Capítulo 35 - Alasca

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4° sessão

Quinta feira. Hoje será minha quarta sessão de terapia. Mas hoje será um pouco mais tarde. Estou saindo agora de casa, e são dez da manhã. Hoje o dia está chuvoso, novamente. Portugal não costuma ser assim em fevereiro, costuma ser ensolarado e bonito. Dificilmente semanas são assim.

Não vi meus pais até agora, e não sei se isso irá acontecer. Estou melhor assim. Quando já estou saindo de casa, lembro que preciso passar em um lugar depois da psicóloga. Fico um tempo no ponto de ônibus, e depois de alguns minutos, ele finalmente aparece

Durante a viajem, estava tudo tranquilo. Eu estava com os meus fones, e nada mais importava. Nunca me senti deste jeito, e parece que tudo à minha volta está como deveria ser. E me sinto bem por estar tentando, e conseguindo.

Quando desço do ônibus, ando mais algumas ruas, até que chego em um salão de cabeleireiro. Respiro fundo, e entro no mesmo. Victória disse que aqui é um salão muito bom, e toda vez que hidrata seus cachos, ela fica muito satisfeita.

- Bom dia. O que deseja? - a recepcionista pergunta, quando me vê entrando.

- Bom dia. Eu gostaria de agendar um horário - digo a ela. E chego, mais perto de sua bancada.

- Claro, será um prazer atende-la - a moça diz, e me mostra seu melhor sorriso.

- Obrigada – digo a ela.

Ela começa a ver os horários que tem, e eu passo meus olhos por todo aquele salão. Era enorme, e tinha uma grande variedade de cortes, cores, modelos, e texturas de cabelos.

- Se você quiser, eu tenho um horário agora - ela diz sorrindo.

- Ah, eu quero sim. Obrigada - digo sorrindo.

- Qual seu nome, senhorita? - ela pergunta.

- Alasca. Alasca Tunner - digo a mesma.

- Ok, marcado - ela diz.

- Obrigada - respondo-a.

- Pode esperar aqui. Quando for seu horário, te chamarei - ela diz, e volta para seu computador. Eu concordo com a cabeça, e me sento em um dos bancos.

Respondo algumas mensagens de Victória, e digo que estou aqui. Ela manda vários emojis de palmas, e eu dou risada. Continuo conversando com ela, e depois ela diz que está indo para o auditório. Vejo um pouco mais, das redes sociais e volto a desligar o celular.

- Senhorita Alasca, pode ir - ela diz, olhando para mim.

Me levanto, e saio indo até uma, de tantas cadeiras e profissionais. Me sento em uma de frente para o espelho, e espero um atendente.

- Bom dia. O que uma moça tão bonita, com um cabelo maravilhoso está fazendo aqui? - ouço um moço dizer.

- Bom dia. Meu nome é Alasca, eu gostaria de mudar algo em meu cabelo - digo para ele, e olhando para o espelho.

- Prazer, Alasca. Meu nome é Bruno, mas pode me chamar de Bru. O que deseja fazer no seu cabelo? - ele pergunta, todo simpático.

- Eu não sei - digo a ele, e dou uma risada – Na verdade, só pensei em corta-lo - digo sincera.

- Meu deus, você quer cortar este cabelo? Ele é tão único - ele diz, mexendo no mesmo.

- Você acha que ficaria feio? - digo preocupada.

- Claro que não. Um mulherão igual a você, ficaria linda de qualquer jeito - ele diz, e me faz olhar para o meu cabelo.

Respiro fundo, e tento pensar em algo para fazer. Eu posso até corta-lo, mas eu nunca pintaria ele, nunca.

Be Free - você vive em mimWhere stories live. Discover now