Capítulo 36 - Alasca

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Podemos nos encontrar no restaurante italiano... Mas Ala, Cásper foi lá, e por este motivo você não queria ir... Eu sei, eu sei, mas acho que estou ponta. E a comida deles é maravilhosa... Tudo bem, vou falar com Victória... Eu vou passar em um lugar, mandarei mensagem quando estiver perto da faculdade... Tudo bem, esperaremos você, beijos... Beijos.

Após uma breve ligação com Liam, decidimos ir comer juntos no restaurante onde Cásper trabalhava. Pode ser uma péssima ideia? Sim. Mas quem é um explorador se não explora. Então é isto que irei fazer. Saio do elevador indo direto pegar um táxi.

- Boa tarde, senhorita - o taxista diz, enquanto liga o carro.

- Boa tarde. Gostaria de ir para o cemitério de Guimarães, por favor - digo pegando meu celular.

- Tudo bem - o senhoravança com o carro, e pega estrada.

Quando pego meu celular, procuro o nome do meu pai, e quando acho, penso mais um pouco se deveria ligar ou não. Fazem dias que não vejo ele em casa, quase nunca para. Minha mãe cada dia mais chata, não sei até quando irei aguentar ela lá. O celular toca, toca, e quando eu estava prestes a desligar...

Alasca? Você está bem? Porque ligou?... Oi pai, eu estou bem. Liguei para te dizer, desculpas... Querida, quando você começou a falar?... Se estivesse em casa saberia... Sinto muito, meu amor, andei ocupado. Mas me diga, onde está?... Tudo bem. Eu estou indo resolver algumas coisas, e depois vou sair para almoçar com meus amigos... Ok, tome cuidado. Sente alguma dor?... Não papai, nenhuma. Pode ficar tranquilo... Sou pai, querida, não tem como não ficar preocupado... Mas não fique, estarei bem. Beijos... Beijos.

Ao desligar o telefone, olho além dos vidros fechados, e percebo que já estávamos chegando. O cemitério não era longe, mas também eu não ia lá desde do enterro. Eu não vou á muitos lugares desde de sua morte. Eu havia deixado de viver, mas agora, agora eu voltei a vida, e quero fazer isso do jeito certo.

- Vai visitar algum parente, senhorita? - o motorista, pergunta. Eu fiquei um pouco descontável, mas não pelo interesse em querer saber quem eu irei ver, mas sim, o que eu era, para estar indo lá. Eu não sei dizer se éramos namorados, amantes, amigos. Eu não sabia. E era isso que me deixava estranha – Não precisa responder se não quiser. As vezes sou bastante curioso - ele diz, e dá uma risada sem graça.

- Não, tudo bem. Estou indo ver... ver, meu namorado/amigo, não sei dizer muito bem - digo, sem graça.

- Ah moça, eu sinto muito. Perde alguém que ama deve ser a pior sensação do mundo - ele diz, e seu olhar feliz fica cabisbaixo.

- Já perdeu alguém que ama? - pergunto ao mesmo.

- Minha mulher, ela tinha sessenta anos. Ela foi meu primeiro e único amor - quando o mesmo fala da esposa falecida, seus olhos voltam a brilhar.

- Sinto muito. Ela deve ter sido muito feliz ao lado do senhor - digo, e dou um sorriso ao mesmo.

- Com certeza. Mas e você? Foi feliz ao lado dele? - ele pergunta, parando o farol.

- Quando percebi que era ele que eu queria, já era tarde demais. Mas eu o amo, amei, ainda não sei - digo, e dou uma risada.

- Qual era o nome dele? - o mesmo, pergunta.

- Cásper - digo e sorrio.

- Você ainda o ama, seus olhos brilham quando fala o nome dele - ele diz, e dá uma risada

- Ele me deixou, fico brava por isso, mas feliz por ele estar feliz - digo a senhor.

- Me senti assim também. Quando Vilma disse seu último "eu te amo", era como se tivesse me deixando. Mas eu sei que ele está melhor - ela diz, e volta a andar com o carro.

Be Free - você vive em mimNơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