Capítulo 45 - Alasca

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Minhas mãos empurram a porta da sala de descanso com toda a força possível. Meu corpo jogava adrenalina por minhas veias e, isso me fazia querer quebrar as coisas ao meu redor. Mas isso seria péssimo para minha reputação aqui no hospital e, na faculdade. Meus pés andavam de um lado para o outro e minhas mãos tremiam. Onde eu estava com a minha cabeça? Porra. Obvio que Liam ficaria chateado comigo.

- Alasca? - ouço a voz de Nathan e, logo fico parada, olhando fixamente para a parede.

- Saia daqui. Me deixe sozinha - digo, com rigidez. Ouço a porta se fechar e, ele se aproximando de mim.

- Vamos conversar - ele diz, tentando tocar meu ombro. Mas com rapidez, me movo para longe dele.

- Já pedi para sair! - aumento o tom de voz.

- E eu não vou. Quero que você me explique o que aconteceu lá. Você namora? - ele pergunta e, seu rosto continha uma expressão de assustado e confusão. E eu não sabia como explicar tudo aquilo para ele, eu estava com raiva dele e de mim mesma, por não ter parado ele. A culpa era minha por ter deixado ele se aproximar. Mas eu não admitiria isso.

- Não posso te explicar isso, Nathan - digo, com a cabeça baixa e a voz quase inaudível.

- Sim, você pode e, deve Alasca. Porque se você tivesse dito que namora, eu nunca teria tentado te beijar - ele diz calmo. Porque ele está tão calmo? Porque não está gritando ou tacando coisas na parede? Porque ele não está com raiva?

- Eu não namoro!! - grito com ele. Sua expressão se fecha e, parece que está se segurando para não falar algo que me deixe triste – Eu não namoro. E a minha vida pessoa não te diz respeito, professor - digo, e olho o mesmo com raiva.

- Você só pode estar de brincadeira com a minha cara - ele diz e, começa a andar de um lado para o outro – De quem vocês estavam falando então? O irmão dele? É por ele que está apaixonada? - ele pergunta, já mais calmo.

Meus lábios e meu corpo não conseguiam se expressar de uma maneira certa. Eu não queria falar de Cásper para ele, mas também não quero que ele ache que namoro ou algo do tipo. Não quero que ele ache que sou uma vagabunda que trai o namorado. Mas, segundo as palavras de Liam, eu sou exatamente isso.

- Eu não amo ninguém - digo, por fim.

- Se não ama, porque ficou desesperada quando Liam nos viu? - ele pergunta e, se aproxima um pouco de mim, me fazendo dar um paço para trás.

- Isso não é da sua conta - digo.

Ele se aproxima mais e mais de mim, até não ter nenhuma distância entre nós dois.

- Sai daqui - digo, olhando para baixo. Suas mãos vão até a parede me impedindo de sair e, isso me deixou irritada – Você é surdo?! Mandei sair! - digo, em sua cara.

- Você é complicada demais - ele diz, olhando em meus olhos – Eu odeio isso.

- Eu não estou aqui para te agradar, professor.

- Então me diga. Por quem seu coração bate? - aquela pergunta me pega de surpresa. E me faz ficar sem respostas, meus lábios começaram a tremer, mas não deixei derramar nenhuma lágrima. Por quem seu coração bate? Diz Alasca, diz... 

Be Free - você vive em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora