6. Minha Droga

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Eu dormia profundamente em minha cama depois de um longo dia ferindo Bonnie.
Ela não estava colaborando e isso me frustrava na mesma medida que mantinha meu interesse. Pensava que fosse conseguir domar aquele ar selvagem e auto suficiente dela. Mas apesar de sentir medo de mim ela não mudava. Continuava me xingando de nomes não muito educados para uma mocinha e declarando seu ódio à plenos pulmões.
Isso me deixava louco...
E um som me fez acordar.
Abri os olhos, ainda grogue de sono, procurando o tal barulho na enorme suíte escura.
Não havia nada.
Eu devia estar sonhando, ou provavelmente escutando algum som vindo da rua com aquela audição de vampiro.
Fechei os olhos e tentei dormir de novo.
Uma risadinha se fez no ar.
Abri meus olhos de novo, alarmado.
- Quem está aí?- perguntei enquanto me sentava no colchão macio, procurando o dono do barulho com os olhos e não vi ninguém nas sombras.
- Kai- um sussurro quente em minha orelha me arrepiou inteiro.
Me virei e não havia ninguém de novo.
- Para com essa brincadeira!- exclamei, ficando mais irritado e confuso com aquilo- Quem está aí?
- Adivinha?- a voz sussurrou perto de mim, e dessa vez senti alguém morder o lóbulo de minha orelha.
Um arrepio de prazer desceu por meu corpo.
Me voltei de novo e... nada.
- Deite-se, feche os olhos e mostro quem sou eu- sussurrou perto de mim, na outra orelha e uma mão acariciou meu peito.
Olhei para baixo e não vi quem tocou.
- Como posso saber que não é um truque?- lancei.
- Não há como- sussurrou e mordeu minha nuca.
Um gemido baixo escapou por meus lábios e meu corpo se arrepiou de prazer.
- Obedeça e lhe dou mais disso- alguém mordeu meu lábio de leve.
Me inclinei, procurando os lábios de quem havia feito aquilo e encontrei o vazio, mais uma vez.
Pensei em obedecer, mas eu não podia confiar apenas nos meus sentidos. Tinha que estar alerta.
Porém, algo em meu interior se contorcia de vontade de ser tocado por aquela pessoa.
- Se eu fizer o que quer, você aparece?- perguntei para o vazio.
Ninguém respondeu.
Quando eu pegar quem fez isso, vai pagar pela brincadeira, pensei e me deitei mais uma vez.
Fechei os olhos e respirei fundo.
Alguns segundos se passaram e não senti nada além do silêncio. Estava quase os abrindo, quando o peso do colchão mudou. Como se alguém estivesse subindo.
Cogitei a hipótese de abrir os olhos e pegar quem fazia isso, mas resolvi esperar com medo de que desaparecesse.
Senti mãos suaves, deslizando por meus tornozelos, guiando por meus joelhos e seguindo para as minhas coxas.
Esses toques leves estavam causando um frenesi em meu corpo. Mas, o que era aquilo?
Uma das mãos subiu para meu abdômen, acariciando um pouco abaixo do meu umbigo. Enquanto, a outra descia o elástico de minha cueca boxer preta.
Senti meu coração se acelerar e uma ansiedade dolorosa me dominou.
- O que está fazendo?-sussurrei, ouvindo minha própria voz ofegante.
- O que acha que estou fazendo?- retorquiu, com um ar travesso.
Lábios encostaram abaixo do meu umbigo e começaram a descer seus beijos, conforme descia minha boxer.
Meu corpo começou a ficar quente de excitação.
Sua mão, desceu a boxer completamente, deixando meu corpo nu sob os lénçois.
Isso me deixou tão excitado, que senti meu membro enrijecer. E dedos macios se fecharam sobre ele, fazendo movimentos deliciosos e torturantes.
-Oh!- arfei, agarrando os lénçois ao lado de meu corpo- Minha nossa...
E não demorou para que seus lábios de veludo, tocassem minha glande em um beijo carinhoso.
Uma onda de prazer me inundou.
- Quem é você...?- ofeguei, mas seus lábios me engoliram por completo e não consegui pensar em mais nada, apenas no prazer.
Minha respiração vinha entrecortada, conforme o beijo em meu corpo se intensificava.
Era tanto tesão, que eu me segurava para não gozar logo. Podia ouvir os lénçois que eu segurava, se rasgarem em meus dedos.
E subitamente, parou.
