada.
- Vejo que você e essa linda dama, aqui... - falei, deslizando os dedos pelo maxilar da bruxa- falaram bastante sobre mim.
A garota levantou os olhos de suas mãos sobre o colo e olhou rapidamente para Renly em uma pequena súplica silenciosa.
- Bom, não tanto assim- ele rotorquiu- Tínhamos mais o que fazer. Se é que me entende.
Uma onda quente de puro ódio desceu por minha coluna. Senti minha visão se turvar de vermelho. Respirei fundo, tentando ao menos controlar os impulsos assassinos que começaram a me dominar.
- É mesmo?- mantive meu sorriso. Não deixaria aquele humano fraco ver o quanto estava me afetando- Exatamente o quê?
Ele cruzou os braços sobre o peito e sorriu com ar zombeteiro.
- Você deve saber, não? Não foi por isso que nos juntou nesse jantar ridículo?
O sorriso em meu rosto, foi morrendo, conforme eu semicerrava os olhos para encará-lo.
- É, juntei- balancei a cabeça levemente-Eu gosto de conhecer os amigos de Bonnie. Não é BonBon?
Ergui o dedo e acariciei a lateral de seu rosto, sentido-a estremecer de medo e algo mais. Excitação? Interessante.
- Kai- ela arfou- Não faça isso...
Arqueei uma sobrancelha, ao vê-la encarar Renly com medo e... constrangimento.
- Meu anjo, eu estou apenas interessado em suas companhias. Afinal, eu não tive tempo para conhecer seus amigos de Mistyc Falls, já que o Damon arrancou minha cabeça- olho de esguelha para Renly, sua expressão ficando confusa- Ou pelo menos, tentou.
A menção daquele vampiro fez os olhos de Bonnie se encherem de lágrimas. Ela sentia sua falta.
- Ei... - sussurrei, colhendo uma lágrima que escapuliu de seu olho-... Não chore. Ele teve o que merecia.
Ela sacudiu a cabeça veementemente.
- Ele não morreu.
Bonnie parecia ter muita certeza sobre aquilo.
- Bom- tirei a mão de seu rosto, me ocupando em colocar um guardanapo na gola da camisa- Nesse caso, então, posso apenas torcer para que ele já não esteja mais entre nós.
Bonnie me fulminou com os olhos. Eu adorava aquele olhar abusado. Voltei a atenção para a figura pouco interessante à minha frente.
- Nós aqui conversando e nosso querido Rony em pé, esperando. Senta, cara.
Ele o fez, com movimentos duros e raivosos. Seus olhos nunca deixavam os meus, talvez, temendo que eu pudesse fazer algo quando não estivesse olhando. Ele estava mais do que correto em me temer.
- É, Renly- corrigiu outra vez.
- Pois é- sacudi a mão no ar em um gesto vago- Humano insignificante. Memória ruim.
Soledad se ocupou em correr e servir o cara antes mesmo que ele sequer abrisse a boca. Aquela mulher era uma leitora de mentes.
Renly riu.
- Qual é a graça? Eu adoro piadas- sorri, fingindo empolgação.
O vi passar a palma da mão no rosto e sacudir a cabeça.
- Na minha cidade, quando um cara está com ciúmes da sua garota com outro cara, o máximo que rola é uma briga de bar e não uma jantar amigável.
Aquilo me fez rir.
- Foi isso que passou pela sua cabeça?
Sacudi a minha em desaprovação.
- Bonnie- chamei.
- Sim?
- Senta aqui- dei um tapinha na minha coxa- Quero você perto de mim.
Ela pareceu mais do que ofendida e estava prestes à dizer um sonoro não, mas sua mente clareou com a situação. Se ele não colaborasse, eu mataria aquele maldito humano sem graça. E ela sabia disso.
Com um suspiro baixo, e um rubor intenso nas bochechas, ela se levantou, alisando as laterais do vestido e... Que Deus me ajudasse, eu queria fodê-la em cima daquela mesa. Sacudi a cabeça, tentando focar em seu rosto, não em seu corpo. Mas isso foi muito pior, pois senti a saliva se formar nos cantos de minha boca ao olhar para aqueles lábios cheios e vermelhos. Fechei os olhos por um segundo, tentando me controlar. A ereção que se seguiu não foi nenhuma surpresa.
Senti o calor de seu corpo próximo ao meu, quando ela se aproximou. Abri meus olhos, vendo toda aquela beleza de 1,57 de altura. Ergui meu braço e cerquei sua cintura fina, a trazendo para mais perto, até que ela estava sobre mim.
Droga. Tentei ao máximo não mover os quadris embaixo dela, mas foi impossível sentir todas aquelas curvas e não ficar louco. Bonnie, tentou manter a normalidade da situação, mas aquele louro aguado com certeza deveria saber o que estava se passando. Inclinei a cabeça para frente e inspirei o perfume dela. Jesus. Senti o inchaço na frente de minha calça aumentar.
