Capítulo 41 - Alasca

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Quando Victória disse aquilo, no mesmo instante a inspetora veio me chamar.

A faculdade é bem diferente do ensino médio. Os professores não ligam se você é casada, solteira, ou uma freira. Eles não ligam para os seus problemas familiares, muito menos para seus dramas. Eles estão ali para nos fazer aprender algo que vamos usar, ou não, em nossas profissões. Então qualquer briga parecida com essa, é como uma briga familiar. Após sair da sala do diretor, ele apena disse que não queria a gente conversando ou até mesmo uma perto da outra. Constança ficou com a cara roxa e, teve que ir para casa. Eu apenas tive que ir na enfermaria cuidar do corte em minha boca. Mas aqueles olhos não saiam da minha cabeça.

Quando volto para onde eles estavam, o tal Nathan me olha com olhos que pareciam famintos e parecia nervoso.

- Desculpa. Prazer, Alasca - estendo a mão para ele, que dá um sorriso sarcástico.

- Nathan, prazer - ele diz, apertando minha mão.

- Pois é, estou sabendo - digo ao mesmo, que solta um sorrisinho presunçoso.

- O que aconteceu lá? – Victória pergunta. Me fazendo esquecer a cena de segundos atrás.

- Só não chegarmos perto uma da outra – digo, com um pouco de raiva por aqueles olhos estarem me olhando.

- Você é incrível!! Eu estou realizada - Victória diz rindo, o que me faz rir também.

- Isso não tem graça. Você podia ter sido expulsa, acabado com a sua carreira - ele me reprende, como um professor mesmo.

- A minha carreira está muito bem, professor. Obrigada - digo, curta e grossa.

- Você é uma daquelas alunas que não tem limites. Até serem pegas no flagra e serem derrotadas - ele diz, e chega mais perto de mim. Seus olhos eram tão calmos que eu não conseguia ficar irritada.

- Não chegue perto de mim, professor. Não quero que acabe com a minha carreira - digo, e o encaro.

- Ei! Não quero ficar de vela. Vocês se odeiam, isso eu já sei. Agora vamos para as salas – Victória diz a nós dois.

- Até, senhorita Alasca - ele diz, e passa por mim como um deus. Folgado.

- Ele gostou de você - Victória diz, rindo.

- O que?! Não! Não! Você sabe que não estou preparada para isso agora, não quero ninguém enquanto eu não estiver certeza de que estou pronta. E ele é professor. Além disso, você não me disse que tinha um modelo em casa - digo rindo, e Victória cai na risada. E assim vamos, até chegarmos na sala.

As aulas foram passando rapidamente, cada palavra do professor era escrita e memorizada por minhas mãos e minha mente. Eu estava preparada para voltar com tudo. Este ano seria meu último ano, mas eu teria mais dois, essa matéria sobre os hospitais precisava ser perfeita. As visitas seriam em grupo, mas os trabalhos seriam feitos apenas as áreas que acabariam este ano, e poderíamos pedir ajuda a área de jornalismo. E tendo Victória, fica mais fácil. Ela é perfeita no que faz. Ao lembrar da minha amiga, lembro de seu irmão, um riso sai de meus lábios e eu fico pensando... Não posso, não posso. Estou me reconstruindo aos poucos, não posso colocar ninguém na minha agora. Ele é um pedaço de mal caminho e, com certeza namora.

Mas porque diabos eu estou pensando nele? Eu o vi apenas uma vez e, nada mais, qualquer pessoa ficaria em dúvida. Ele é lindo... mas, não é quem eu quero que seja. Por isso não posso ficar com ninguém, vou querer que coloque tatuagens e falem palavrões.

- A aula acabou por hoje. Peguem suas coisas e vão para os hospitais - o professor avisa, e volta se sentar. Eu começo a guardar minhas coisas, enquanto o professor fica me olhando, ele com certeza quer falar comigo, só não quer ser indelicado. Então eu mesmo vou até ele, e digo:

Be Free - você vive em mimМесто, где живут истории. Откройте их для себя