Capítulo 59 - Alasca

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As aulas voltaram, e as visitas nos hospitais também. A faculdade estava cheia de trabalhos e provas, mas até que estava tudo bem em relação a Victória e Liam que tinham redações atrás de redações para fazerem. A faculdade já sabia da minha relação com Nathan, e o que eu pensei ser a fofoca do momento, não era.

Victória e Liam estão mais enrolados que nós de cadarço. Mas não quero me intrometer em uma amizade que está caminhando bem.

- O que minha aluna preferida, está pensando? - sinto braços envolverem minha cintura e beijando minhas bochechas.

- Seu pervertido! - digo, batendo em sua mão – Estamos na faculdade.

- Hm, você gosta quando eu sou pervertido - ele diz, mordendo o lóbulo de minha orelha.

- Parou, professor - digo, me afastando dele – Temos muito trabalho pela frente.

- Com licença - ouço uma voz feminina dizer.

- O que quer aqui? - pergunto a Constança.

- Não podem ficar se pegando no pátio da faculdade - ela diz, olhando para Nathan – Mas o professor, sabe os lugares, não é professor? - ela diz, mostrando mais o seu decote.

- Saia daqui, Constança - Nathan diz, pegando em minha cintura.

- Alasca, você teve sorte - ela diz, vindo até mim – Perdeu o bêbado, e ficou com o galã - na hora que aquela vagabunda diz aquilo, ameaço ir até ela, mas Nathan se põe na minha frente.

- Eu sei o que fazer, Nathan - digo, olhando para ele.

- Vocês não podem brigar aqui, seriam expulsas. Se quiserem brigar, será do lado de fora - ele diz, encarando Constança, que ficou branca.

- Com o maior prazer - digo, e viro as costas, saindo para a lanchonete.

Quando me sento para comer, começo dar risada do que fizemos e resolvo mandar uma mensagem.

Gostou da minha atuação?... Claro, você foi impecável... Aquela cachorra vai pagar, uma hora ou outra... Está irritada, senhorita, talvez precise de ajuda... Talvez, professor.

Desligo o celular e dou um sorrisinho presunçoso. Minhas uvas estavam boas, então aproveito o momento enquanto Victória e Liam não chegavam para começarem a falar o quão, chatos um, era para o outro. Só conseguia rir e pensar como as coisas haviam mudado de uns tempos para cá.

- Liam é um idiota - ouço Victória dizer, enquanto se senta em minha frente.

- Vocês andam muito juntos ultimamente - digo, com vontade de rir.

- Não ria, sua tarada! - ela diz, comendo seu sanduiche – Ele acha que vai ficar barato, mas não vai mesmo.

- Não sou tarada! - digo, repreendendo-a. Desde que Victória viu eu e Nathan nos pegando no sofá de seu apartamento, ela ficou me chamando de tarada. Mas nem ousei perguntar sobre ela ter transado com Liam, Nathan nos mataria, e depois faria um drama com Liam.

- Você está namorando meu irmão, automaticamente se torna uma tarada - ela diz, caindo na risada.

- Você transou com Liam, e eu não disse nada - digo, bebendo meu suco de morango. Nathan me fez começar a adorar essa fruta, e confesso que as sobremesas que ele faz são maravilhosas.

- Como sabe disso?! - ela pergunta, engasgando.

- Eu sou sua melhor amiga, tarada - digo, dando risada.

- Você me paga - ela diz, se encolhendo, quando vê Liam se aproximando.

- Do que estão falando? - ele pergunta, pegando meu suco e bebendo. Reviro os olhos, e fico emburrada.

- Eu estava com sede - ele diz, se sentando ao meu lado.

- Eu perguntei se você queria! Seu ladrão de comida - digo, tacando farelo de pão em sua cara.

- Vocês estão fofocando, tenho direito de pegar alguma coisa para comer - ele diz, pegando o pão de Victória, a mesma revira os olhos e o xinga baixinho.

- O que vão fazer hoje? - Victória pergunta, terminando de beber sua água.

- Além de ir para o hospital? Dormir - Liam diz, dando risada.

- Concordo com ela, Vic. Estou cansada demais - digo, batendo na cabeça de Liam com as mãos.

- Nathan anda cansando você - Liam diz, e automaticamente Victória cai na risada.

- Vocês não cansam? - pergunto indignada.

- Desculpa, amiga - Victória diz, chorando de rir – Mas é que o Lima está certo!

- Está na hora de apresentar os papais - Liam diz, fazendo um arco íris com a mão.

Pensando bem, sim! Acho que meu pais ficariam felizes em conhecer Nathan.

- Tem razão! - digo levantando – Vou falar com ele, até pombinhos - digo e, saio correndo até sua sala.

Quando chego a porta de sua sala, bato algumas vezes até que ele pede para entrar. Quando vê quer era eu, dá um sorriso maliciosa.

- A senhorita não aguentou? - ele pergunta, voltando a olhar para o computador a sua frente.

- Não, professor - digo dando risada – Queria conversar algo com você.

- Pode falar - ele diz, vindo até mim e se sentando nas poltronas do auditório.

- Você, quer conhecer meus pais? - pergunto ao mesmo que ficou surpreso com a pergunta.

- Você quer? - ele pergunta retoricamente.

- Eu, quero. Mas quero que você queira também - digo pegando em sua mão.

- Então eu também quero. Meus pais vão gostar de você - ele diz, beijando a palma da minha mão.

Era difícil segurar o "eu te amo", tinha medo de falar e me arrepender. E talvez ele não quisesse ouvir, era estranho falar isso a outra pessoa sem estarmos gritando um com o outro.

- Obrigada - digo por fim.

- Quero ver você feliz - ele diz sorrindo. 

Be Free - você vive em mimWhere stories live. Discover now