Senti meu corpo coberto de suor e desejo. Meu membro pulsava dolorosamente, implorando por mais.
E o peso no colchão se modificou, como se a pessoa estivesse se movendo.
- Abra os olhos, Kai - sussurrou a voz.
O fiz um pouco temeroso e vi um grande volume embaixo dos lençóis, entre minhas pernas, do tamanho de uma... pessoa.
Senti seus lábios macios, subindo beijos por minhas entradas e o lençol aos poucos cedeu.
A primeira coisa que avistei foi o cabelo escuro e liso, que fazia cócegas em mim. E depois a pele morena e sedosa, e por fim... Os olhos verdes.
- Bonnie?- sussurrei, chocado demais.
Ela levantou seus olhos de predadora e sorriu para mim de um modo diabólico.
- Surpreso?-provocou.
Não tive tempo para responder, pois sentou-se sobre mim e me encaixou dentro dela.
- Oh, Bonnie!- gemi, segurando seus quadris que estavam envolvidos por um vestido de renda branca, sexy e decotado.
Ela não me deu tempo nem de respirar.
Quando me vi, estava urrando de prazer, com ela cavalgando em mim.
E a única coisa que eu podia fazer, era apertar suas coxas em volta do meu quadril e me afundar mais nela.
- Ah... Kai!- ela gemeu, espalmando a mão em meu peito e dando tudo de si.
Aquilo era pura tortura.
Eu não aguentaria por muito tempo.
- Bonnie... oh... Eu vou... ah...-avisei, ficando maluco.
Ela sorriu, mordendo aquela boca carnuda de forma diabólica. E subitamente, se inclinou e agarrou meus cabelos e começou a beijar meu pescoço, aumentando o ritmo em seus quadris.
Eu não aguentei, e me desmanchei embaixo dela.
Senti seus dentes mordiscando minha orelha, enquanto eu tentava respirar.
- Meu- ela sussurrou, causando arrepios violentos em meu corpo.
E eu acordei.
Me sentei na cama alarmado, procurando por ela. Porém, apenas eu me encontrava na suíte escura.
Foi um sonho. Apenas, um sonho.
Deslizei a mão por meu peito, sentindo a camada de suor.
Caí sobre os lénçois, sentindo o frenesi de minha respiração descompassada.
Bonnie me havia feito ter um orgasmo sonhando. Isso nunca tinha acontecido comigo.
Já havia sonhado com ela outras vezes, mas não desse jeito.
Na maior parte deles nós conversávamos e ela era bem mais gentil e carinhosa.
Mas, nunca havia tido um sonho erótico com a Bennett.
Era uma coisa bem absurda, já que ela era bem gostosa e eu convivia boa parte do meu dia com Bonnie. Mas, nunca consegui enxergá-la dessa maneira.
Talvez, porque ela parecesse tão inocente e angelical o tempo todo. Isso não me dava espaços para pensar nela dessa forma. E também, porque eu estava tão focado em fazê-la sofrer que não parava para prestar atenção nisso.
Encarei o teto branco, na meia luz que vinha dos postes da rua. Minha respiração ainda estava ofegante e apesar de eu ter tido um orgasmo - inconsciente disso- ainda me sentia duro e excitado como nunca.
Passei a mão por meus cabelos úmidos, respirando fundo.
Até pensei em pegar no sono mais uma vez, mas tive medo de ver aquela mesma Bonnie sedutora e ardente.
Revirei - me no colchão, tentando achar um posição confortável para dormir, mas o sono não vinha.
Senti aquele impulso me dominar.
Lutei contra ele, me sentindo um idiota por pensar naquilo. Mas, eu era fraco. Sempre seria.
Levantei de cama e caminhei pelo quarto enorme.
Abri a porta do closet e me estiquei para pegar a caixa de veludo vermelho sobre a prateleira.
Fiquei olhando para ela, durante alguns segundos, pensando que aquela seria a última vez.
Sempre é, zombei de mim, mesmo.
Voltei para a enorme cama King Size, sentei-me e acendi o abajur sobre o criado mudo.
Deslizei as mãos pelo veludo vermelho e respirei fundo mais uma vez. E levantei a tampa.
O perfume doce me atingiu de imediato. Senti cada poro da minha pele se arrepiar.
Deslizei a mão pelo tecido macio e florido sob meus dedos. Uma sensação doentia de alívio e agitação me percorreu, fazendo meu coração morto bater mais acelerado que o comum.
Com as mãos tremendo, tirei o vestido de dentro da caixa.
Ele era branco e com pequenas flores azuis, com um decote cândido e provocante.
