Capítulo 20 - Alasca

18 6 6
                                    

Ah... um zunido em meu ouvido não me deixava abrir os olhos. Era algo irritante e doloroso. Minhas mãos vão de encontro a minha cabeça, e sinto sangue saindo da mesma.

O desespero me corrói, e penso que pode ter sido algo com meu bebê. Mas quando abro os olhos, vejo que não tem sangue em minhas pernas, apenas em minha cabeça. Me levanto devagar, e tento ficar em pé, mas uma grande dor de cabeça me pega, fazendo-me ficar tonta.

- Merda - digo para eu mesma.

A escada onde cai não passava ninguém, e fico aliviada. Mas aí, lembro da briga que tive com Cásper e dos gritos que dei com a psicóloga.

Tento ficar calma e descer o resto das escadas, sinto um pouco de dor, mas continuo mesmo assim. Pego meu celular, e tento ligar para Victória, que logo no quarto toque atende. Vic?... Oi, pode falar Ala... Eu preciso que venha me buscar... Buscar aonde? Está tudo bem com você?... Na psicóloga, por favor Vic... Tudo bem, tudo bem, não chore, estou indo para ai, me espera em frente o prédio... Beijos... Beijos, e fica calma...

Desligo o celular e desço até o último andar.

Se passa alguns minutos, e logo vejo um táxi chegando. E quando Victória sai de dentro dele, sinto um alívio muito grande. Já que eu estava muito cansada e com dor.

- Alasca! O que aconteceu?! - a mesma diz gritando.

- Eu, eu cai da escada, e... e minha cabeça está doendo muito - digo, entrando em desespero.

- Alasca, que diabos você foi fazer na escada?! - sua voz de preocupação só me deixava mais preocupada.

- Eu... eu te conto em casa. Agora por favor, me leva para casa - digo chorando.

- Tudo bem, vamos - a mesma diz, e me leva até o táxi que ficou esperando a gente,

Entramos e Victória diz ao mesmo o endereço.

- Ala, me diga, onde está doendo? - a mesma pergunta, mas nem eu mesma sabia onde estava doendo.

- Eu não sei... eu, eu acho que minha cabeça, e minha barriga - dig, ainda com a respiração acelerada.

- Ok, vamos chegar em casa, e limpar sua testa e ver sua barriga, porque isso é sério - ela diz, com um tom de voz sério.

Chegamos em casa, e já eram umas duas horas da tarde. Victória paga e agradece o motorista. E logo em seguida, me ajuda a entra em casa.

- Meus pais estão em casa? - pergunto a ela.

- Não, devem estar trabalhando. É por isso que você vai para o quarto Ala, e vamos ver isso - Victória diz, e me leva até o quarto.

A mesma abri a porta, e me leva até a cama. Me deito, e tiro a blusa de Cásper, não tinha nada de errado na minha barriga, nenhum um roxo, ou hematoma que prejudicasse meu bebê. Quando Victória olha, e vê que não havia nada de errado, respira aliviada e diz:

- Graças a Deus. Agora, vamos ver como está sua cabeça e colocar esparadrapo - a mesma diz, e vai até o banheiro, onde tinha um quite de primeiros socorros.

- Está doendo muito - digo a ela, que logo vem até mim, e se ajoelha diante a cama.

- Ala, preciso que me diga o que aconteceu, por favor - Victória pede, enquanto pega em minha mão.

- Eu só preciso que você prometa uma coisa - digo por fim.

- Pode falar - a mesma diz.

- Há alguns dias, eu, eu deitei para dormir, mas antes eu vesti a blusa de Cásper que estava em minhas coisas - respiro um pouco, e continuo – E então peguei no sono, mas alguns minutos ou horas depois, eu acordei, minha visão estava meio turva, mas eu vi que tinha alguém dentro do meu quarto. E quando eles se abriram com mais clareza - naquele momento, meus olhos estavam cheios de lágrimas - Eu vi ele Vic, eu vi Cásper, e ele estava aqui, na minha frente - digo desesperada, para que ela acreditasse.

- Que? Como assim, Ala? - Victória pergunta, e segura minha mão mais forte ainda.

- Eu juro Vic, e ele falou, ele disse que era real, ele me beijou e até disse a ele sobre nosso bebê. Conversamos um pouco, mas um tempo depois eu desmaiei, e foi aí que vocês me acharam - digo aflita.

O olhar de Victória caia sobre mim, um olhar de pena, mas ao mesmo tempo de desespero.

- Ala, tem certeza que isso não foi um sonho? - a mesma pergunta, mas no fundo de sua voz, ela parecia acreditar. Eu acho.

- Sim! Ele até disse que eu poderia contar a você, e hoje, hoje ele veio aqui e, foi ele que me levou até a psicóloga. Ele ficou lá, me esperando. Mas quando eu disse a ela, que ele estava vivo, ela não acreditou. E ela ia dizer que eu estava ficando louca ou coisa do tipo. Mas Vic, eu juro a você, que ele está vivo - digo confiante, mas ao mesmo tempo com medo.

- Mas, como você caiu da escada? - a mesma pergunta.

- Eu disse a Cásper, que eu tinha dito sobre sua volta para a psicóloga. E ele ficou muito bravo, socou a parede e sua mão ficou roxa na hora. Eu tentei ajuda-lo, mas ele não quis, e então ele entrou no elevador, eu tentei entrar também, mas a porta se fechou antes, e então fui pela escada, mas eu tropecei e cai, e depois disso só lembro de acordar com atesta sangrando - digo com respiração acelerada.

- Tudo bem, tudo bem, só preciso de um tempo para assimilar as coisas - a mesma diz, e começa a molhar um paninho, passando sobre minha testa.

O silêncio estava me incomodando, e eu precisava saber se ela acreditava em mim. Minha cabeça ainda doía, e todos os paninhos usados para secar o sangue saiam manchadas.

- Ai - reclamo quando a mesma pressiona o pano em minha testa.

- Desculpa, Ala. Mas está com um corte feio, e acho que vai precisar de pontos - a mesma diz.

- Não, apenas coloque curativos e água oxigenada, e deixe fechar sozinho - digo a ela.

A mesma respira fundo, e começa a por os curativos em minha testa.

- Vic, preciso saber se acredita em mim - digo sem conseguir olha-la.

- Não, me desculpa Ala, mas isso não tem sentido - Victória diz isso, e começa, aguardar as coisas, mas antes de fechar a caixa de primeiros socorros, diz - Ala, talvez possa ter sido coisa da sua cabeça, e podemos resolver isso - a mesma diz, e pega em minhas mãos, mas com a raiva tomando conta de mim, e me afasto.

- Saia daqui - digo baixo.

- Ala... - a mesma tenta falar comigo.

- Saia Victória! Agora! - grito por fim.

Victória pega a caixa e a leva até o banheiro, guardando-a. Abre a porta, e sai do quarto, fechando-a.

A raiva terminou de me domar, me fazendo jogar meu abajur no chão.

- Ah!!! - grito em direção a porta.

Começo a jogar tudo que estava em minha frente, ao chão, tudo que eu vi estava virando pedaços destruídos. 

Be Free - você vive em mimWhere stories live. Discover now