- Acho que vou precisar de um minuto à sós com você- murmurei, tentando tirar minhas mãos de cima dela.
- Kai...- ela se remexeu, constrangida, causando mais uma onda de calor em meu corpo - Não é momento para isso...
Eu ri.
- Sempre é momento para isso quando se trata de você- falei, fincando meu olhar no homem do outro lado da mesa.
Renly me fulminou com os olhos, um leve tremor de raiva em seu maxilar. Eu com certeza estava marcando meu território em torno de Bonnie e deixaria extremamente claro como água para aquele cara que ninguém se aproxima do que é meu.
- Você poderia parar de fazer isso?- ele cuspiu.
- Por quê?- dei um beijo leve no ombro de Bonnie. Isso pareceu deixá-lo mais furioso- Ela é minha afinal. Para fazer o que eu quiser. Não é, mesmo, BonBon?- falei contra seu pescoço macio e perfumado.
Deixei as veias e presas em meu rosto à mostra, enquanto charfundava em sua pele macia. Os dedos do cara se agarraram com tanta força contra o tampo da mesa que pude sentir o tremor leve reverberar pela superfície.
- Sim- sua voz tremia ao falar, mas consegui detectar aquela altivez em sua voz- Eu sou sua.
O babaca quase deixou o queixo cair com a declaração dela. Mas Bonnie não parou por aí:
- O que você pensou? - ela riu. Um riso embargado e entrecortado- Que eu iria escolher você ao invés de Kai. Quer dizer, olha só para você...
Ele continuou a fitá-la com descrença muda. Eu estava começando a gostar cada vez mais da minha garota.
-... E olhe só para mim- ela riu de novo, o riso soando um pouco mais natural agora- Eu mereço mais do que um humano fraco. Sou uma bruxa de uma linhagem poderosa e Kai... Kai era líder da Convenção mais antiga de bruxos de Portland. Ele é poderoso, rico e toma tudo o que quer. Você não chega aos pés dele nem que seja rastejando. Antes, eu não conseguia ver isso. Agora, a situação se tornou mais clara. Nós nascemos para ser um do outro. Ele me completa de formas que você com sua capacidade limitada nunca vai entender.
Por um segundo, eu fiquei surpreso. Tão impactado por suas palavras que por um momento, cogitei a hipótese de elas serem verdadeiras. Uma parte de mim quis muito acreditar naquela Bonnie idealizada em meus sonhos. Porém, eu vivi o suficiente para saber que sonhos são nada menos que pesadelos prestes a me acordar para a realidade suja do mundo.
Bonnie voltou- se para mim, agarrando o colorinho de minha camisa com certa brutalidade. Seus lábios quentes e macios tocaram os meus no segundo seguinte em um convite mais que tentador. E me deixei levar por aquele beijo selvagem, com nossas línguas batalhando por espaço, meus pulmões implorando por ar e pelo cheiro dela. No entanto, Bonnie se afastou de mim cedo demais, mas não antes de eu conseguir roubar mais um beijo seu.
- Você já teve o show que queria- ela sussurrou com a voz embargada contra meus lábios- Agora deixe-o ir. Renly já foi humilhado o suficiente por nós dois.
- O que ele tem que eu não tenho?- ousei perguntar um tanto irritado por saber que ela só fazia aquilo para salvar aquele insignificante.
- Ele não é como você.
Eu não soube dizer se aquilo era uma depreciação ou elogio, tamanha foi a dubiedade de suas palavras.
- E eu nunca vou ser como ele - acrescentei, com ressentimento.
Ela não disse nada quanto à isso.
- Por favor, Kai. Eu disse que não tentaria escapar nunca mais caso salvasse a vida de Damon. E cumpri com a minha palavra. Abra apenas mais uma concessão para isso.
Acariciei sua bochecha.
- Claro que posso abrir todas as concessões para você- falei, meus olhos travados nas jóias verdes em seu rosto- Mas não isso. Você mentiu para mim. Me traiu. Com a merda de um humano. Sabe o quanto isso me ofende, Bonnie?
Seus olhos caíram para a gola de minha camisa, em sinal de derrota.
- Por favor... - implorou.
A afastei levemente, focando meus olhos no humano que logo seria castrado do outro lado da mesa. Sua comida estava intocada.
- Você veio sozinho?- perguntei.
- Assim como você ordenou, não?- rosnou.
- Não- sacudi uma mão no ar- Quem dava ordens era o meu pai. Eu só peço com gentiliza.
Ele riu com desdém.
- Você ameaçou partir a coluna da Bonnie ao meio, caso eu não viesse- os olhos dele foram para os dela.