Aproximei o tecido de meu rosto, inspirando aquele cheiro doce que vinha dele. Ele não era específico, parecia uma mistura das coisas mais afrodisíacas, exóticas e atraentes de todas.
O perfume de Bonnie.
Soltei o ar com um gemido doloroso. Aquele cheiro me perturbava, fazia minha mente entorpecer e ficar um pouco um perdida.
Existiam vícios como heroína e crack, o meu era Bonnie Bennett.
Era ridículo, eu sei.
Na maior parte das vazes, eu queria estrangulá-la até ficar roxa (bem, eu já fiz isso). E haviam momentos raros, como aquele, em que queria abraçá-la e me perder no meu vício doentio que era o odor estonteante da sua pele.
Coloquei o vestido ao meu lado, como cuidado. E passei para o item seguinte.
Segurei um chumaço de cabelo, preso por uma fita verde. A maciez percorria meus dedos. Seu cabelo era como seda negra.
Eu havia cortado um pequeno tufo dele, quando Bonnie estava desmaiada, após horas de tortura intensa. Lembro de tê-lo guardado em um lenço com todo o cuidado.
Aproximei os fios escuros, deixando que seu perfume inundasse minhas narinas. Meu suspiro foi doentio e sôfrego, como o de um dependente químico necessitado de sua droga e que finalmente a tem.
Eu procurava comprar produtos de higiene sem odores marcantes para ela, assim eu poderia sentir seu. perfume natural e viciante.
Pousei o cabelo com a fita verde sobre o vestido, com mais cuidado que antes.
E claro, que meus olhos procurariam instintivamente por elas.
Peguei a caixinha menor e preta, dentro da grande e vermelha. A abri com cuidado, e retirei o bolo de papéis.
Fotos, na verdade.
Às vezes, quando fazia minhas visitas à Bonnie, gostava de levar minha maquina fotográfica Polaroid- pois é, sou apegado à clássicos- e tirava algumas fotos dela. Mas, apenas porque a bruxinha ficava incomodada que eu fizesse isso.
No início, era apenas para irritar Bonnie, mas depois comecei a notar como era difícil para mim me livrar delas. Eu às guardava como pequenos troféus.
Estava mais pra um hobby bem doentio. Mas eu nunca disse que era normal.
Fui passando foto por foto, analisando cada cena que eu já havia decorado, mas era sempre excitante olhar para elas. Sentia uma espécie de adrenalina gostosa me percorrer, juntamente com um bem estar maravilhoso.
Em uma delas, Bonnie estava encolhida contra a parede e chorava, amordaçada e com as mãos atadas.
Aquela era perfeita, pois era uma prova de que eu havia conseguido quebrá-la à ponto de tirar uma mísera lágrima.
Isso era o que mais me irritava nela. O fato de ser durona e corajosa o tempo todo. Era preciso causar muita dor para que se rendesse.
Passei para a próxima.
Bonnie estava fazendo aquele olhar de ódio para mim, pois a peguei de surpresa com uma foto. Não gostava dessa.
Passei para a seguinte.
Bonnie dormia profundamente com um ar calmo e angelical. Eu me perguntava como alguém conseguia dormir tão bem, sabendo que ao acordar sofreria mais do que qualquer pessoa.
Sonhos, pensei. É o único lugar onde não posso alcançá-la.
Ela se mantinha firme, porque ainda tinha esperanças de conseguir fugir. Bonnie nunca desistia.
E eu teria que arrancar isso dela.
Pensar na mínima possibilidade de ela estragar meu plano, acabou me enfurecendo. Guardei minhas "drogas" um pouco brusco demais na caixa e voltei a colocá-la no mesmo lugar.
Parei no meio do quarto escuro, olhando para aquela cama enorme e vazia.
Uma agonia crescente me dominou.
Em um ato impensado, caminhei até o criado mudo e peguei o molho de chaves velhas.
Eu queria ver a dona da minha obsessão.

♥♥♥♥♥

Nota da Autora:

Olá amores!

Desculpem pela demora.
Vimos que o Kai já está começando a cair no feitiço da Bonnie, não? Ela vai deixar esse vampiro completamente maluco ( se é que ele pode ficar mais kkk).
O que acharam desse capítulo? Gostaram? Detestaram? Estou curiosa ;)

Beijos xxx ;* Até o próximo capítulo! o/

LAÇOS MORTAIS | Bonkai |Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon