Capítulo 65 - Alasca

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O fogão precisa de um isqueiro para ser aceso, e se não tivermos o isqueiro, temos o fósforo que ocupa essa função, mas se não temos nenhum nem outro, o fogão fica apagado. E acho que sou o fogão, em uma casa abandonada. Mas eu posso ser feliz sozinha, o problema não é esse, o problema é; Eu posso viver para sempre nesse vai e vem de mentiras e segredos?

Vic, você está bem?... Liam sabe de tudo, Ala. Sabe que eu gosto dele, sabe da verdadeira história... Você contou?!... Não, Nathan explodiu e contou... Vic, eu queria estar com você aí... Não, Ala. Lembra, eu sei me resolver com Liam, Nathan é o seu problema no momento... Tudo bem, tudo bem. Estou indo lá... Me avisa qualquer coisa. Beijos... Beijos.

Desligo o celular logo após Victória se despedir. Ela havia ido para a faculdade, e me avisaria sobre Julia no hospital. Eu estava indo falar com Nathan, que parecia não ter ido para a faculdade hoje. A noite com a minha mãe foi muito legal, mas do que o previsto, e apesar de ter dormido em seu colo, o que a muito tempo eu não fazia. Mas que me ajudou, e muito.

- Bom dia, filha - meu pai diz, enquanto fechava sua maleta para ir a empresa.

- Bom dia - digo, indo até a porta.

- Não precisa me evitar, sua mãe não disse nada - ele diz, vindo até mim – Só saiba, que eu estou do seu lado.

- Obrigada - digo, abraçando-o com força.

- Eu amo você.

- Eu amo você, pai - digo, dando um beijo em sua bochecha. Logo em seguida, pego as chaves que estavam em minha mão e abro a porta, indo embora.

O caminho até a casa de Nathan era longo e demorado, na verdade mais demorado que nos últimos dias. E quando cheguei ao portão de seu apartamento, me senti triste e traída novamente, como se ele não merecesse o meu perdão, muito menos uma palavra minha. Mas tomei coragem e peguei as chaves reservas que eu tinha, ou pelo menos teria até hoje. O porteiro já me conhecia, então apenas dei um bom dia a ele, indo até o elevador logo em seguida. Meus batimentos estavam acelerados, e tudo que eu havia pensado em dizer a ele, sumiu no momento em que as portas se abriram. O número de seu apartamento era o primeiro que eu via depois de sair do elevador, e minhas mãos tocaram a campainha com incertezas e dúvidas. Mas quando vi seu rosto abrindo aquela bendita porta...

- Alasca - ele diz meu nome como se estivesse aliviado. Eu não sabia o que dizer, não sabia o que falar, eu podia simplesmente dizer tudo e ao mesmo não dizer nada – Pode entrar - ele diz, dando espaço para mim passar.

Eu estava deslocada ali, eu nem sabia o que fazer naquela situação.

- Queria conversar com você. - ele diz.

- Eu quero entender. - só consigo dizer isso.

- Eu só fiz o que ela me pediu para fazer. Amar.

- Me amou pensando em outra? - pergunto dando uma risada irônica.

- E você não? - ele pergunta em dúvida – Você não pensava nele? - comecei a fazer que não com a cabeça freneticamente.

- Não - digo firme – Eu pensava em você, eu pensava em como você me fazia feliz.

- Alasca.

- Eu nunca ficaria com outra pessoa, sabendo que ele estava em um hospital, ou sabendo que era casada.

- Eu ia falar com você.

- Não adianta falar isso, Nathan - digo, chegando mais perto dele – Não adianta querer mudar, e não fazer nada a respeito para que isso aconteça. - digo, olhando em seus olhos.

Be Free - você vive em mimWhere stories live. Discover now