Bonnie não pareceu surpresa com isso.
- E você- ele disse com uma gentileza que eu desconhecia- Eu sei que está dizendo essas coisas para me poupar da morte. Mas, disse que faria qualquer coisa por você, Bonnie. Eu nunca me apaixonei antes. Agora sei como é me sentir completamente idiota por uma garota. E eu amo me sentir tão vivo.
Os ombros de Bonnie começaram a tremer, lágrimas silenciosas brotando de seus olhos. Vi a forma sutil como sua cabeça se moveu para a esquerda e para a direita, em negativa.
E aquilo me enfureceu ao ponto da loucura. Como ela podia se emocionar com uma declaração tão patética, quando eu fiz muito mais por ela? Como ela podia se deixar levar por um homem que jamais fez nada para provar o que sentia?
Isso era ridículo e inaceitável. Eu devia ser o objeto de sua adoração e não... aquilo! Eu devia receber seus sorrisos, lágrimas e abraços. Ela deveria me amar.
- Apenas me respondam- a voz saindo de mim, era completamente sobrenatural e monstruosa- Quando estavam lá, naquele corredor, se atracando contra uma parede... Foi bom?
Renly olhou para mim como se eu fosse alguma espécie de pervertido doente.
- Porque deve ter sido o máximo me passar para trás! Me fazer de idiota! - o soco que dei na mesa, foi o suficiente para fazer uma onda de pratos subirem no ar e caírem com estrondo, derrubando todo o conteúdo sobre a toalha impecável e o piso limpo- Deve ter sido muito bom rir às minhas custas, não é?!
Eles não disseram nada, foi como se o ar tivesse sido sugado para fora da sala. Até mesmo, Soledad, parecia estar prendendo a respiração.
- E o que você tinha a ver com nós dois, hum?!- rosnei como um cachorro, encarando o desgraçado do outro lado da mesa- Eu e Bonnie estávamos indo muito bem antes da sua interferência. É tudo culpa sua! Ainda bem que eu tive o bom senso de olhar as fitas de vídeo quando visitei o apartamento pela última vez, ou caso contrário, nunca saberia o que vocês fizeram.
- Você é completamente pirado, sabia?- ele disse, me encarando com nojo- Fala de uma relação que só existe na sua cabeça. Bonnie não está com você porque o ama ou sente atração. Você a obriga com ameaças e agressões. Isso não é amor, isso não é vingança. Isso é pura e simples obsessão, porque você não sabe o que é amar alguém, não é? Como uma pessoa com uma deficiência grave, a sua é não sentir nada. É tão oco por dentro como era antes de não ter nenhuma magia.
Fiquei tão furioso com aquela declaração ridícula e absurda, que nem notei minha mão se erguendo no ar.
- Motus.
A cadeira do filho da puta foi arrastada por uma força invisível, até atingir a parede no outro extremo da sala. A madeira do móvel foi a primeira coisa a se espatifar, fazendo seu corpo grande e desajeitado se esparramar no chão.
- Não!- Bonnie gritou, já de pé.
- Você não vai defendê-lo!- urrei, agarrando a parte de trás de seu pescoço e forcei seu rosto para baixo, a prendendo contra a mesa. Ouvi o som de vidro se estilhaçando quando a parte superior de seu corpo atingiu a superfície. Por um segundo, me preocupei por ter sido bruto demais com ela, mas tudo isso passou quando vi o desgraçado daquele cara tentar se erguer do chão completamente grogue e confuso. Ele se apoiou nas palmas das mãos e nos joelhos, mas o fiz beijar o chão de novo com mais um acenar de mão. Me certifiquei de que ele continuasse ali.
Bonnie gritava, se debatendo contra mim. Jesus. Ela nunca me pareceu tão forte, precisei fazer um pouco mais de esforço para mantê-la subjugada daquela forma.
- Espero que aprecie a vista, Bonnie- falei, com um sadismo intenso em minha voz.
- Não!- Soledad gritou, colocando-se de joelhos diante de mim- Por favor, señor! Não mate el! Por favor, señor! Por favor!
A encarei enfurecido, completamente fora de mim. Meu lado vampiro nunca tinha dominado todo o meu cerne como naquele momento. Sol também morreria se tentasse me deter. Percebi a forma como seus olhos escuros e desesperados encararam uma Bonnie assustada e histérica embaixo da palma de minha mão. Ela não estava tentando proteger Renly e sim o sentimento que Bonnie tinha por ele. Soledad faria de tudo por ela, seria até mesmo capaz de arriscar sua vida.
- Se você não se calar agora mesmo, Soledad-ameacei com uma frieza que eu mesmo não reconheci- vou arrancar o coração dela ainda batendo do peito!
