Capítulo 56 - Alasca

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O Sol em meu rosto era um despertador para o meu corpo. Minha cabeça latejava e eu decidi naquele momento nunca mais beber. Passo minhas mãos pelo rosto tentando acordar, e quando olho para o lado não vejo ninguém. Mas eu sabia o que tinha feito.

Eu estava na casa dele. Levanto pegando minhas roupas do chão, e me trocando o mais rápido possível. Quando saio do quarto não vejo ninguém, e então vou em direção a cozinha. E vejo que Nathan estava parado ao lado da janela de seu apartamento, e não parecia ter me visto.

- Bom dia - digo, sorrindo. Por incrível que pareça eu não estava arrependida, eu estava feliz, o que á muito tempo não acontecia.

Talvez eu estivesse me curando, e tivesse conseguido dar o primeiro passo, de muitos que ainda viriam.

Nathan continuava parado de frente para a janela, não se mexia e não falava nada.

- Você está bem? - pergunto chegando mais perto dele. Tento toca-lo, mas o mesmo se esquiva se voltando para cozinha.

- Vai embora - ele diz, sem me olhar.

- C-como assim? - pergunto gaguejando. Ele, ele não tinha gostado? Ou...

- Vai embora, Alasca - ele diz novamente.

- Nathan, eu gostei - digo, indo até a cozinha – Eu não me arrependi de nada e...

- Eu me arrependi - ele diz, olhando pra mim.

- Mas...

- Não tem mais, Alasca - ele diz, me encarando.

- Então porque não me impediu? - pergunto, olhando para o chão.

- Porque eu queria - ele diz, apontando os dedos para si.

- Eu também! Então qual é o problema? - pergunto, não entendo nada.

Nathan não respondeu, e apenas ficou me olhando como se eu fosse um dos seus piores erros. Ele não faria isso, e se está fazendo agora, não sabia o que pensar, dizer ou como agir. Pensei que ele gostasse de mim, pensei que talvez, a gente pudesse tentar alguma coisa. Porque eu não consigo entender meus sentimentos agora, mas sei que ele me deixa feliz.

- Vai se ferrar - digo, indo em direção a porta. Trancada – Abre a merda dessa porta - peço sem olha-lo.

- Alasca, não pense que o problema é você - ele diz, com a chave na mão.

- Ah, eu sei que não é! O problema aqui é você, Nathan. Se ficou com peso na consciência a culpa é sua, não venha me tratar como uma desconhecida. Se quisesse que eu fosse embora era para ter avisado antes da gente transar - digo, olhando-o com raiva – Eu iria com o maior prazer.

- Alasca, você não entende.

- Não entendo mesmo, e como quer que eu entenda algo que você não fala. Me mandou ir embora, agora eu vou. Eu poderia ajudar você Nathan, poderia mesmo. Mas não sou bicho de estimação que você adestra, brinca e joga fora.

- Não é assim...

- Abre a maldita porta! - digo, aumentando o tom de voz.

O mesmo destranca a porta e eu logo a abro, saindo em direção ao elevador. Merda. Essa porra não vem pro andar que a gente quer quando precisa ir embora.

- Alasca, desculpa se você se sentiu ofendida. Mas, eu não sei o que falar para você.

- Eu sei o que dizer a você. Não apareça em minha casa, muito menos tente falar comigo. Não posso ficar esperando alguém que eu sei que não vem - digo, apertando cada vez mais forte os botões do elevador.

- Você queria que eu fosse alguém para você? - ele pergunta, fechando a porta atrás de si.

- Do que isso importa? - pergunto, vendo que o elevador já havia chegado.

Nathan suspira fundo e diz:

- Deixa pelo menos, eu levar você em casa - ele diz, vindo até mim.

- Não - impeço o mesmo – Eu vou sozinha. Tchau. 

Be Free - você vive em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora