Capítulo 34 - Alasca

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É difícil você entender quando é a hora de dizer adeus. E é mais difícil ainda, quando é para sempre.

Nossas vidas tem um significado tão... belo e único, que só percebemos isso quando não temos mas, nada além de escuridão. Mas o engraçado, é que não nos esforçamos para sair de onde estamos, permanecemos ali como se fossemos pequenas plantinhas esperando serem regadas por algo ou alguém.

Mas podemos ser nossa própria chuva, nossa própria fonte de vida. Basta termos coragem e enfrentarmos medos, que para nós são impossíveis de serem enfrentados.

A chuva não parava por nada, chovia mais e mais, estradas alagadas e carros buzinando. Era um dia normal para algumas pessoas, mas para mim, era o dia em que meu eu, se encontra e tenta voltar ao antes.

Eu sei que esquecê-lo vai ser difícil e um pouco doloroso. Mas isto se chama luto, e precisamos saber vive-lo.

Eu não sei o que farei quando chegar em casa. Agora que eu consigo sentir os sentimentos de verdade, fica difícil, mas não impossível.

- Moça, já chegamos - ouço o motorista falar.

- Obrigada - digo, e dou o dinheiro para o mesmo.

Saio do carro, e corro até a porta de casa. Começo a procurar minhas chaves, mas meus olhos ficam embaçados com as gotas de chuva caindo sobre mim. E quando finalmente acho-a, ouço o motorista me chamar:

- Senhorita!! - ele grita. Me viro para trás, e tento olha-lo.

- Oi!! - grito de volta.

A chuva era muito forte, e o barulho parecia um filme de ação.

- Não desista do jogo!! - ele grita novamente.

Olho para ele e levanto minha cabeça. Dou um sorriso e digo:

- Eu sei!! - sorrio para ele.

No mesmo instante a porta abre, fazendo com que eu entre.

Quando finalmente sinto o calor do aquecedor de encontro minha pele gelada, consigo finalmente me sentir viva.

O peso em minha mente, coração e alma, haviam desaparecido. Eu sentia que podia estar me reconstruindo sem ele, e isso sim é um jogo ganho. Pelo menos a metade dele, um de seus desafios.

Minhas costas se encostam na porta, e me fazem sentir tudo ao meu redor. Tudo estava em completo silêncio, só conseguia ouvir as batidas de meu coração. Que por algum motivo, estavam mais vivas que nunca.

Quando minhas costas se desencostam da porta, vou em direção a escada. Os degraus não davam mais medo, e o sangue não estava mais no chão de madeira. Eu parecia em paz comigo mesma, e isso era tudo que eu precisava.

Vou em direção ao meu quarto, e quando chego lá, meus olhos passam por todos os objetos e armários. Eu não precisava de tantas coisas assim, e eu acho que daria para mudar algumas coisas.

Vou direto pegar o meu notebook, e começo a pesquisar móveis, tapetes, armários, tudo novo. E vou comprando até ter tudo que eu preciso.

Como os móveis chegariam amanhã no horário do almoço. Dava tempo eu tirar todas coisas que eu precisava do quarto.

Começo pelas roupas, e vou colocando todas as que eu não precisava ou não gostava mais. E assim foi até chegar nas estantes de livros, não consegui doar nenhum, mas eles terão um lugar melhor. Coloco todos em caixas, e deixo de canto. E depois vou para as gavetas, tinham coisas antigas e fotos de quando eu era bebê. Vou jogando todas fora, já que a imagem já estava bem desgastada. E então chego nas coisas dele...

Be Free - você vive em mimKde žijí příběhy. Začni objevovat