45. Vamos Passear

1.4K 101 36
                                    

Para Evilyn, que deu as melhores intimações que uma pessoa deveria receber 💞

Eu estava deitada de bruços sobre os lençóis de seda, completamente nua. Kai estava ao meu lado, sentado em vez de deitado, com as costas contra a cabeceira da cama. Mas sua mão estava repousada sobre meu traseiro. Subindo e descendo lentamente. Mesmo que tenhamos acabado de transar, a sensação de seu toque era maravilhosa. Pena que ele era um lixo desprezível.
Fingi estar lendo um simples livro à minha frente, mas na verdade, estava pensando, formulando ideias e planos.
- Quando você vai me dar atenção?- ele resmungou, como um menininho.
- Já estou dando muita atenção - falei, fingindo estar concentrada- Até transei com você. Cinco vezes. Acho que já fui muito generosa.
- Eu não diria que cinco vezes é um número aceitável. É quase uma ofensa- se defendeu- Eu preciso de mais de você.
Seu tom de voz intenso deixavam bem claras suas intenções. Mas aquilo não surtia efeito em mim, não depois de tudo. Não depois de Rosalie, de Philip, o guarda que tentou me ajudar, Quinn. E certamente, não depois de Renly e Damon.
- Malachai- suspirei, ainda concentrada na leitura- Você tem um grave problema.
- Tenho- admitiu, se movimentando sobre a cama, senti suas mãos subindo por meus tornozelos, seus lábios plantando beijos em minha panturrilha e subindo por minha coxa, até alcançar meu bumbum, que ele fez questão de morder levemente- E esse problema tem de 1, 57 de altura, olhos verdes incríveis e um corpo de fazer qualquer homem enfartar.
Sorri desdenhosamente.
- E quem seria essa figura de beleza cativante?
- Certamente que não é você- riu, com seus lábios trabalhando nos músculos de minhas costas- Essa garota é mais educada e menos malcriada.
- Deve ser uma submissa e tanto.
Virei mais uma página do livro.
- Eu ensinei bons modos à ela- falou em minha orelha, a mordendo logo em seguida.
Eu tinha que admitir que Kai era bom tocando uma mulher. Apesar de odiá-lo, até hoje, ele foi o único homem que conseguiu me levar à um precipício do mais puro prazer. Tudo era tão contraditório quando se tratava dele. Por vezes, eu me pegava olhando para ele sem nenhum motivo. Havia algo em sua presença que fazia meus olhos automáticamente se dirigirem para ele. Não era medo. Era como uma atração incontrolável. E quando Kai me pegava fazendo isso, sorria como se tivesse descoberto algum segredo. Por fora, eu me limitava a sorrir, mas por dentro, me mordia de ódio. Dele e de mim. Aquela atração era inconcebível. Eu não podia sentir nada por ele que não fosse além do asco. No entanto, meu corpo me traía toda vez que Kai me tocava. Mas, apesar disso tudo, toda vez que encarava seus olhos cinzentos, tudo o que eu via era o vazio. Não havia nada em seu interior, medo, amor, remorso, ódio. Kai simplesmente alimentava a ideia de que era obcecado por mim, pois na verdade, tudo não passava de um jogo para ele. Uma brincadeira mórbida, uma luta ridícula de tentativas de me subjugar a sua vontade, a adorá-lo como um deus. E por mais que eu tenha- internamente- alimentado esperanças de que ele pudesse ser diferente com o tempo, meu despertar veio no segundo em que ele quebrou o pescoço de Renly. Então, eu soube: não havia mais nada para mim ao lado de Kai. Nunca houve e nunca haveria. Apenas dor. Era o que me restava. E eu precisava quebrar esse ciclo.
Suas mãos percorriam meu corpo com avidez, como se fosse a primeira e última vez. Sempre era assim, não havia limites para o seu desejo. Algo que me fez temer muito mais o destino que teria com Kai, já que eu não era mais um brinquedo em suas mãos. Eu havia me tornado muito mais para ele.
Isso seria minha arma.
Com um empurrão leve de sua mão, o livro que eu estava "lendo" caiu no chão, com as páginas abertas. Kai se ocupou em espalhar beijos por minha nuca e pescoço. Tão leve que quase não notei, sua mão se entranhou entre meu corpo e o colchão, afastando minhas pernas para poder acomodar o peso do seu, enquanto seus dedos desciam...
- Hmmm...-gemi contra o cobertor da cama ao sentir dedos se encaixarem com perfeição dentro de mim. Praguejei internamente por já estar tão molhada só com aquelas leves carícias.
