Capítulo 68 - Alasca

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Como você está?... Bem, trabalhando muito. E parece você anda bebendo... Foi um dia para relaxar com meus pais... Que bom que está se entendendo com eles, Ala... Porque mudou seus horários? Podíamos ser amigos... Você mandou eu ir me foder... Não ligue para o que eu falo. Sinto sua falta... Eu também sinto sua falta, mas você está tão bem... E vou ficar melhor com você aqui, porque eu gosto de você... Ala, você está ligando para a pessoa errada... Não, é para você mesmo, Nathan...

- Você fez o que?! - Victória grita no meio do refeitório.

- Foi sem querer, era madrugada e eu estava bêbada - digo fechando os olhos com força por conta da ressaca.

- Ligou para meu irmão, bêbada! - ela diz caindo na risada. Liam que estava tomando água colocou tudo para fora, rindo junto com Victória e minha cabeça apenas explodia de dor. Eu podia vomitar em cima deles e começar a rir também.

- Preciso ir no banheiro - digo me levantando e pegando minha bolsa.

- Vai lá! - Liam diz dando risada, junto com Victória.

Os corredores estavam rodando e eu havia me arrependido de ter ido para a faculdade, com uma puta ressaca e como brinde, uma vergonha por ter ligado para Nathan em plena madrugada falando que sentia sua falta. Não que fosse uma mentira, mas eu não precisava dizer isso a ele. Porra. Desde quando esses banheiros ficaram tão distantes?

Quanto mais eu andava, mais minha cabeça rodava e mais à vontade de vomitar me dominava. Nunca mais eu bebo vinho. Nem que valha minha vida.

- Está tudo bem aí? - ah não...

- Sai daqui Nathan, não quero olhar para sua cara - digo segurando com mais força a bolsa, e erguendo meu corpo o máximo que eu conseguia para não parecer vulnerável demais.

- Você está de costas - ele diz com a voz mais perto que antes – Então não vai me ver.

- Desculpe por hoje - falo rapidamente – Nunca havia feito isso, sempre achei tolo.

- Eu achei fofo - ele diz, e pude sentir o sorriso se formar em seus lábios. Meus pulmões inspiraram fundo e me virei para olha-lo.

Lindo. Como sempre, não tinha como. Nathan estava do mesmo jeito, e a única coisa que havia mudado eram seus cabelos estavam com tranças embutidas da raiz ao ombro. Eu não sabia o que falar para ele, na verdade meus planos eram nunca mais falar ou vê-lo, mas falhei miseravelmente.

- Sente mesmo minha falta? - merda, merda, merda.

- Eu estava bêbada - digo olhando para seus olhos.

- Sente ou não? - insistente.

- Sinto.

Sua expressão foi de surpresa quando pronunciei as palavras. É, eu sentia falta dele e mesmo que eu tivesse confessado aquilo, não podia cometer o mesmo erro mais de duas vezes. Escolher alguém que amo em vez de mim, colocar a felicidade dele antes da minha.

- Também sinto a sua - ele confessou.

- Sua esposa deu um pé na sua bunda? - pergunto dando uma risada sarcástica – Aí você voltou para cá correndo.

- Precisamos conversar, Ala - ele diz, olhando para os lados e vendo os alunos que nos observavam.

- Pode ser na cafeteria? - pergunto.

- Claro, quando acabar suas aulas estarei esperando você - e então foi embora.

As aulas estavam passando tão rápido, que se eu acreditasse em relógios que criam vida eu falaria que eles querem me fazer sair da faculdade o mais rápido possível.

Be Free - você vive em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora