Capítulo 14 - Alasca

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Após horas andando, e refletindo, finalmente pego, o celular e seguida, vem várias ligações perdidas de Victória. Será que aconteceu algo? Decido retornar as ligações, e graças a deus, no segundo toque ela atende. Alo, Vic?... Oi Ala, onde você está?... Acabei de sair da ultrassom, liguei o celular só agora, desculpe... Você pode vir para a entrada da faculdade, por favor... Claro que vou, mas me diga o que aconteceu... Liam, ele, ele não é meu antigo Liam, ele é um estranho que disse que não me ama... Vic, por favor, não desliga. Vamos conversando até chegar aí...

Chego na entrada da faculdade e de longe avisto Victória sentada. Corro até ela e a abraço fortemente.

- Me diga, me diga o que aconteceu - digo com minhas mãos em seu rosto.

- Eu o odeio - diz a mesma, me abraçando e chorando em meus braços.

- Está tudo bem, você vai ficar bem - digo sem saber o que dizer.

- Ele, ele deve ter conhecido uma pessoa - diz a mesma, saindo do abraço, e enxugando as lágrimas.

- Vic, não tenha tanta certeza assim, isso é apenas uma faze - digo sincera.

- E se não for Ala, e se for para sempre - a mesma olha em meus olhos, e consigo ver toda sua dor, angustia. Tudo que eu sentia, ela está sentindo agora.

- Eu vou falar com ele, Vic, talvez tenha acontecido alguma coisa - digo esperançosa. Ver minha amiga naquele estado era algo horrível, e odiaria Liam se tivesse traído ela.

- Não! - diz a mesma segurando meu braço – Ele disse que alguém, que uma pessoa ouviu a gente conversando no banheiro, e que eu falei a você que não queria nada sério com ele. Eu disse a ele que era mentira Ala... E ele, ele desconfiou de mim Ala, como se tudo fosse mentira - a mesma diz a mim.

- Eu vou Victória, e você não vai me impedir! - digo, tirando suas mãos de mim.

Vou até a lanchonete, e olho para ver se Liam estava por lá, quando vejo o mesmo com várias pessoas da minha turma, vou até ele, e logo digo:

- Liam - chamo o mesmo. Liam olha para eu, e levanta rapidamente.

- Alasca - o mesmo diz, em pé.

- Você virou o que, Liam. Cásper morreu e você vira um canalha, é isso? - digo, tentando falar o mais baixo possível.

- Não sei do que você está falando - diz o mesmo. Liam volta a sentar, mais eu puxo o mesmo para se levantar, e levo-o até a saída.

- Você vai me ouvir Liam! - digo mais alto. O mesmo se solta de minhas mãos, e parece não ter ficado nada feliz.

- O que você quer Alasca, quer me xingar, gritar comigo?! Ah, já sei, você sabia do passado de Victória, e não me disse nada! - diz o mesmo gritando.

Espera, do que ele está falando, que passado?

- Desculpa Liam, mas eu não sei de que passado você está falando - digo, tentando entende-lo.

- Para Alasca! Para de defender ela! Porra, você sabe que eu amo ela, eu amo aquela garota! - diz o mesmo gritando.

- Não, você não amava. Você só não queria ficar sozinho, ou talvez, ela fizesse bem ao seu ego, ou talvez, ela melhorasse a sua vida imprestável! Mas você não amava ela, porque não se destrói a pessoa que você ama! - grito com o mesmo.

Seus olhos em cima de mim, eram grandes e agora com toda a culpa. Seu olha além de mim, e então olho para trás e vejo que Victória está atrás de mim.

- Vic - digo a mesma.

- Tudo bem, Ala. Eu só preciso ir embora, precisamos decidir os hospitais, lembra? - diz a mesma, tentando não se mostrar abalada.

- Victória - diz Liam, mas a mesma o interrompe.

- Cala boca - diz a mesma, olhando em seus olhos com completa decepção.

Victória me puxa para irmos embora, fico um pouco resistente para ver se ela diz mais alguma coisa, mas acabo cedendo, e saímos de lá.

- Ala, não precisava fazer aquilo, ele não merece satisfação da nossa parte - diz Victória, quando entramos no ônibus.

- Eu sei amiga, mas não consegui me segurar, ele fez isso com você por que? Ele disse que eu sabia do seu passado, mas eu não sei nada - digo a ela.

- Desculpa não ter lhe contado, Ala. Mas parece que foi ontem - diz a mesma decepcionada.

- Ei, tudo bem, conte quando tiver pronta, e se não contar, está tudo bem também - digo a ela.

- Muito obrigada, mesmo - Victória diz isso, e logo em seguida me abraça – Mas me diga, como foi na sessão da psicóloga e no ultrassom - quando a mesma diz isso, meu coração se acelera. É uma felicidade muito grande saber que, você carrega uma vida dentro de você, e que é fruto de um amor.

- Meu deus! - digo com o coração acelerado e lágrimas nos olhos.

- Alasca, o que foi? - pergunta Vic, preocupada.

- É um menino - digo, chorando de felicidade – É um menino, Vic.

- Meu deus! É um menino! - Victória grita, e o ônibus todo olha para nós duas – Puta que pariu, isso melhorou meu dia em cem por cento! - dou risada, com suas palavras, e fico feliz por ela estar rindo.

- Eu fiquei muito feliz também, mas se fosse uma menina ficaria também - digo sincera.

- Precisamos comemorar! - diz Victória.

- Podemos ir comer fora, e ver os hospitais disponíveis - digo a ela.

- Claro, claro. Vamos contar ao seu pai? - Victória pergunta.

Na verdade, eu não sei se devo contar ou não. Sei que ele é meu pai, mas com aminha mãe lá fica tudo mais complicado, e meu pai está tão cansado de brigas, que nem liga para minha mãe.

- Pode ser, mas preciso que ele esteja bem longe da minha mãe, quando isso acontecer.

- Não se preocupe, a tia estará sempre aqui né cásperzinho - diz a mesma falando com a minha barriga.

- Sua retardada - digo rindo.

- Apenas, uma tia feliz - a mesma diz, e cai na gargalhada.

A viajem continuou, e Victória pegou no sono. Como não contei a ela sobre a psicóloga, deixei passar, ela já tem problemas demais. E decidi não contar a ela, sobre eu estar pouco, e meu bebê ter ficado meio mal. Já está tudo bem, isso é o que importa. 

Be Free - você vive em mimWhere stories live. Discover now