Kai também parecia estar bem longe de estar entediado. Sua ereção só fazia crescer contra meu traseiro. Mas ele sabia se controlar melhor do que eu, pois continuou fazendo o que sabia fazer de melhor: me torturar. Os movimentos de sua mão entre minhas pernas estavam me deixando completamente fora de mim. Por mais que eu tentasse me manter quieta, foi impossível não delirar com a maciez de sua pele contra a minha. A forma como seu peito roçava minhas costas e como ele parecia tão protetoramente maior que eu. Foi uma sensação incrível. No entanto, eu não estava satisfeita com isso, queria muito mais. Empinei o bumbum, sentindo sua ereção contra minha entrada.
- Droga, Bonnie... - chiou ele, se desconcentrando por um segundo.
Continuei o provocando até Kai não suportar mais. Seu braço cercou minha cintura, ao mesmo tempo em que ficava de joelhos e me puxava junto com ele. Sem deixar de beijar cada centímetro de minha pele, Kai tateou cegamente por sobre a superfície da cama em busca de algo com a respiração ofegante. Um travesseiro de fronha de seda negra e volumoso. O vampiro o estendeu diante de mim e me fez voltar a posição original, com o adicional de deixar a parte inferior de meu corpo um pouco mais elevada por causa do travesseiro embaixo de mim. Kai se posicionou sobre mim, afastando minhas pernas o tanto quanto pôde para abrigar seu corpo enorme. Quando tudo pareceu perfeito, ele voltou a espalhar carícias pelos meus ombros, arrancando suspiros altos de mim. Sem avisar, me penetrou de imediato. Foi tão repentino e intenso, que mal registrei o orgasmo que se aproximou rápidamente.
- Você é tão sensível- riu Kai em minha orelha, acariciando meus seios já sensíveis.
Eu odiava gostar tanto daquilo. Da forma como o corpo dele parecia ter sido feito para se encaixar no meu. De seus afagos e atenção constante. Eu me sentia culpada apenas por respirar perto dele daquela forma. Mas tudo era esquecido quando Kai me fazia sentir todas aquelas sensações. Com ele era... liberdade. Sem limites, desejo desenfreado. Eu nunca senti nada como aquilo por ninguém. E por mais que eu adorasse me sentir tão viva, o odiava por cada coisa que havia feito à todos a sua volta. Principalmente a mim.
As estocadas que se seguiram foram o paraíso. Ele era tão grande, me preenchendo em cada mínimo espaço, de forma que pude senti-lo em todo seu potencial.
- Ah, Deus, Bonnie...-gemeu, se aproximando do clímax- Bonnie...!
Seu orgasmo, me levou até a borda com ele, fazendo o meu próprio chegar.
Ofegando, Kai saiu de mim, desabando ao meu lado.
- Um dia desses você vai acabar me matando, BonBon.
Sorri traiçoeiramente.
- Espero que sim.
Kai me lançou um olhar repleto de desafios. Que eu iria ultrapassar.
- Preciso de uma ducha- disse, se levantando com velocidade- Vem comigo?
- Vai na frente, vou logo em seguida- sorri para ele.
Quando Kai entrou no banheiro, meu sorriso morreu, fazendo meu rosto assumir uma expressão vazia e fria com a qual havia me acostumado naqueles quatro dias após minha conversa com Kai.
Levantei da cama, sentindo meu corpo dolorido por tantas horas de sexo intenso. Caminhei rapidamente até as roupas espalhadas pelo chão. Encontrei o jeans de Kai perto da porta, controlando minha respiração e as batidas de meu coração, dedilhei os bolsos até encontrar. O celular dele estava lá. Quase gritei de felicidade, mas isso o alertaria na hora.
Fiquei tão surpresa que Kai tivesse se descuidado, ele sempre dava um jeito de esconder qualquer coisa que eu pudesse usar para me comunicar ou pedir ajuda. Acho que tê-lo distraído durante todo aquele tempo, foi um dos fatores que contribuiu para esse momento acontecer. Essa seria minha única chance, então a aproveitaria.
Sem desviar os olhos da porta do banheiro, e apurando a audição ao máximo para não ser pega, digitei os números que eu havia decorado há pouco tempo. Esperei enquanto a ligação se completava, ainda prestando atenção nos sons de água caindo e o cantarolar baixo que vinha do banheiro.
- Alô- sussurrei, quando ela atendeu- Sua proposta ainda está de pé?
- Pensei que não me ligaria nunca- debochou Cecile- E claro que ainda temos um acordo.
Ignorei aquele ego enorme.
- Quando podemos nos encontrar?

LAÇOS MORTAIS | Bonkai |Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt