Capítulo 11 - Alasca

17 7 0
                                    

Quando saio do banho, visto um moletom e uma regata preta, calço meus sapatos, e penteio meus cabelos. Minha barriga estava maior. Pelo menos para eu.

- Me desculpe não ter conseguido ouvir seu nome, meu amor - digo acariciando minha barriga. O mesmo chuta, me fazendo ficar mais tranquila.

- Já está pronta? - ouço a voz do meu pai, perguntar.

- Olá, sim, estou - digo sem olha-lo.

- Filha, precisamos conversar - diz ele vindo até mim. O mesmo tenta tocar em meu ombro, mas me esquivo de seu toque, ficando distante.

- Tudo bem, será no seu tempo. Mas ande logo, temos que ir ao psicólogo - diz o mesmo ainda me olhando.

Pego minha bolsa, e coloco tudo nela. Meu pai continua parado, tentando achar uma brecha para conversarmos. Quando termino de colocar tudo que eu preciso na bolsa, vou em dur4eção a porta, mas antes que eu consiga sair, meu pai entra em minha frente.

- Por favor, Alasca - pede o mesmo, para que eu falasse com ele.

- Eu que peço por favor, pai. Eu peço por favor, me deixe sair daqui, se você quer que eu vá, me deixe sair - digo sem olha-lo. O mesmo se afasta d aporta, me dando espaço para passar. Eu saio do quarto, e vou em direção a cozinha, e pelo visto minha já está lá também.

- Bom dia, querida - ouço a mesma dizer.

- Bom dia - respondo-a com educação.

- Está se sentindo melhor? - a mesma pergunta, tomando seu café.

- Sim - digo, para encerrar o assunto. Pego um pedaço de bolo, e como em pé mesmo. Pego meu celular e vejo se tem mensagens de Victória, a mesma disse que, Liam queria falar com ela, e queria minha opinião em relação a isso.

- Filha, acabou? - ouço a voz de meu pai me perguntar.

- Sim, podemos ir? - pergunto ao mesmo.

- Claro, pode ir indo para o carro - diz ele.

Pego minhas coisas, e vou direto para o carro. E alguns minutos depois ele chega, entrando no banco do motorista.

- Vou deixar você lá, e vou para a empresa, e depois você tem hora marcada com a médica, ok? - pergunta o mesmo.

- Ok - digo por fim. O mesmo acelera o carro, e pega a estrada.

Como o caminho estava demorando e o transito mão colaborava, coloco meus fones, e tento descansar meus olhos.

As pessoas dizem que durante suas vidas, houveram músicas marcantes, com acontecimentos marcantes. Talvez eu tenha uma também, e são muitas.

Talvez seja fácil você se identificar com uma música, do que pelo motivo que está levando você ouvi-la. Talvez seja mais fácil cantar algo, do que dizer. Não consigo entender, mas tento. Aquele trecho de música que ele disse em meus sonhos, não sai da minha cabeça, e isso me assusta.

Até agora, não consigo lembrar seu rosto. E não sei o porquê. Tenho uma foto nossa dentro da minha gaveta, mas não consigo tira-la de lá. Tenho medo de ter esquecido ele, e que nem mesmo a foto irá me fazer lembrar.

Todos esses carros, carregam pessoas, pessoas com tristes, felizes, e até mesmo... desequilibradas. Mas também, carregam almas, que sentem, amam, e continuam em frente. Cada um tem sua dor, sua perda, seus medos e decepções. E porque será que é tão difícil, para minha pessoa, seguir em frente. Será porque ainda não acharam seu corpo. Ou porque eu não quero que achem, por ter medo da certeza de que ele está morto.

Be Free - você vive em mimजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें