Capítulo 48 - Alasca

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Você, tem certeza de que é ele?... Sim, ele é meu marido, minhas filhas e, eu, estamos desesperadas!... Tudo bem, podem vir para cá, estarei esperando do lado de fora... Ok, muito obrigada... Eu que lhe agradeço.

Achei. Eu finalmente achei a família de Arthur. Depois de meses, procurando. Estou muito feliz, que ele não tenha desistido. Esses meses aqui no hospital me fizeram pensar bastante sobre o que fazer sobre minha vida, minha faculdade... meu futuro. Eu precisava dessa paz, a paz de "eu consegui" eu consegui superar algumas coisas, consegui ajudar uma família, do jeito que eu não consegui ajudar a minha. Minha mãe está agindo normalmente com meu pai, e meu pai vive fora de casa. Não sei o que ele está fazendo, e minha mãe parece não saber também. Victória foi morar com Nathan, mas sempre que pode vai lá para conversarmos. Me contou que Liam a beijou, e que não sabe como agir com ele, mas pelo menos conseguem conversar.

Mas Nathan... está difícil essa convivência entre a gente, depois que mandei ele sair daquela sala, nunca mais trocamos uma só palavra. Ele não quer nem olhar na minha cara, mas... por momentos, pensei em pedir desculpas, e explicar as coisas a ela, o por que Liam havia ficado daquele jeito, Victória conversou com ele, mas não quis perguntar o que ele disse. Liam está começando a perguntar mais de Nathan para mim, saber se estou com saudades. Mas, simplesmente não sei.

Decido ir para fora do hospital, e desço correndo aquelas escadas que dividiam a ala de trauma para os do coma. E quando me dou conta, já estava batendo em alguém. Merda.

- Me desculpa - subo minha cabeça, e vejo...

- Tudo bem - Nathan responde – Sabe que não pode correr pelos corredores.

Minha boca abriu para falar com ele, mas não saia nada. Meu peito começou a descer e subir rapidamente, tudo tinha parado. Era o mesmo sentimento que senti ao ver Cásper pela primeira vez, depois de meses. Mas, de alguma forma, o sentimento deste momento era... fraco.

- Me desculpe - digo, ajeitando minha blusa – Estava procurando Victória - digo, sem conseguir olha-lo.

- Não sei onde ela está, mas se eu vê-la, direi que está procurando-a - ele diz, me encarando. Por vários segundos, decido olhar em seu rosto. Aqueles olhos... ele... ele era, perfeito demais, descomplicado demais. Era o contrário de Cásper, que era problemático. E quando esses problemas saíram de minha vida, eu me senti devastada. E essa paz que Nathan tinha em si, me deixava... vulnerável demais.

- Obrigada - digo por fim. Respiro fundo, e dou um passo para sair de seu campão de visão, mas ele pega em minha mão com tanta delicadeza, que não queria sair daquele toque.

- Precisamos conversar - ele diz, me olhando.

- Eu... eu, eu preciso encontrar a esposa de meu paciente, mas, podemos sim, conversar - digo, com dificuldade.

- Podemos... - ele diz, abaixando o olhar para minha mão, e fazendo uma caricia por cima da mesma – Podemos conversar quando acabar aqui, pode ser na sala de descanso. Não tem ninguém lá - ele diz.

- Claro, irei para lá quando acabar aqui - digo, tirando minhas mãos das suas – Até, professor.

Fico algumas horas esperando a esposa de Arthur, e quando vejo um carro estacionando, fico desperta. Uma mulher e mais duas crianças saem do carro, seus cabelos eram ruivos igual da moça que segurou suas mãos, olhos pretos e a pele bronzeada, iguais ao pai...

- Você deve ser, Alasca - a moça chega, ainda de mãos dadas com as filhas.

- Sim, eu mesma - digo estendendo a mão. Ela solta uma das mãos que estava segurando a filha e aperta minha mãe.

Be Free - você vive em mimWhere stories live. Discover now