Capítulo 60 - Alasca

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- Acha que irão gostar de mim? - pergunto apreensiva. Nathan havia sugerido de irmos ver seus pais primeiro, e depois os meus. Gostei da ideia, mas estava prestes a desistir.

- Claro que vão - ele diz me beijando – Minha mãe já ouviu tanto de você nessa casa, que ela queria conhecer você antes de namorarmos.

- Fofoqueiro - digo, mostrando a língua para ele.

- Coisa lindinha - ele diz, apertando meu nariz.

Os pais de Nathan moravam em uma cidade afastada da cidade grande, e entendia porque Victória gosta tanto de passar alguns dias aqui, é tão calmo e os pássaros podem ser ouvidos a todo momento. O Sol já estava sendo tomado pelo luar. E sabia que a noite ainda estava começando.

A casa era tão delicada por fora, havia janelas por todos os lados, e um jardim de flores, podia ver a horta plantada ao lado da casa, esperando para serem colidas.

Nathan bate algumas vezes na porta de madeira e, logo um senhor que aparentava ter uns sessenta e dois anos, nos atende. Sua pele era branca, quase um tom de dourado, olhos pretos e cabelos cacheados. Acho que haviam puxado a mãe. Dou risada com meus pensamentos.

- Bem-vindos! - ele grita alto.

- Olá pai - Nathan diz sorrindo, e abraçando o senhor em sua frente.

- Meu meninão - ele diz, batendo nos ombros do filho – Essa é sua moça? - ele pergunta?

- Prazer, senhor Dias - estendo a mão ao pai de Nathan.

- Que é isso, menina! Vem cá - ele diz, abrindo os braços. Dou um sorriso para Nathan e ele olha para o pai, logo dou um braço em eu sogro e ele pede para entrarmos.

- Vilma! - ele grita da sala – Olha quem chegou!

A casa era tão delicada, e parecia ter sido feita com todo cuidado do mundo. Os moveis pareciam ser artesanais, e a lareira em minha frente me conquistou.

- Ah meu deus! - ouço uma senhora aparecer no meio da sala. Sua pele marrom dourada era prova de que Victória e Nathan tinham puxado, os olhos castanhos claros e brilhantes, os cabelos lisos, bom, o pai tem sua parte. Eram perfeitos, eu podia ver o brilho no olhar deles – Alasca! - ela diz sorrindo, e vindo me abraçar.

- Prazer em conhece-la, senhora Dias - digo abraçando-a com força.

- Pode me chamar de sogra, minha gracinha - ela diz, e aperta minhas bochechas.

- E o seu filho? - Nathan pergunta, com ciúmes. Dou risada da cara fofa que ele faz e dou-lhe um beijo na bochecha.

- Deixe eu conhecer meus sogros, e eles vão me contar o quão danado você era - digo sorrindo.

- Vamos comer e fofocar então! - dona Vilma diz feliz.

Quando sentamos a mesa que parecia ser feita de madeira, fico surpresa com tantos pratos de comida, tantas opções...

- Pode comer à vontade, fiz para você - a mãe de Nathan diz se sentando.

- Obrigada - digo envergonhada – Estou com vergonha de pegar tudo.

- Coma menina! Aqui ninguém fica com fome - o pai de Nathan fala.

- Flávio, não assuste minha nora - ela diz se servindo de carne de porco.

- Conte-me sobre você, Alasca - Flávio diz, enquanto se servia.

- Vocês vão assustar ela - Nathan diz, começando a comer.

- Tudo bem - digo sorrindo – Eu faço fotografia na mesma faculdade em que Nathan é professor. Nos conhecemos pela Victória que é minha amiga - digo, colocando salada, carne e legumes em meu prato.

- Victória falou muito bem de você - a mãe de Nathan diz sorrindo.

- Victória é exagerada - digo rindo ao lembrar de nossas brigas do intervalo – Mas eu amo ela.

- Elas são muito próximas mamãe - Nathan diz com a boca cheia de farofa.

- Nathan! - repreendo o mesmo. Ele dá risada e olha para mim como se pedisse desculpas, sem conseguir conter a risada, todos começamos a rir.

A família de Nathan era divertida e sempre ria das piadas sem graça que o filho fazia, até eu ria. Eles falavam como Nathan era chato quando pequeno, sempre foi o que mais aprontou e ainda por cima quebrava as bonecas de Victória. Eu só conseguia pensar em como eu era sortuda por ter Nathan em minha vida.

A noite parecia não ter fim, eles conversavam sobre tudo. E Nathan fazia cara feia quando o assunto era ele.

- Você pretende terminar a faculdade aqui mesmo? - senhor Flávio pergunta.

- Sim, senhor. Vou fazer mais quatro anos de bacharelado - digo sorrindo.

- Que menina dedicada - Flávio diz sorrindo – Vai fazer em Lisboa mesmo?

- Sim, minha vida, minha história aqui - sorrio ao pensar.

- Já pode pedi-la em casamento - a mãe de Nathan diz, se levantando da mesa e indo até a cozinha.

Minhas bochechas ficam vermelhas e dou uma risada ao pensar no assunto.

- Alasca ainda está nova - Nathan diz, pegando em minha mão – Não quero prende-la a um casamento - ele diz.

- E, eu não sei se quero me casar - digo envergonhada por terem entrado no assunto. Flávio me olha quando termino de dizer, mas não com um olhar de reprovação e sim de "eu entendo".

- Pais separados, certo? - ele pergunta. Fico surpresa, mas concordo.

- Sim e não. Eles ficaram separados durante muito tempo, mas voltaram por motivos de negócios, pelo menos é o que minha mãe diz.

- Entendo, menina. Tive pais separados, e disse que não ia me casar, mas entendo você não querer se casar, e não há problema nenhum nisso - ele diz, sorrindo.

- Ela sabe que faço tudo por ela - Nathan diz, e olhar para o pai. Flávio encara o filho, e nega com a cabeça.

- Trouxe a sobremesa - dona Vilma volta com uma tigela de doces e bandejas com várias outras coisas.

- Aproveitem!

Be Free - você vive em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora