Capítulo 28 - Alasca

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O dia hoje acordou nublado, Victória e Liam já foram embora, e agora estou sozinha aqui. A enfermeira da manhã já veio aqui e trocou meus curativos e me deu mais remédios.

Eu não queria ficar sozinha, não queria mesmo. Mas não tinha muita opção, meu pai está escondendo algo de mim e minha mãe está aprontando algo. E não vou ficar falando nada para eles, porque eu sei que meu pai não gosta de me colocar no meio da briga deles, diferente da minha mãe.

Tento levantar da cama, mas ainda tenho um pouco de medo. É um medo constante de ter que passar por outra cirurgia, e eu acho que este é o único sentimento que estou tendo esses dias.

Pego meu notebook, e começo a fazer os trabalhos da faculdade. Sim, meu pai conversou com a faculdade e eles deixaram eu fazer os trabalhos de casa.

- Já está acordada filha? - ouço a voz do meu pai, e me viro para ele.

Faço que sim com a cabeça, e volto meus olhos para o notebook novamente.

Meu pai bem até mim, e diz:

- Filha, precisamos conversar sobre uma coisa - quando ele diz isso, já começo desconfiar que é sobre voltar com minha mãe.

Olho para ele como se quisesse dizer "continua".

- Sua mãe e eu vamos oficializar nossa volta, como marido e mulher - o mesmo diz, com uma expressão de preocupação.

Quando ele diz aquilo, não fico nem um pouco surpresa, minha mãe nunca gostou do meu pai, nem ele dela, era algo mas por negócios, do que por outra por outra coisa.

- Eu sei que parece estranho para você, mas é algo que você vai precisar no futuro. Sua mãe acha que é porque eu gosto dela, ou algo do tipo, mas não é Alasca. É por você, nunca se esqueça disso - ele diz, e pega em meu rosto.

Olho para ele, e digo com o olhar que entendo ele, mas não queria. Porque ter minha mãe em casa, é uma lembrança que perdi meu filho, e tudo que ela mais queria, aconteceu.

- Você já tomou café? - ele pergunta.

Faço que sim com a cabeça, e volto minha atenção para o notebook.

- O médico disse que hoje é seu penúltimo dia aqui. E que essas dores que você sente, podem ser psicológicas, por isso você tem que ir na psicóloga, tudo bem? - diz meu pai.

Tudo que eu queria era dizer sim, sim eu vou para onde for para que isso não aconteça novamente. Para que eu não me sinta vazia, nem sozinha. Se isso for me ajudar, eu vou querer. Se ele não conseguiu, eu vou conseguir por nós três.

- Você ficará uma semana em casa, e então pode voltar para a faculdade normalmente - ele diz segurando minha mão.

Eu não sei o que meu pai esconde, ou o que ele deixa ou não de fazer em relação a minha mãe. Mas já dependi muito deles, agora vou seguir em frente e conseguir o meu futuro. 

Be Free - você vive em mimWhere stories live. Discover now