Capítulo 12 - Alasca

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Sua. Eu sempre fui sua. Sua amiga, sua irmã, sua amante, sua pulguinha, sua. Sempre me perdia no seu olhar, nas suas tatuagens intimidadoras. Suas roupas pretas eram algo tão "você".

A única coisa que eu talvez precise, é lembrar de você. É só do que preciso, mas tenho medo de não conseguir lhe reconhecer.

Neste momento estou andando pelas ruas de Lisboa, tentando achar algo que me faça sorrir, ou até mesmo te esquecer por um instante. Mas não sei se consigo. Faltam algumas horas para eu ir a ultrassom, e nem sei se estou preparada para saber o sexo deste bebê, mas segundo você, será um mini cásperzinho. Confesso que se for, eu vou querer ele com seus olhos, seu jeito, seu tudo.

Vou ensina-lo a ser um homem igual a você, mesmo que tenha tido uma infância difícil e dolorosa, nosso filho terá tudo. Minha cabeça é difícil de entender, algumas horas penso na sua ida, e outras eu dou risada pensando em nós.

Aquele sonho/pesadelo, foi um sinal? Será que será mesmo um menino? Será que vou mesmo esquecer, você? São muitas perguntas, e talvez um dia tenham respostas, só o tempo dirá.

Meio dia, chegou o horário da minha, ultrassom. A ansiedade está a mil, e o coração acelerado. Pego um táxi e mostro o endereço onde o mesmo deve ir. O trajeto não foi nem um pouco demorado, mas foi bastante pensativo.

- Chegamos senhorita - avisa o motorista.

- Obrigada - digo, e pago o mesmo. Quando estou prestes a sair do carro, o mesmo me diz:

- Boa sorte com o bebê, senhorita – diz o mesmo com um sorriso. Olho para ele, e retribuo o sorriso.

- Obrigada - digo, e saio do carro.

Um dos maiores hospitais aqui de Lisboa, está aqui em minha frente, me esperando.

Meus passos são lentos, e não sei ao certo o que devo fazer, já que o medo está tomando conta de mim. Minha barriga está bem aparentemente, e minhas roupas não ficam iguais antes. Mas do que importa, meu filho vai nascer daqui a cinco meses. Bom, pelas minhas contas.

Quando chego a recepção, vejo várias mães com seus bebês no colo, e seus maridos ao lado. Pelo visto a família é grande. Fico observando essas mulheres com seus maridos, e fico pensando se Cásper viria comigo. Acho que ele faria birra, mas no final ele viria, porque ficaria ansioso.

Ele iria zoar minha barriga, e dizer que estou gorda, eu choraria por causa dos hormônios, mas ele me beijaria e diria que estou linda de todo o jeito. Nas noites que eu não conseguisse dormir por conta dos chutes em minha barriga, ele iria me abraçar e dizer palavras fofas para acalmar. As vezes diria alguns palavrões, e eu repreenderia ele porque disse perto do nosso filho.

- Senhorita, Alasca Tunner - ouço a moço dizer meu nome. Me levanto, e entro na sala, deixo minha bolsa na poltrona ao lado.

- Bom dia mamãe - diz a senhora.

- Bom dia - respondo-a.

- Você está sozinha, ou o quer esperar o papai - ela diz com um sorriso no rosto. O que fez o meu sumir, a mesma percebe, mas não diz mais nada.

- Só eu mesmo - digo a ela.

- Tudo bem, vou pedir para que se deite aqui, e levante sua blusa - faço o que ela pediu, e me deito na cama, levanto minha blusa.

- Você já pode ver o sexo dele? - pergunto a ela. A mesma me olha, e me lança um sorriso acolhedor, o que me tranquiliza.

- Se ele ou ela deixar, posso sim - diz a senhora simpática.

- Tudo bem - digo ansiosa.

- Vou colocar o gel na sua barriga, talvez você sinta algo bem gelado - informa a mesma.

- Ok - respondo-a. Quando a mesma coloca o gel em minha barriga, sinto um incomodo e início, mas depois acostumei.

- Bom, ele está aqui bem aqui - a mesma diz animada.

- Espera, ele? - digo animada.

- Sim, você terá um menininho - diz ela animada. Meus olhos ao verem aquelas imagens lacrimejaram, e me fizeram sentir uma paz em meu coração.

- Ah meu deus - digo sem acreditar.

- Você está de três semanas, e parece que vai fazer quatro na semana do dia vinte, está certo? - pergunta a mesma.

- Sim, sim está - digo.

- Tudo bem, mas preciso lhe alertar de alguns cuidados - quando a mesma diz isso, meu coração acelera, e toda minha alegria se vai.

- Pode dizer - digo a mesma.

- Você precisa se alimentar melhor, ele precisa crescer forte, e não passe muito stress, isso faz mal para o bebê, e você pode acabar ter tendo uma gravidez de risco - meu coração parou por um minuto, eu estava fazendo mal ao meu bebê.

- Tudo bem, vou me alimentar melhor - digo a ela. Que parece ficar aliviada. A mesma me dá um papel para limpar minha barriga, e então baixo minha blusa. Pego minha bolsa, e então a mesma diz:

- Muito obrigada por vir, Alasca. Suas próximas consultas já estão agendadas é só vir - informa a mesma.

- Ok, obrigada. Você pode me informar seu nome, por favor, eu não cheguei a perguntar.

- Claro, prazer, Maria - a mesma estende a mão e eu aperto a mesma.

- Até Maria - digo a mesma, e saio da sala.

Meu coração estava cheio de alegria. Nunca havia sentindo algo tão... profundo. Ser mãe não é para qualquer pessoa, não mesmo. A preocupação, o amor, carinho, tudo isso em uma pessoa só. Esse sentimento é tão magico e único. É algo inexplicável, mas que posso dizer com minhas poucas palavras agora. Essa foi a melhor coisa que me aconteceu.

O que mais queria agora, era correr para seus braços e dizer o quanto eu o amo. Dizer que quero ele para sempre na minha vida, dependente de qualquer coisa. 

Be Free - você vive em mimDove le storie prendono vita. Scoprilo ora