Capítulo 40 - Alasca

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Hoje é dia primeiro de março e, o fim de semana passou rápido, as atividades nos hospitais começam hoje e, ao mesmo tempo é minha volta a faculdade depois de quase um mês se não me engano. Não sei como as pessoas vão reagir, se irão sentir pena de mim ou algo perto disso. Qualquer pergunta que não me agradar será descartada e apenas continuarei andando.

- Preparada? - Victória pergunta, animada. Ela me contou várias coisas que legais que aconteceram nos pais dela. O irmão dela irá começar a trabalhar na faculdade como professor de medicina. Fiquei feliz por ela, já que gora terá alguém além de mim para conversar. E como o irmão dela tem casa aqui, provavelmente ela irá pra lá, fiquei triste com isso porque ela era meu porto seguro aqui dentro. Mas estou mais feliz por ela.

- Acho que sim, nervosa com os comentários - digo e, me volto para minha bolsa a minha frente, terminando de guardar meus materiais.

- Você é uma deusa, estamos preparadas para qualquer coisa juntas - ela diz e, aperta minha mão. Seu sorriso me tranquiliza e penso como sou sortuda em ter Victória como amiga, aliada e irmã.

- Precisamos de uma frase para nossa amizade. Tipo em grey's anatomy, tipo Meredith e Cristina - Victória é viciada em séries de médicos, mas essa ganha de lavada.

- Vamos pensar em alguma - digo, e pego minha bolsa colocando-a em meu ombro – Vamos?

- Vamos.

O caminho de casa até a faculdade fica maior que o normal, ruas mais largas, carros andando em alta velocidade, tudo está acelerado. Estou com medo de alguém falar algo e eu explodir, mas tenho medo de ter esperanças em algo impossível.

- Ala, chegamos - Victória me avisa, enquanto levanta para descer do ônibus. Quando descemos, minhas mãos começam a soar frio e, posso acreditar que vou cair a qualquer momento. Não sinto minhas pernas, e começo a pensar a quanto tempo estou sendo tão insegura assim.

- Ala, preciso te falar uma coisa - Victória pega em minhas mãos e, olha em meus olhos – Não liga para as coisas que a Constança falar, ela é uma... puta, e não se rebaixe, tudo bem? - ela diz. Acho que Victória está com medo de ser humilhada pela pessoa que ela mais ama, Liam disse coisas horríveis, mas ela é forte demais.

- Não prometo nada. Mas vamos enfrentar tudo isso juntas – digo a ela, e vamos andando.

Como para ir até os armários precisávamos passar pelo pequeno restaurante, fiquei um pouco nervosa e, Victória mais ainda. Mas como sou azarada, logo vejo meu professor e sua esposa que estão loucos para postarem uma matéria com o trabalho de Cásper. Mas como eu prometi a mim mesma, não vou ficar me escondendo como antes, nem contar mentiras. Apenas, dizer a verdade. Continuamos andando, e por incrível que pareça ele não me vê, e fico um pouco aliviada.

- Olha, quem voltou - ouço uma voz irritante.

- Constança - Victória diz, em tom de voz baixo. Bem confiante, me viro para ela e a encaro.

- O que você quer? - pergunto a ela.

- Nada. Apenas saber como está a sua amiga ai do lado, e também saber se o seu aborto foi celebrado? - ela pergunta, com aquele olhar cruel.

- Cale a sua boca, para falar do meu filho. E cale a sua boca, para falar da minha amiga.

- Ala, não precisa. Vamos logo para a sala - Victória diz.

- Está com medo? - Constança pergunta a ela.

- Já disse para calar a boca!! - grito com ela. Todos que estavam perto de nós ouvem e ficam assustados. Me viro de costas, e levo Victória comigo. Mas como a boca de puta é grande, ela não para de falar.

- Já agradeceu o Liam? Ela se livrou dele, como queria fazer fazia tempo - Constança grita. Liam estava comendo com os garotos de sua turma. E parecia irritado.

- Cala a boca sua vadia de merda!! - Victória grita, e vai andando até ela, e quando está em uma distância boa, seus dedos vão direto ao seu rosto. Todos que estavam ali fizeram som de dor, e até gritaram "bem feito". Liam se levantou rápido, mas não fez nada.

Constança levanta a cabeça e seus lábios estavam cortados. Bem feito. Ela avança em cima de Victória que grita por ela estar puxando seus cabelos. E logo eu vou até elas e separo a briga. Mas o ódio toma conta de mim, e eu dou outro tapa naquela vadia, ela grita e me dá outro tapa, vindo de ofensas e xingamentos.

- Ta brava é!! Você não viu anda!! Quando eu começar do seu namorado morto e do filho assassinado!! - ela grita puxando meus cabelos. Quando aquelas palavras saem de sua boca, lembro das aulas de auto- defesa que eu tive quando criança, ela vai implorar por ajuda. Todos estavam em volta da gente, e Victória gritava para pararmos.

- Repete sua cachorra!! Repete!! - no mesmo momento que digo isso, jogo ela no chão e prendo suas pernas ás minhas, e começo a socar seu rosto. Ela implorava para mim parar e, eu não conseguia. Eu sei que não tinha força para quebrar um nariz, mas eu tinha o suficiente para deixar a cara dela roxa – NUNCA MAIS ABRE A PORRA DA SUA BOCA PRA FALAR DO CÁSPER! MUITO MENOS DO MEU FILHO SUA PUTA!! – quanto mais eu gritava, mais eu socava ela.

A raiva é algo incontrolável. E por um instante me lembro de Cásper e, como ele reagiria se algum cara falasse do nosso filho.

- ISSO É POR TER MENTINDO EM RELAÇÃO A VICTÓRIA!! - dou um soco na boca dela - ISSO É POR TER ROUBADO O NAMORADO DELA NO ENSINO MÉDIO!! – dou outro e mais outro. Minha mão estava doendo, eu estava cansada. Mas a raiva me deixava com mais vontade de matar ela.

- Para sua maluca!! - ela gritava e se debatia.

- Alasca para!! - Victória gritava.

- Para com isso!! - ouço uma voz masculina, gritando.

Quando eu ia dar o último soco nela. Sinto braços em minha cintura e me tirando de cima dela. E logo depois Liam tirando ela debaixo de mim, antes que acabasse com a raça daquela filha da puta. A adrenalina ainda percorria em minhas veias, e ficava me debatendo contra a pessoa que estava me segurando.

- Chega perto de mim, ou da minha amiga, que eu acabo o que comecei aqui!! - grito a ela, enquanto sou tirada dali, por alguém que ainda nem sei quem é. Victória vem atrás de mim, e dá uma risada, o que me faz rir também.

Quando sou deixada em um banco bem longe de tantas pessoas, tento voltar lá. Mas mãos pegam em minha cintura dizendo:

- Ei, para com isso!! Já arrumou encrenca demais hoje - olhos cor de mel, pele escura e cabelos totalmente cortados. Era este o homem que estava em minha frente. Alto, não tanto quanto Cásper, mas alto. Sem tatuagens e nada de bad boy. Seus olhos eram profundos e cheios de luz, eram bem diferentes dos de Cásper – Você pode ser expulsa!! - ele diz, e continua com a mão em minha cintura. O que faz eu me separar rapidamente dele.

- Obrigada Nathan, você nos salvou -  Victória diz, parecendo muito intima do homem a minha frente

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- Obrigada Nathan, você nos salvou -  Victória diz, parecendo muito intima do homem a minha frente. 

- Imagina, só não se meta em encrenca novamente -  ele diz, sorrindo para ela. 

- Ah! Ala, este é o Nathan, meu irmão mais velho... 

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