Capítulo 9 - Alasca

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Cicatrizes. O que significa cicatrizes para você? Bom, para eu, são armas que você carrega no corpo. São gatilhos que podem estar ou não alavancados. Todos nós temos cicatrizes, sejam elas físicas ou mentais. Não posso dizer qual delas é a pior, já que não tenho pensado nisso, mas posso dizer que a dor que estou sentindo agora, é a pior de todas. É como se... Alguém tivesse arrancado meu coração, com toda força e raiva do mundo, como se alguém tivesse sido o cruel o suficiente para não me deixar viver.

Algo em mim está errado, e não sei como concertar isso. Não sei mesmo. Minha amiga está precisando da minha ajuda, e nem eu mesma sei como ajuda-la.

Agora, neste exato momento, estamos no terceiro filme, e são sete horas da noite. Eu não consegui prestar atenção em absolutamente nada, e não sei porque estou aflita em relação a tudo isso.

- Ala - minha cabeça desliga de vez, ao ouvir meu nome saindo da boca de Victória, pela... décima vez talvez.

- Oi - digo a mesma. Meu corpo estava sobre efeitos de entorpecentes, meu coração parecia ter parado de bater, meu rosto parecia cansado e cheio de olheiras, e fico pensando, "Como isso foi acontecer em menor de três horas".

- Ala você está vermelha! - diz Victória assustada.

- Preciso de um banho - digo devagar.

- Não! Você precisa ir a um médico, você pode estar doente, e este bebê também - ressalta a mesma. Eu havia me esquecido dele, do meu filho.

- Eu esqueci dele - digo tentando falar mais alto.

- Não, você não esqueceu ninguém, apenas está mal - Victória fiz. A mesma levanta, vem para minha frente – Venha, vou levar você no banho e preparar algo para você comer - ao dizer isso, ela me ajuda a levantar e me leva para fora da sala.

- Mas o que é isso! - olho rapidamente para frente, tentando não cair no chão, e logo vejo minha mãe parada olhando para nós duas.

- Senhora Tunner, me desculpe, mas a Alasca não está muito bem - diz Victória.

- Leandro venha agora aqui! - grita a mesma.

- O que foi... Alasca! - diz meu pai vindo até mim e me segurando sem eu colo.

- Senhor, eu e Alasca estávamos vendo filme, bom, pelo menos eu estava. E quando fui falar com ela, a mesma estava vermelha e parecia estar... não sei dizer - diz Victória preocupada.

- Depressiva - ouço minha mãe dizer.

- O que? - retruca Victória.

- Não exagere Léia, você sabe como isso é sério - ouço uma resposta de meu pai.

- Sim, eu sei. E não estou brincando Leandro, ou essa garota aborta essa criança, que por acaso faz lembrar o desgraçado que se matou. Ou ela vai ser a próxima a se matar - minha mãe diz com convicção na voz.

- Alasca só está passando por um momento difícil senhora Léia, e vamos ajuda-la, não abortando o filho dela - Victória estava desafiando minha mãe, ela é mesmo uma maluca.

- Meu bebê... - digo com a voz fraca.

- Calma Ala, ele está bem - ouço minha amiga falar.

- Filha, você precisa comer, e dormir - diz meu pai, parecendo chateado.

- Não... comer não - digo sem vontade nenhuma. Meu corpo não queria estar ali, ele não queria ficar com eles, ele queria estar deitado e sozinho.

- Comer sim amiga! Pode deixar que eu faço algo senhor Leandro - diz Victória, após me repreender.

- Tudo bem, obrigada Victória. Vou leva-la para o quarto, e Léia, se quiser ajudar ela, seria mais fácil - meu pai dizer isso, e rapidamente me leva para o quarto.

Be Free - você vive em mimWhere stories live. Discover now