Isso fez Sol se engasgar com os pedidos quase que imediatamente. Ela caiu com o rosto contra o piso, chorando miseravelmente.
- Perdoname Señorita...-chorou-... Perdoname...
Bonnie começou a gritar mais alto, implorando um monte de absurdos e fazendo todas as promessas vazias que eu sabia que faria. Mas eu não estava escutando mais nada. Se ela não podia me amar, não amaria à mais ninguém.
Meu braço direito- o que não segurava Bonnie- tremia com o excesso de energia que reverberava por ele. Quanto mais irritado eu ficava, mais o lado vampiro dominava, fazendo minha magia aumentar consideravelmente, já que eu estava sugando de mim mesmo sem me dar conta naquele momento. Não precisei erguer um dedo, apenas com a minha vontade o corpo de Renly se ergueu no ar. O humano ainda estava fraco e tonto com o impacto, seus braços e pernas completamente moles embaixo de si.
- Deixe ele em paz, Kai!- Bonnie gritou, forçando seu corpo pequeno para cima. A forcei mais contra o tempo frio da mesa, ouvindo-a ganir de ódio e medo- Se você fizer algo à ele, eu juro que mato você! Eu juro pelas minhas ancestrais!
Aquilo foi estranhamente doloroso. Sentir como ela o defendia com unhas e dentes, enquanto que a mim era dirigido apenas seu desprezo e as migalhas de sua atenção roubada. Isso me fez muito mais desejo de sangue e a necessidade de acabar com aquele verme diante de mim.
- Então- murmurei suavemente- comece a rezar para elas.
Com isso, fiz um movimento brusco de mão, ouvindo algo se partir. Renly gritou de um modo anormal. As pernas que antes se debatiam no ar, estavam frouxas embaixo de si como as de uma marionete com a cordas arrebentadas. Bonnie gritou com ele, se dando conta do que estava acontecendo. E fez uma força descomunal para se levantar daquela mesa. Por um segundo, minha mão tremeu, quase cedendo à sua força, no entanto, com um impulso mais forte a forcei a ficar onde estava.
- Você ainda o quer, agora que está aleijado?- ralhei, fora de mim- Você o aceitaria assim, Bonnie? Completamente inútil?
Renly estava pálido, tremendo em pleno ar como se estivesse fazendo uma força incrível para não gritar de novo.
- Renly...- ela gemeu em meio ao choro- Eu sinto muito por tudo isso... Me perdoa... Por favor... É tudo minha culpa...
- Responda! - berrei, a apertando mais minha mão em suas costas, e mais daquele som de vidro de fez ouvir- Você ainda o quer?
Ainda chorando e tremendo, Bonnie ficou em silêncio por um segundo encarando o homem paralisado diante de si.
- Sim- falou com firmeza e coragem- Eu ainda o quero.
Por um segundo, mesmo através da dor, vi um dos cantos dos lábios daquele humano desgraçado subir.
- Eu amo voc... - tentou sussurrar, mas não antes de eu partir seu pescoço com um simples movimento.
Bonnie gritou.
Foi um grito de pura dor e sem palavras. Cheio de todas as coisas horríveis que se passavam dentro dela e nunca poderia descrever mais que o sentimento de pesar e o coração partido.
- Agora pode ficar com ele- rosnei, a soltando- Aposto que vai ficar perfeito em um mausoléu de marfim.
Ela não pensou duas vezes ao se jogar no chão e se arrastar até onde o corpo do miserável estava caído.
- Renly! -gritou, arrastando seu corpo inerte por sobre as pernas, seus joelhos estavam cortados com vidro, mas ela nem pareceu notar- Renly... Por favor... Não...!
Então, o abraçou forte contra seu peito, chorando convulsivamente sobre ele. Suas lágrimas caindo sobre os cabelos louros e se espalhando pelos fios.
Eu nunca invejei tanto um morto como naquele momento.

💀💀💀💀💀

Nota da Autora:

Helloooooo!!!

Eu nem vou começar a me desculpar porque sei que a merda já tá feita. Mas saibam que eu não estava querendo largar a fic, só estava meio bloqueada com o que escrever. Espero que entendam :)
Ah! E saibam que fui coagida para postar esse capítulo. Agradeçam à Lari Matsu, A Maligna.
E como todos esperavam, ou não, nosso Renlito virou presunto e isso vai gerar treta até dizer chega. Então, meus amores, o que acharam desse capítulo? Amaram? Odiaram? Comentem! 😋😘

P.S.: OBRIGADA POR LEREM LAÇOS MORTAIS. VOCÊS SÃO D-E-M-A-I-S 💛❤💙


















LAÇOS MORTAIS | Bonkai |Where stories live. Discover now