Capítulo 67 - Alasca

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Novembro. Os dias passaram voando depois da nossa saída do hospital, Liam e Victória estavam se entendendo melhor do que antes, e finalmente Liam e eu nos acertamos. Fomos a parques de diversão, cinemas, restaurantes, tudo que se podia fazer depois da faculdade. Meus pais estavam totalmente sociáveis como nunca estiveram, minha mãe havia aberto uma empresa de marketing e meu pai expandiu mais a empresas dele, deixando uma em meu nome para fazer o que quisesse com ela. Comecei a deixar meu cabelo no ombro, e sempre que ele crescia eu cortava, estava até pensando em cortar mais, ou até mesmo mudar a cor, mas nunca teria coragem.

As visitas haviam parado por conta das provas, então vamos voltar esse mês. E Nathan. Bom, liguei para os pais dele e os mesmos disseram que ele havia passado algumas semanas lá e depois foi visitar Alexandra no hospital, mas as coisas lá não pareciam muito boas então voltou para cá, e pelo visto tinha mudado o turno para não esbarrar comigo nos corredores. Pensei em ligar para ele e perguntar se estava tudo bem, mas meu orgulho falou mais alto e decidi deixar as coisas como estão.

Mas apesar disso, e das coisas boas que convivi esse mês, fiquei assustada por pensar que faltava um mês para acaba minha faculdade, e eu poderia finalmente dizer que consegui. E agora, faltava exatamente um minuto para minha aula acabar. E então todos levantaram, começando a guardas as coisas. É, acho que faltava menos de um minuto.

- Professor! - chamo o mesmo enquanto todos saiam do auditório.

-Olá, Alasca - ele diz guardando as coisas.

- Gostaria de saber se a proposta ainda está de pé - pergunto animada. Sim. Eu queria aceitar a proposta que tanto ele falava, fazer aquele trabalho virar uma exposição e com o aniversário de morte de um ano de Cásper se aproximando eu podia tentar fazer algo para ele e até mesmo por mim.

O professor me olhou assustado e até parou de guardar as coisas.

- Está - foi a única coisa que disse antes de soltar um sorriso – Não me diga...

- Eu quero fazer uma exposição - digo animada – Eu estou pensando nela a menos de um mês, mas tenho tudo que preciso. Lugar, hora, o que eu quero e o que eu não quero colocar, o nome das obras, tudo.

- Quer ir tomar um café? Minha esposa irá junto, e com ela conhece mais sobre isso, será um papo interessante.

- Claro! Seria agora?

- Então quer fazer uma exposição em homenagem a ele? - Elisa pergunta.

- Sim.

- Mas sabe que uma exposição desse nível, não pode ser feita em menos de um mês - ela diz me alertando. Sim, eu sabia que não dava, mas eu queria e iria conseguir. Eu tinha tudo para que desse certo, absolutamente tudo.

- Eu tenho tudo - digo com as mãos em cima da mesa – Local, tudo. Eu só preciso da ajuda de vocês, eu preciso fazer isso.

Elisa olha para o professor com uma cara de dúvida, sei que eles queriam que eu aceitasse, mas eu só aceitaria se fosse feito tudo que eu tinha planejado, porque eu tinha tudo e só precisava começar.

- Eu aceito - o professor diz, o que me faz sorrir. Elisa parecia receosa, mas logo sorriu junto com o marido e disse:

- Eu também aceito. Mas precisamos começar logo, e com os dias de visita no último hospital chegando, precisa estar preparada, porque estará fazendo duas coisas muitos importantes que irão definir sua carreira.

- Essa exposição vai além da minha carreira. Ela é para todos aqueles que perderam alguém ao ponto de quererem morrer, mas não morreram, estão aqui. Vivas.

Be Free - você vive em mimWhere stories live. Discover now